1.15

225 20 1
                                    

O demônio se vira, ficando de costas para mim, eu achei que ele iria me soltar, mas continuei pressionada contra o poste

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O demônio se vira, ficando de costas para mim, eu achei que ele iria me soltar, mas continuei pressionada contra o poste. Espero que ninguém veja o que está acontecendo aqui, não preciso de pessoas inocentes feridas ou mortas. Olho ao meu redor, os drogados do outro lado da rua continuam "viajando", a recepcionista do hotel está distraída lendo uma revista de fofocas e o atendente da loja de conveniência está fora do meu campo de vista.

-Você trabalha para Lúcifer, certo?

-Ah, por favor... Eu sei que pode fazer perguntas melhores que essa. -Ele fala ironicamente e em seguida se vira, me encarando.

-O que está ganhando com isso tudo? -Digo e ele dá uma gargalhada.

-Poder, minha cara. Também ganharei o reconhecimento que sempre quis e terei meu próprio exército particular de demônios.

-Trouxa... -Digo baixo, porém alto o suficiente para ele ouvir. Eu não sei o motivo, mas tenho vontade de ficar o provocando. Devo estar enlouquecendo ou apenas perdendo o medo desses otários covardes.

-O que você disse? -Ele grita irritado e me dá um tapa forte na cara. Eu dou uma gargalhada. -Seu eu pudesse, lhe ensinaria a respeitar seu superior!

-Superior?! -Dou mais uma gargalhada. -Meu bem, você não é nada mais que um pedaço de merda boiando no esgoto. -Ele me acerta outro tapa, sinto sangue escorrer pelo meu nariz. -E por que você não vem me ensinar?

Ele respira fundo, recuperando seu fôlego.

-Ordens do chefe, meu amor.

-Então termine logo seu serviço. -Continuo provocando ele.

Ele não fala nada, apenas tira uma faca do bolso traseiro e arregaça uma das mangas de sua jaqueta, fazendo um corte na palma de uma das suas mãos. Ele aperta minhas bochechas para me forçar a abrir minha boca, mas eu cuspo na cara dele, o impedindo de colocar seu sangue nojento em mim.

Consigo irritá-lo novamente, ele enxuga o cuspe na sua bochecha e me esbofeteia.

-Você tem um nome ou prefere ser chamado de trouxa?

Ele abaixa meu braço, que ainda está mantido imóvel, fazendo um corte grande e profundo. Grito de dor e agonia. Não sai nenhuma gota de sangue no corte que ele acabou de fazer em meu braço, ele continua circulando como se não houvesse machucado algum.

Ele aperta sua mão em cima do meu ferimento e pinga seu sangue dentro do mesmo. 2 gotas, 3 gotas, 4 gotas e foi pingando mais do que eu poderia contar.

Sinto meu coração disparado a ponto de ver meu peito acompanhando o ritmo acelerado dos batimentos. Nos olhos do demônio vejo meu reflexo, meus olhos ficaram por alguns segundo totalmente cinzas, porém em seguida voltaram a sua cor de costume, castanhos.

-Pode me chamar de Kalel. -Ele responde com um sorriso idiota.

Finalmente consigo retomar ao controle do meu corpo e o empurro para longe, fazendo-o cair no estacionamento do hotel. Me sinto mais forte, mais poderosa e com menos medo. Ele se levanta e vem em minha direção.

Eu dou chutes e socos nele e cada vez que faço isso ele parece ficar mais furioso e com receio de me atacar. Kalel fica caído no chão, cuspindo sangue e rindo, enquanto eu o encaro, tentando processar em minha mente e entender o que acabou de acontecer.

Escuto o barulho de passos se aproximando rapidamente. Olho para trás e vejo Dean e Sam correndo em minha direção. Me viro para onde estava aquele demônio e ele havia desaparecido. Desgraçado! Eu deveria tê-lo matado quando tive chance.

-Quem era aquele cara? -Eles perguntam ao mesmo tempo, tentando recuperar fôlego por causa da pequena corrida.

Eu conto o que havia acontecido e eles parecem tão furioso quanto eu. Subimos em direção ao quarto e rapidamente arrumamos nossas coisas para voltarmos a estrada novamente.

Dessa vez Sam se senta no banco de trás comigo, ele faz um curativo e enrola um pano no ferimento que o demônio havia feito em mim, colocando minha cabeça em seu ombro. Pelo retrovisor consigo ver Dean nos olhando, ele revira os olhos, dá um sorriso e eu sorrio de volta.

Ele continua dirigindo direto até Tucson para o caso dos metamorfos. Eu evito dormir, afinal, sei que vou ter pesadelos com Lúcifer ou Crowley, Sam também não parece querer dormir, percebo que ele está com a mente longe.

-No que tanto você pensa? -Eu pergunto mexendo nos seus cabelos.

-É... Ah... Nada não. -Ele diz nervoso.

Dean dá uma risadinha maliciosa.

-Não é nada disse que você está pensando! -Sam diz corando. Roubo um beijo dele, não consigo resistir ao som de sua risada.

-Eu te a...- Sam começa mas é interrompido por Dean.

-Chegamos princesas! -Ele diz empolgado.

Como já era de manhã decidimos parar em alguma lanchonete para tomar café e comer alguma coisa. Escolhemos a primeira que encontramos e sentamos em uma mesa perto da janela. Um garçom veio anotar nossos pedidos, porém ao olhar melhor para seu rosto percebo que ele não é um simples garçom.

Seu nome é Oliver e me paquerou durante o ensino médio inteiro, ele possuía a pele bem branco e cabelos e olhos pretos, é um pouco mais baixo que Dean. Eu nunca dei uma chance para o garoto, pois ele é bem grudento e do tipo stalker. Rapidamente escondo meu rosto atrás do menu com a intenção de me esconder.

-Eu vou querer um hambúrguer duplo com bastante bacon e essa batata especial. -Dean pede apontando para uma foto no cardápio. -Para ele um misto quente normal e para ela... É... O que você vai querer, Jen?

-Só o especial do dia. - Respondo, escondendo mais meu rosto atrás do cardápio.

-Acho que te conheço- Diz o garçom desconfiado.

-Deve estar me confundindo com out... -Eu falo mas sou interrompida quando, repentinamente, ele abaixa o menu que tampava meu rosto.

-JENNIFER! Eu sabia que iria de reencontrar algum dia. -Oliver fala e passa a mão pelo meu rosto. Eu me esforço para lhe dar um sorriso simpático, enquanto Sam e Dean se encaram, segurando as gargalhadas, com certeza irão me zoar depois. -Você está mais bonita do que antes... Mas está... É... Diferente.

Sam força uma tosse com a garganta interrompendo, finalmente, o garçom. Oliver sai de perto de nós indo atender outra mesa.

-Então, novidades do caso? -Pergunto, desviando do assunto. Eles soltam suas risadas.

-Que fofo, a Jen tem um admirador! -Dean zoa, cada vez rindo mais.

-"Você está mais bonita do que antes..." -Sam diz imitando a voz de Oliver e eles continuam rindo.

-Podem rir, eu não ligo. -Eu queria rir também mas sou muito orgulhosa, então não irei admitir que eles foram engraçados.

Blessing or Curse? (A Supernatural fanfiction) *REVISÃO*Onde histórias criam vida. Descubra agora