Eu não tive notícias deles desde aquele dia, a necessidade de vê-los para saber se estavam bem permaneceu intacta durante o final de semana. Na segunda-feira, a coragem surgiu em mim e eu a aproveitei: perguntei para o meu chefe se o Yoongi e o Jungkook tinham se recuperado, a resposta foi o sim que tanto almejei.
A minha mãe também já está melhor da alergia. Fui ao banco checar o meu saldo e transferi o pouco do dinheiro que eu ainda tinha, porém fiz isso sem hesitar; sei que ela precisa e não tem ninguém para ajudá-la fora a minha avó. Tendo a consciência de que todos estão bem, posso me concentrar em mim.
Mais um dia de trabalho foi concluído, a iluminação decorrente do Sol está mais fraca e a temperatura diminuiu; é difícil nomeá-la já que não está frio ou quente, o clima é a mistura de ambos. Assim que abro a minha mochila, vejo o nome da Ahra na tela do celular, devido ao modo silencioso não notei que ela está me ligando. Pego o aparelho e atendo a ligação, por ser durante o final do expediente não há problema.
— Yura? — sua voz ecoa do outro lado da linha.
— Oi, desculpe a demora pra atender.
— Sem problema, você pode vir aqui em casa depois da faculdade?
— Posso sim. — Lembro-me que deixei algumas roupas lá, assim terei o que vestir. — Aconteceu alguma coisa?
— Só quero conversar, você anda tão distante.
Eu não posso negar, desde o dia da festa quase não tenho conversado com ela. Estava mais ocupada do que nunca e com a mente repleta de aflição, porém isso não justifica a minha ausência.
— Desculpa amiga — digo coberta de culpa.
— Não precisa se desculpar tomate, então te vejo mais tarde — Ahra diz com um tom mais alegre.
Encerramos a ligação. O que eu mais quero é contar para ela o que aconteceu desde que eu comecei a trabalhar aqui, a Ahra não me esconde nada e sempre me apoia. Entretanto, eu compreendo o sigilo do contrato: se um funcionário com má intenção espalhasse as intimidades dos rapazes, seria invasivo e constrangedor.
Suspiro ainda refletindo sobre o assunto, porém não posso ficar parada aqui em um monólogo. A Eunjin deve estar me esperando na frente da mansão, rapidamente saio do quarto com passos largos. Abro a porta da cozinha e fecho-a quando saio, mas enquanto caminho pela lateral da residência escuto um nome familiar e eu paro imediatamente.
— Você não acha que o Jungkook está estranho? — Não reconheço de quem é a voz.
Escoro-me na parede, a minha passagem para o inferno foi comprada por eu estar ouvindo uma conversa alheia. A curiosidade está falando mais alto e estou agindo em função dela, mas sei que irei me arrepender amargamente. É como dizem: “A curiosidade matou o gato”.
— Ele tava doente. — Esse eu tenho certeza que é o Hoseok.
— Não, antes disso ele já tava assim. Fui em uma festa com ele e o Namjoon, você acredita que não quis ficar com nenhuma mulher? — É o Jimin.
— O que?! Estamos falando do Jungkook mesmo?
— Não dá pra acreditar né.
Instintivamente levo a minha mão até a boca para evitar que eu fale e seja flagrada. Então ele não ficou com ninguém? Mas e a marca do batom, será que foi de alguma mulher que tentou beijá-lo? Sinto-me culpada por não o ter deixado se explicar naquele dia, logo lembro de quando ele tentou me falar algo quando estava doente. Antes de continuar organizando todas as lembranças, a Eunjin me chama:
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Empregada - Jungkook
FanfictionLee Yura, ingressou em uma das faculdades mais renomadas e concorridas da Coréia do Sul. No entanto, isso não anula sua precária condição financeira atual. Ela terá que trabalhar arduamente até o dia em que receber o seu diploma; um vasto caminho co...