16. Passado

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"O seu passado... Te faz sentir dor ou alegria?"

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Mississippi, Pussycat

As ruas da cidade estão vazias. Tudo o que se vê é a névoa e o clima de melancolia.

Na quadra da escola, os corpos de Pete, Lauren e Brenda continuavam estendidos lá, envoltos em uma poça de sangue.

A Demon Charlotte caminha em direção a eles.

Ela os observa. Pete e Lauren mereciam uma segunda chance?

Mas com Brenda, a garotinha parece sentir uma certa revolta. Ela chega a cuspir no corpo da mulher.

Logo, todo o sangue que estava espalhado pela quadra, parece voltar aos corpos. Em alguns segundos, não havia mais nada de sangue pelo chão e os cadáveres, antes frios, gelados e pálidos, agora voltam a ter a coloração da pele normal.

Os batimentos cardíacos são ouvidos, a pulsação volta. Eles estavam vivos novamente.

Mas ainda não haviam acordado. Não fisicamente.

Pete e Lauren estavam juntos, em um lugar cuja claridade era tão forte que eles eram obrigados a tapar os olhos com as mãos.

Vocês dois são ótimos sobreviventes. Conseguiram se manter vivos a todo o instante. Devo parabenizá-los. - A voz da Demon Charlotte ecoa pelo ambiente.

— Quem é você? Onde nós estamos? - Pergunta Pete.

Pode me chamar do que quiser aqui. Deus, Diabo, força sobrenatural, entidade... Fica tudo ao seu dispor. - Responde ela.

— O que quer de nós? - Lauren até tenta olhar ao redor mas a luz estava realmente muito forte.

Vocês logo irão saber de tudo. Mas antes... Eu tenho que lhes contar uma história. Uma triste história de vingança... E pacto. - Diz a voz, quando, no subconsciente de Pete e Lauren, imagens vinham sendo formadas como forma de ajudá-los a entender melhor a história.

— Não é fácil conviver com as diferenças. A maioria das pessoas não sabe como é. Você é julgado por tudo o que faz. Eles não ligam se você é apenas uma menina assustada e indefesa. - diz Demon Charlotte.

— Queimem a bruxa! Queimem a bruxa! Queimem a bruxa! - Dizem os alunos da escola, eles fazem um roda ao redor da garotinha e jogam bolinhas de papel nela.

Assustada, a garotinha corre para o banheiro. Ali estava um zelador. Eles se encaram por um momento.

— E uma garota indefesa pode ser vítima das maiores atrocidades. - O homem se aproxima da menina, que solta um grito.

Momentos depois, a mãe dela, Dahlila Gyllerhall, estava ali retirando sua filha do banheiro.

— Mamãe... Eu estou com tanto medo. - Diz ela.

— Eu estou aqui, minha filha... - Elas se abraçam.

— Dahlila, na minha sala... Agora! - Diz Anne, a diretora da escola na época.

Andando de mãos dadas com a mãe pelos corredores, Charlotte olhava para os colegas de classe e estudantes da escola em geral. Eles faziam sinal de cruz com as mãos conforme ela passava.

CHERNOBYL 3: ØRIGINSOnde histórias criam vida. Descubra agora