Benção ou Maldição? Uma tragédia causada pelo "dom" de uma garota cheia de sonhos, faz com que mude sua vida drasticamente. Sendo obrigada a desistir de tudo para sua própria sobrevivência.
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Essa história é baseada na série de televisão americana...
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Sam tira o demônio do porta malas e entra no velho galpão, arrastando o mesmo. É um lugar bastante sujo e empoeirado, parece que ninguém vem aqui à anos. Os garotos colocam o demônio sentado em uma cilada para demônios no meio do local. Ele dá uma risada diabólica enquanto me encara, esse filho da puta está me provocando!
Dean faz o primeiro corte na mão esquerda do demônio e pergunta sobre os planos de Crowley para mim. Ele não diz nada, coisa que o faz levar outro corte mais profundo. Enquanto o mais velho continua tentando conseguir algumas resposta, resolvo vasculhar o lugar. Encontro algumas ciladas pelo teto e pelo chão; há algumas estantes com livros parecidos com os que Bobby tem em sua casa e, em outras, há armas de tortura e alguns frascos com substâncias estranhas.
- Se eu fosse você, não colocaria isso tão perto do rosto. - Diz Sam se aproximando.
- Por que?
- Essas coisas são para fazer feitiços de invocamento. Tem coisas aqui que nem eu sei bem para que serve. - Ele responde, tirando o frasco da minha mão e me pressionando contra a parede. Isso seria sexy se eu não estivesse assustada com tudo o que está acontecendo.
- Olha... No estacionamento... Eu não sei porque perdi o con... - Sou interrompida por aqueles belos olhos me encarando. Ele não fala nada. Aproximo meus lábios dos dele. Ele não consegue resistir e me beija.
- Tenho uma coisa para te contar. - Digo sem graça ao terminar o beijo.
Acho que não deveria dizer o que Crowley me falou, mas não sei por quanto tempo irei conseguir esconder isso deles. "Essa é sua última chance..." escutamos a ameaça de Dean e logo fomos ao lugar onde estavam.
No cômodo, Castiel está sentando em um canto mexendo em algumas facas. Já o Winchester está irritado e sujo pelo sangue do demônio que, mesmo estando quase todo mutilado, ainda continua com aquele estúpido sorriso no rosto. Não posso negar que estou com uma enorme vontade de torturar essa criatura desprezível, mas decido não fazer nada, já que facilmente posso me descontrolar. Sam se aproxima do irmão e dá uma leve batida em seu ombro, pegando a faca de sua mão e logo assumindo a tortura.
Dean passa por mim ao sair do galpão. Eu o admiro muito e queria que ele soubesse, queria falar algo como "Você foi bem" ou "Bom trabalho", mas não sei se uma fala dessas cairia bem nesse momento. O sorriso ridículo do demônio cresce cada vez mais, o que me irrita mais ainda. Sam o rodeia e para em sua frente, enfiando a faca em sua perna.
- Certo! Eu contarei. - O demônio berra e da uma breve pausa. - Crowley já avisou-a que ela não tem escolha. - Os garotos rapidamente olham para mim.
- Era isso que iria te falar. - Digo secamente a Sam me sentando em um sofá velho.
Todos nós nos entreolhamos como se estivéssemos esperando alguém começar a perguntar ou apenas falar algo. Mas ninguém falou nada. Sam continuou com o interrogatório, mutilando mais um pouco o demônio.
- E qual é essa escolha?
- Ela só tem duas opções. Permitir seu pai ou o rei do inferno.
- Permitir o que? - Dean questiona ao retornar para o galpão, enxugando seu rosto que agora estava limpo.
- Tanto Lúcifer quanto Crowley precisam realizar um ritual para a transformação completa de Jennifer. - O anjo interrompe, levantando-se bruscamente e em seguida desaparecendo. O demônio solta uma gargalhada maldosa e Sam enfia a faca em seu coração.
- Quando você conversou com aquele desgraçado? - Dean pergunta se sentando ao meu lado. Os contei tudo.
- Me desculpem, eu deveria... - Sam não esboça nenhuma reação, ele continua em pé e de costas para nós.
- Você deveria confiar em nós. - O loiro diz exasperadamente, coisa que me deixa mais nervosa.
- Eu confio... - Digo já com os olhos lacrimejados, abaixo a cabeça e encaro o chão. - Mas é que tenho medo de ser julgada como um monstro. Pensando bem, já sou um. - Uma lágrima solitária cai de meus olhos.
Os Winchesters se encaram ainda irritados, mas parecem terem pena de mim. Eu não quero que sintam dó. Eu me levanto, coloco meu casaco e vou em direção a porta. Não digo nada e eles não dizem nada. Preciso de um tempo sozinha, mas não como da última vez. Na verdade, eu consigo cuidar de mim sozinha.
Caminho pela estrada que viemos, eu poderia ir à qualquer lugar que quisesse, mas não sinto vontade de fazer tal coisa. Eu não tenho um lugar que seja meu, um lugar ao qual eu pertenço. Simplesmente ando sem rumo, apenas para refrescar minha mente.
