13.Quarto Escuro

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-- Di, vem logo! -- Elaine correu em minha direção e puxou minha mão, forcei um sorriso mentiroso enquanto me sentava ao lado deles para ouvir aquelas histórias que provavelmente eram engraçadas mas... Meus pensamentos não me permitiriam processar já que no momento os olhos e as palavras do homem que ainda possui o meu coração não saiam da minha cabeça e mesmo que eu não quisesse voltar com uma decisão a minha consciência gritava que eu deveria aceitar os sentimentos que ele ainda possui por mim e reviver tudo aquilo que guardei com tanto carinho.

A festa estava cada vez mais animada, as pessoas ao meu redor ou estavam bêbadas, dormindo ou drogadas tudo graças ao amigo de Elaine que passou dois anos desenvolvendo uma droga com a única função de alterar a bebida alcoólica. Helbram que estava a quase duas horas gargalhando ao meu lado claramente afetado me explicou que a sensação era a mesma da maconha, a única diferença é que essa não possuía efeitos colaterais o que deixava tudo mais perigoso, pois o consumo através do álcool poderia levar qualquer um ao coma ou a uma ressaca insuportável no dia seguinte caso bebessem sem parar, não sei quanto tempo passei naquela mesa e tudo a minha volta parecia frívolo e vazio, puxei o braço de Ellie e a fiz ir comigo até a parte afastada do tumulto, precisava conversar:

-- Vem Di, vamos voltar para a festa. Sua carinha ainda não melhorou o suficiente! -- Aquele abraço cheio de entusiasmo sempre me aquecia.

-- Não estou no clima Ellie.

-- O que ouve? Quando você me deixou com Meliodas estava até sorrindo.

-- King foi o que ouve.

-- Diane eu juro que quando essa garoto voltar ele vai levar um soco por cada lágrima que você derramou!

-- Ele já esta aqui, nós até conversamos. -- Os olhos alarmados da minha amiga buscavam por mais respostas após a minha afirmação.

-- E então o que aconteceu? Eu tenho que escalpela-lo?

-- Calma, nós apenas conversamos. Podemos falar disso amanhã? Por hora só preciso dormir, você vai passar a noite aqui também? -- Mudei de assunto rapidamente, aquela não era a hora e nem o local para esse tipo de conversa.

-- Amanhã vamos conversar, você sabe que eu não posso te ajudar se você não se abrir comigo . Vou dormir aqui sim, eu e Meliodas vamos dividir o quarto -- pelo semblante corado aquilo indicava que haviam se reconciliado.

-- Só usem camisinha. -- Depois de implicar com ela a abracei e entrei na mansão, meus pensamentos ainda estavam dominados pelas palavras de King. Durante todo o tempo que permaneci na festa eu não o vi sair do labirinto e muito menos aproveitando a comemoração, me ocorreu que talvez não fosse a única confusa por aqui, subi as escadas de mármore italiano em total desatento era impossível prestar atenção em alguma coisa depois de tudo o quê aconteceu e com isso tropecei no tecido da roupa que usava e torci meu tornozelo direito, sentei na escada esbravejando por ter calçados os saltos estúpidos que minha ex-cunhada me intimou.

-- Droga! Não consigo fazer nada direito quando se trata daquele idiota! -- Num ato de fúria arremessei o salto longe e apenas escutei um sonoro gemido de dor, os corredores do segundo andar estavam escuros e o som de passos em minha direção indicavam que eu não estava sozinha.

-- Aí quem foi que arremessou esse sapato? Por que a festa é lá fora! -- Respirei fundo ao ouvir aquela voz parecia que o universo estava conspirando contra mim, as luzes foram acesas e então aqueles olhos que me desconcentram me encontraram.

-- Di-Diane, você esta bem?

-- Estou sim, apenas torci o pé, desculpe te acertar com o salto -- evitei olhar em seus olhos.

𝐃𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 | Kiane(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora