Leonardo ao meu lado, ajeitava seus cabelos com as mãos e havia um pequeno riso em seus lábios cerrados.
Tentava ajeitar meu vestido e também o emaranhado que se formou em meus cabelos.
A sensação de ser pega, ainda mais pelo meu ex-noivo, tinha certo gosto de vingança e também surpresa – o que Erik fazia ali?
Sua cara de espanto nos olhando me fez perder a compostura. Tentei o máximo que pude, mas eu não conseguia parar de rir. Quanto mais eu olhava para o rosto vermelho dele, mais eu ria. A situação de dramática se tornou hilária em segundos.
Leonardo se pôs de pé, com as mãos no bolso. Sabia que estava segurando o riso e aquilo contribuiu para que eu risse ainda mais.
Lágrimas escorriam dos meus olhos, de tanto rir. Os dois nada diziam, apenas esperavam que eu parasse de rir. Percebi quando Erik cruzou os braços e ficou me encarando, como se dissesse que já era hora de parar.
Com muito custo e respirando fundo, consegui me controlar.
Erik passou a bater palmas e aquilo fez meu humor mudar da água pro vinho.
− Primo, você está de parabéns! Aliás, os dois estão de parabéns! – continuava a bater palmas. – Não aprendeu a lição não? Essa garota destruiu...
− Cuidado com o que vai dizer! – Leonardo parecia calmo.
Desta vez fiquei observando Leonardo, tentando entender o que Erik queria dizer.
Erik descruzou os braços e caminhou até a mim, pegando meu braço e me fazendo ficar em pé.
− Hei, o que pensa que está fazendo? Pode largar o meu braço? – tentei-me desvencilhar, sem sucesso.
− Larga ela, Erik, ou eu...
− Ou você o que, hein primo? Vai fazer o que? – desafiou.
− Estou te avisando, larga ela.
Leonardo havia se aproximado de nós.
− Vale a pena, primo? Ela mostrou há anos que não presta! Uma vagabunda que arruinou nossas vidas!
Ele despejava aquelas palavras com uma raiva e apertava ainda mais meu braço. Por que ele me chamava de vagabunda?
Não deu tempo para perguntas. Leonardo partiu para cima de Erik, dando-lhe um soco em seu nariz, que começou a sangrar na hora.
− Saia daqui agora! – nunca vira ele tão bravo!
Leonardo segurava sua mão que estava vermelha, devido à força que usou. Eu estava boquiaberta.
− Você quebrou o meu nariz! – Erik segurava seu nariz sangrento. – Cara, estamos do mesmo lado... o que deu em você? – exaltou-se.
− Chega, Erik! Vai embora! – os dois estavam exaltados... e eu estava como? Boquiaberta e sem entender aquele diálogo!
− Eu vou! – ele me olhou. – Espero que saiba o que está fazendo, Leonardo. – deu meia volta e saiu batendo a porta da entrada, me fazendo dar um sobressalto.
− Me deixa ver sua mão. – aproximei-me dele. – Está bem vermelha, vou buscar gelo.
Corri para a cozinha, extasiada com o que acabara de presenciar.
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Notas de Esperança (Completa)
Ficción GeneralMelody Stuart, uma musicoterapeuta, não imaginava que a sua vida mudaria drasticamente, depois de conhecer seu possível cliente, Leonardo Mello: um maestro, pianista e cego. Ela vê nele um grande desafio em sua carreira, mas o primeiro encontro frus...