Notas de Esperança (Completa)

Capítulo 15

Minha felicidade não cabia dentro de mim. Além de ser o dia da minha formatura, enfrentaria a oposição dos meus pais com relação a Leonardo Mello.

Ele iria à formatura para conversar com eles. Seu primo Erik também estava convidado, para nos apoiar.

Estava rodeada de paparicos. Minha amiga Andréa me maquiava e minha avó arrumava meu cabelo, em meio as suas diversas plantas na varanda.

Meus pais chegaram a tempo dos Estados Unidos, para esse grande dia.

O momento crítico da festa foi quando o fotógrafo nos chamou para reunir a família e os amigos, após a cerimônia.

Depois da sessão de fotos com a família, era a vez dos amigos. Minhas bochechas doíam de tanto sorrir, mas quando Leonardo se aproximou - lindo de terno e gravata azul com listas prateadas, meu sorriso se ampliou.

Com tão pouca idade, ele já era herdeiro das empresas de seu pai, espalhadas pelo Brasil, no ramo de equipamentos hidráulicos.

Ouvia as suas queixas sobre assumir seu lugar ao lado do pai. Seu sonho era ser um grande maestro em uma orquestra. Estudava para isso e se esforçava muito.

Seus olhos verdes encontraram os meus antes dos flashes.

Erik veio correndo e se posicionou ao meu lado, passando seu braço por cima do meu ombro, enquanto que Leonardo foi para trás e segurou minha mão.

Tudo aconteceu muito rápido. Nosso combinado era falar com meus pais, que estavam conversando com alguns dos meus professores, mas Leo se ajoelhou a minha frente, abrindo uma pequena caixinha em veludo carmesim.

Enquanto ele fazia o pedido, lágrimas escorriam do meu rosto e antes de dizer sim, meu pai avança alguns passos.

− Não filha... não faça isso...

Mamãe fica atrás dele com olhos assustados e com uma expressão de surpresa.

− Mas o que...

− Afaste-se dele filha. – mamãe pedia.

Virei-me para Leo e ele estava pálido e estreitava seus olhos para meus pais.

− Senhor e senhora Stuart, nunca fomos apresentados e sinceramente eu deveria ter conversado com vocês antes, peço perdão...

− Eu disse para se afastar da minha filha. – mamãe continuava hostil.

− Mamãe! Por que falar assim com Leonardo, você nem o conhece. – fiquei ao lado dele e segurei sua mão.

− Mel, acho melhor eu ir embora...

− Não! – implorei. – Preciso entender o que está acontecendo. – olhei para meus pais, esperando uma explicação.

− Que tal, se fossemos em algum lugar mais calmo para conversarmos? – papai pediu.

Mesmo sobre os protestos de minha mãe, fomos a um café próximo.

O clima estava tenso e minha mãe não parava de encarar Leonardo, parecia segurar um choro.

Meu pai começou o diálogo mais difícil da minha vida. O lugar parecia diminuir e me sufocar com o absurdo que estava ouvindo.

Leonardo ficou em pé, com olhos arregalados para mim.

− Como você pôde ser tão sórdida, a ponto de se envolver comigo? – seu tom de voz alta, chamou a atenção de algumas pessoas em outras mesas.