17. Ligações

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"O futuro depende do presente. O presente é fruto do passado. Tudo que se faz no passado se colhe no futuro. É isto. Tudo está ligado."

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Ouvindo suspiros e um choro, Pete se levanta.

Ele destrava logo sua Glock, e segue andando em direção de onde vinham aqueles sons.

Pete quase atira quando é surpreendido por aquela mulher que ele havia visto, quando resgatou a menininha da casa incendiada.

- Abby... Não entra aí... Você vai correr perigo... - ele grita, mas a garota o desobedece e entra na casa.

Quando se aproxima, Pete vê uma mulher que parece estar se escondendo.

- Oi... Me ajuda... Uma garotinha entrou na casa e eu preciso salvá-la... - Ele para de falar quando a mulher se esconde na mata.

— Ei... Era você que estava no incêndio. Você se escondeu quando eu pedi ajuda. - Afirma ele, ainda mirando a arma para ela.

Coincidência ou não, aquela mulher era Dahlila Gyllerhall.

— Sim, era eu... Aquela era a minha casa. E aquela era a minha filha, Charlotte. - Diz ela.

— Você a deixou para morrer. A enfermeira me disse que ela morreu no hospital. Porque fez isso? - Questiona o caminhoneiro.

— É assim que fazemos. O ritual de purificação. Minha pequena garotinha está contaminada. Se eu fosse você, Pete, não confiaria nela. - A mulher diz, quando se prepara para entrar no que provavelmente seria uma outra sala.

— Como você sabe o meu nome? Respon... - Diz ele quando começa a sentir uma forte dor de cabeça. Novamente se ajoelhando, a dor veio mais intensa, como se algo estivesse perfurando seu crânio e chegando até seu cérebro.

As vozes reimaginadas do doutor Harris e de Helen surgem na mente de Pete. Ele não entendia o porque daquilo estar acontecendo, mas era forçado a ver e ouvir seu passado constantemente.

— Seu marido encontrou você e seu filho quase mortos em casa. O que você tem a dizer sobre isso? - Questiona o doutor Harris.

Gostaria que ele não tivesse nos encontrado. Agora tudo estaria consumado e provavelmente a peste não estaria mais entre nós. De alguma forma... Eu preciso cumprir minha parte no acordo... - Responde Helen, sua voz estava calma e ela parecia fria.

Acordo? Que tipo de acordo? Helen... Você tentou matar uma criança. Isso não pesa em sua consciência? Sequer... No mínimo de consciência que você ainda tenha? - Harris parecia indignado.

Não tente entender algo que vai além da compreensão das pessoas normais. Eles me convenceram de que... Eu estava dando a luz a um ser do mal, demoníaco... Esse... Menino... Que vocês tanto defendem, eles me disseram que eu tenho que me livrar dele... Se tudo se concretizar ele vai acabar com tudo! - Responde ela, agora perceptivelmente agitada.

Descreva quem são... "Eles"? - Questiona doutor Harris.

As pessoas nos espelhos... São eles com quem tenho conversado bastante ultimamente. E digo mais... Eles estão pensando em me levar ao mundo alternativo deles. - Responde Helen.

Eu não tentaria fugir daqui se fosse você, Helen. - Diz Harris, suspirando.

E eu não duvidaria das pessoas dos espelhos. Bom, mas chega de falar. Eu preciso ir. Mas... Diga-me doutor... Quando vão me trazer o meu garotinho? - Questiona Helen, quando Pete finalmente sai de seu transe e sua dor de cabeça some.

CHERNOBYL 3: ØRIGINSOnde histórias criam vida. Descubra agora