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O aniversário, uma data comemorativa proveniente do nascimento: uma vida que comemora mais uma volta da Terra em torno do Sol. Apesar de todos nós ganharmos um ano a mais na virada do ano, cada um tem a sua própria data: o momento único que é designado por horas, dias e anos.

Aperto a alça da minha mochila inquieta. Separei as roupas para a festa do pijama e trouxe o principal: o presente da Ahra. Cumprimento o porteiro que me reconhece, solicito-o para não avisar que estou subindo porque quero fazer uma surpresa. Ele sabe que hoje é o aniversário dela e por isso rapidamente compactuou com o meu plano, desejando-me boa sorte antes de eu sair do hall.

Felizmente, o elevador está funcionando. Entro na caixa de metal que está vazia, o reflexo do meu sorriso travesso no espelho denuncia que estou aprontando algo. Quando a porta move-se, caminho até o seu apartamento. Bato na porta levemente, respiro fundo tentando conter a risada que coça em minha garganta, suplicando para ser emitida.

— Parabéns! — exclamo quando ela abre a porta. Abraço-a rapidamente sem dar espaço para ver sua reação.

— Sabia que você tava aprontando! — Ahra corresponde ao abraço. — Só mandou a mensagem de feliz aniversário meia-noite e parou de me responder.

— Quis fazer algo diferente — respondo com um tom brincalhão.

— Digo o mesmo — lança-me um olhar suspeito. — Vamos, já separei o filme e a comida. — Ela puxa-me pelo braço.

— Espere. — Interrompi os passos para retirar a minha mochila das costas.

O barulho do zíper é agoniante, o presente está coberto pelas minhas roupas. Tiro-o cuidadosamente, com as duas mãos o ergo para que a minha amiga pegue o presente. Os seus olhos brilham e um sorriso surge em sua face, assisto ela remover a embalagem. Assim que o sketchbook fica visível, Ahra fica boquiaberta. Ela o examina deslumbrada e, quando percebo, estou sendo abraçada novamente.

— Eu amei! — ela se afasta, ficando na minha frente. — É muito lindo, obrigada.

Saber que ela gostou do sketchbook fez valer cada centavo que eu juntei, nós duas ganhamos algo: Ahra o presente e eu a sua alegria. Como todos os anos, seguimos com a nossa pequena tradição: jantamos — guloseimas —, cantamos parabéns, assistimos um filme de comédia e agora estamos fazendo uma espécie de SPA em casa, seguindo a rotina de skincare. Coloquei a máscara no meu rosto, não pude deixar de rir quando me olhei no espelho; nunca irei me acostumar com elas.

Apesar de ocuparmos a nossa noite cumprindo com o nosso cronograma, ainda é cedo. Temos que acrescentar mais atividades em nossa lista. A principal regra é não dormir antes de amanhecer, afinal, temos que aproveitar cada minuto do seu dia. Quando éramos mais jovens dormir tarde era algo radical até porque são os bebês que dormem cedo. Com o passar dos anos, toda a adrenalina e o medo foram embora, tornou-se algo comum. Todavia, continuamos seguindo à risca todas as regras.

— Então... — Ahra diz enquanto cerra as unhas. — Tenho uma novidade, vamos para balada.

— O que?! — digo surpresa. Esqueço de segurar a máscara fazendo com que a mesma caia em meu colo.

— Sempre ficamos em casa, agora que estamos em Seul temos que fazer algo novo — encara-me empolgada. — Faz tempo que eu estava juntando dinheiro para irmos na melhor balada. Vamos, por favorzinho — ela se aproxima e segura a minha mão, fazendo a cara de um filhote de cachorro abandonado.

Inicialmente hesito, são mais contras do que prós. Eu nunca fui em uma festa, acho que passar pelos bares de rua enquanto voltava para casa ou estar em uma festa — na mansão — não conta. Suspiro profundamente, recebendo o seu olhar mais intenso. Hoje é uma exceção e, por isso, irei atender o seu pedido.

A Empregada - JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora