"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."
- Cora Coralina
(...)
Durante toda a minha vida morei em uma cidadezinha no interior do país, esquecida perante à capital e predominantemente com habitantes acomodados. Todas as pessoas se conhecem e têm um futuro predefinido de acordo com as posses de suas famílias. Não há muitas opções de lazer, todo indivíduo procura por uma válvula de escape, podendo ser tanto benéfica quanto maléfica.
É uma cidade pequena que nunca aparecerá na televisão. Todavia, existe uma pequena exceção: se acontecer alguma tragédia ou um desastre natural. As pessoas da metrópole assistiriam a reportagem e o máximo que diriam é: "Que azar". Para depois esquecerem e, por fim, seguirem com suas vidas programadas.
A pobreza ainda existe em pequena proporção comparada à grande massa, porém não podemos afirmar que ela foi erradicada. O meu pai nos abandonou dois anos após o meu nascimento, com isso minha mãe foi morar com a minha avó, piorando ainda mais a nossa condição financeira.
Eu o odiava, principalmente nas datas comemorativas. Conforme o tempo foi passando, eu me conformava cada vez mais. Sentir raiva dele não me tiraria da inércia, não acrescentaria nada na minha vida. Jamais irei fazer o que ele fez e abandonar as mulheres mais guerreiras que conheci.
Quase todas as pessoas que eu conhecia estavam em uma situação parecida, todos possuíam algo em comum: a falta do brilho no olhar. O fato de eu saber que não era a única, era uma espécie de anestesia.
Mas eu nunca aceitei que esse seria o meu futuro, irei usar todo o meu esforço para mudar essa fatalidade imposta pela sociedade. A guerra deixou marcas, principalmente na população idosa e nos seus descentes. Eu preciso retribuir todo o esforço que a minha mãe e avó fizeram para não morrermos de fome.
Mesmo vivendo em uma situação precária, ambas nunca me deixaram trabalhar. Eu insisti muito até porque estava cansada de vê-las esgotadas fisicamente e mentalmente, mas elas sempre me falaram para estudar. E foi o que fiz, estudei arduamente todos os dias. Fazia as tarefas domésticas e com o tempo restante estudava. Iria provar que não estava fadada à miséria e, sim, que posso mudar o meu destino.
Dormia somente três horas por dia, não tinha a opção de relaxar. Com muito esforço consegui passar em umas das faculdades mais disputada de Seul: a universidade Yonsei, que é famosa por fazer parte da trindade SKY.
Esse dia foi o mais feliz da minha vida. Cada lágrima, esforço, humilhação e sofrimento valeram a pena. E dava-me força para aguentar o resto da jornada até porque não estou formada. Era apenas o primeiro degrau de uma vasta escadaria, terei mais alguns anos árduos para suportar.
Observo a nossa pequena casa e memorizo cada detalhe para jamais esquecer da minha origem. Despeço-me da minha família, com a promessa que sempre irei ajudá-las. Por fim, com muita dor e saudade vou para a rodoviária.
- Tem certeza que pegou tudo? - Ahra observava as minhas malas.
Ela é definitivamente a melhor pessoa conheci, minha melhor amiga. Ahra não é rica, sua família é de classe média. No dia que eu fui aprovada fiquei inicialmente feliz, porém depois estava preocupada visto que não tinha dinheiro para passagem de ônibus. Assim que ela soube da minha situação, me ajudou com a passagem e comprou o material da faculdade. Primeiramente eu não queria aceitar, mas ela insistiu muito e eu acabei cedendo com a promessa que de irei pagar assim que for possível.
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A Empregada - Jungkook
FanfictionLee Yura, ingressou em uma das faculdades mais renomadas e concorridas da Coréia do Sul. No entanto, isso não anula sua precária condição financeira atual. Ela terá que trabalhar arduamente até o dia em que receber o seu diploma; um vasto caminho co...