10. O Teatro

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"Infelizmente nem todas as mães são dignas de merecimento."

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O céu cinza se torna um amontoado de pássaros voando em sintonia.

A sirene ecoava para o resto da cidade toda.

A fachada do Teatro Roswell estava com as janelas cobertas e quase todas as portas pregadas por segurança.

As portas principais, e grandes, se abrem.

Uma enorme escadaria difucultava um pouco o trajeto até o mais antigo teatro de Chernobyl.

A sirene continuava tocando e em meio a névoa densa e o clima frio, a silhueta de diversas pessoas surge.

Correndo desesperadas em direção ao teatro.

Gritando e apressando umas as outras, todos sobem as escadarias.

E por ali, em meio aos desesperados, uma mulher vestida com trapos e mal cuidada andava devagar. Silenciosa.

Era Dahlila Gyllerhall. A verdadeira. Não a ilusão criada por Demon Charlotte.

Tentando parar alguns dos civis que estavam adentrando o teatro, ela os alertava de algo perigoso.

— Não entrem lá... Estarão se contaminando... Estarão se condenando com mais trevas. - dizia ela, quando é empurrada por uma mulher.

— Cale a sua boca, pecadora... - diz ela, se apressando.

Aos poucos a escuridão vai chegando e dominando tudo.

— Irão se arrepender por não ouvirem a verdade. - Diz Dahlila ainda caída no chão.

As últimas pessoas conseguem entrar no local e as portas são fechadas.

A sirene enfim para de tocar e as pessoas ali dentro estão cientes de que coisas terríveis estão agora saindo às ruas e querendo matar tudo o que vêem.

Entrando em uma sala grande e confortável, todos se sentam.

O burburinho das cerca de 150 pessoas que estavam ali era ruidoso e inquietante.

Eles só param quando todos percebem a aproximação de duas mulheres. Ambas loiras e brancas. Pareciam ter saído de um filme de Hollywood.

— Olá. Estão todos bem? - Questiona uma mulher de rosto já conhecido. Helen Mason.

Sim. Respondem as pessoas em coro.

— Mas... A Dahlila está lá fora tentando nos impedir de estarmos seguros, Helen. Ela quase me segurou para não entrar. - Diz a mulher que empurrou Dahlila.

— Não cite o nome dela aqui dentro. Esta mulher está contaminada por impurezas até a alma. Não se preocupe, ela não irá fazer mal algum. Estejam mentalmente fortes para evitá-la. - Responde Helen.

— Bom, queria pedir a todos vocês que tenham paciência, o jantar será servido em breve. E então faremos as preces, até que a escuridão se vá. - Anuncia a outra mulher, outro rosto já conhecido. Anne.

— Exatamente. Enquanto isso, aproveitem para conversar, se acalmar e principalmente, se prepararem para nossa grande revelação. Será feita durante o banquete. - Anuncia Helen, gerando outro grande burburinho.

Então, ela sai do palco, deixando apenas Anne.

— Por favor, silêncio. Por favor... - Diz ela em voz alta acalmando as pessoas. — Só queremos pedir pra se acalmarem e não fazerem perguntas quanto a esta revelação. Obrigada. - Agora é Anne quem sai do palco, indo atrás de Helen.

CHERNOBYL 3: ØRIGINSOnde histórias criam vida. Descubra agora