Aventuras Mágicas: Sol

Fronteira Mágica

W035
Earthland
Selinarium - Região de Osphius
Cidade de Taki

  A trilha seguia por dentro de uma floresta, que se abria em uma enorme cidade, composta de diversas casas e pequenas lojinhas, todas feitas de madeira. No centro, se via o único edifício de Taki, a prefeitura da cidade, feita também de madeira, onde ficavam os líderes do Pacto de Osphius, responsáveis pelo domínio daquela região em Selinarium. Três rios cruzavam a cidade, rios que se tornavam quedas ao cair de cima da cachoeira, no sul da cidade. As pontes de madeira, facilitavam a passagem entre as diversas regiões da cidade. Um povo simples e humilde, com diversas vestes coloridas, misturados em meios as diversas raças que compunham a cidade. Humanos, elfos e pela primeira vez, para Jazz e Safira, um Orc. A aparência dos orcs causou fascínio para Safira, que observava as diferenças em relação as outras espécies, como coloração de pele, que nos orcs era preta, dentes avantajados e pontudos e diversos músculos, dando a impressão de força.

  Jazz parou no meio do caminho, enquanto Safira analisava o ambiente e questionou para Hanko.
- Onde iremos agora? - questionou Jazz, enquanto abria um mapa.
- Iremos direto para Rakinarium! - disse Hanko, empolgado.
- Vai demorar um dia e meio daqui - disse Jazz.
- Será? - Hanko deu um sorriso malicioso, aparentava ter um plano.
- O que você pretende fazer, Hanko? - questionou Safira.
- Se formos pela estrada que desce as cachoeiras, em direção ao sul, demora um dia e meio mesmo.

  Jazz ficou em silêncio. Hanko agarrou o braço de ambos e os puxou, correndo em direção ao sul da aldeia. Ao chegar no que parecia ser a beira de um desfiladeiro, sendo protegido somente por uma cerca de madeira, Jazz apreciou a vista. Era possível visualizar o fim da cachoeira, mas ele notou que haviam mais cachoeiras em direção ao sul.

- O que é isso? - questionou o Deus do Sol.
- Taki é no topo de uma espécie de escadaria rochosa. Em cada uma delas, o rio que viemos forma uma enorme cachoeira em cada descida dessas. Tá vendo a estrada alí? - questionou Hanko.
- Sim - disse Safira.
- Aquela é a estrada que as pessoas usam para ir ao sul, mas nós usaremos outra - disse Hanko.
- Qual? - Jazz estava confuso.

  Hanko usou de sua magia e lançou um turbilhão de ar, que arremessou Jazz, Safira e o próprio para o abismo, fazendo-os cair no ar.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO SEU MANÍACO? VAMOS CAIR DIRETO, AAAA, SOCORRO! - Safira se desesperou.
- Você tem um plano, não é Hanko? Me diz que tem.
- Tenho - Hanko olhou determinado.

  O garoto moveu seus braços e conduziu os ventos ao seu redor, formando redemoinhos que cresceram, se tornando furacões que reduziam a velocidade de queda do grupo.

- Jazz, segure Safira! - gritou.

  Jazz segurou a mão de Safira no ar, enquanto Hanko fazia um movimento que fazia com que os furacões os jogassem para a frente, os conduzindo para a próxima queda.

- PORQUE ESTAMOS SALTANDO DE CACHOEIRAS? - gritou Safira.
- PORQUE É O JEITO MAIS RÁPIDO! - gritou Hanko, rindo.

  E assim foi feito, saltando de queda a queda, somente voando, o que para Jazz, deu uma sensação de liberdade. Enquanto isso, Safira gritava como se estivesse sendo exposta a um perigo constante, mas bem, ela estava.

  Após doze quedas, Hanko e seu grupo se aproximavam do solo, tendo sua velocidade reduzida, para caírem no rio final das cachoeiras.

- Pessoal, se preparem, isso vai ser complicado! - disse Hanko.

  Quando iriam atingir a parte debaixo da última cachoeira, Hanko desfez o furacão e criou uma área pressurizada de ar sob o grupo, que amorteceu a queda e criou uma área sólida para pisarem.

- Vou ir expandindo até a terra - o garoto apontou.
- Entendido! Vamos Safira, acorde desse seu desmaio falso - disse Jazz, não querendo carregar Safira, que foi derrubada na área de ar pressurizado sob ela.
- Eu te odeio, Jazz - sussurrou Safira, que levantava em seguida.

  Hanko então expandiu sua zona até a terra firme, criando caminho para Jazz e Safira que correram rapidamente, sendo seguidos pelo mesmo enquanto a área ia se desfazendo.

Ao atingirem terra firme, Safira energizou seu punho com luz incandescente e socou Hanko que foi jogado na direção de uma árvore.
- JAMAIS ME JOGUE DE CIMA DE UMA CACHOEIRA DE NOVO, SEU DOIDO! - gritou em meio às lágrimas.
- Calma, calma Safira - disse Jazz, enquanto tentava levantar Hanko.
- É, pelo menos fizemos o trajeto inteiro em vinte minutos - disse Hanko.
- Onde estamos? - disse Safira, analisando a margem do rio formado pela cachoeira, que era repleto de árvores.
- Estamos próximos a fronteira de Rakinarium - disse Jazz.
- Você sente, então - Hanko sorriu.
- O que se passa aqui? - Safira estava confusa.
- Rakinarium possui uma fronteira mágica para todos os que aqui nasceram. Ao nascermos somos imbuídos de uma marca, a marca do Sol de Ferro - disse Hanko.
- Então é isto essa marca - disse Jazz, puxando a gola de seu colete, para revelar a marca no centro de seu peitoral.
- Você ainda não viu nada - disse Hanko.
- Como assim? - questionou Jazz.
- A Fronteira Mágica concede magia rakina a todos aqueles dentro da fronteira que tiverem a marca, você se sente mágico? Espere até cruzar a fronteira.

  Safira saiu andando em direção às árvores, procurando a estrada que estava evidente no mapa em que segurava. Jazz e Hanko a seguiram.

- O que você pretende fazer após retomar Rakinarium? - perguntou o garoto.
- Eu tenho algumas idéias, mas nada concreto. Posso ter magia divina, mas sou apenas um qualquer, não será nada fácil.

  Após cruzar algumas árvores, a estrada foi alcançada, que levava direto para um posto de fronteira onde havia alguns guardas com bandeiras de Mercattinarium.

- Prontos? - disse Jazz.
- Já nasci pronto - Hanko completou.
- Eu tenho outra escolha? - lamentou Safira.

  Jazz então aumentou a velocidade de seu passo, querendo se aproximar cada vez mais da fronteira mágica, onde foi abordado pelos guardas antes de cruzar.

- Parado! Identifique-se! - gritou um dos guardas.

  Jazz levantou sua cabeça, dando visão plena e ampla para seus traços rakinos e sua marca do deus do sol.

- Rakino!? Essa marca... - um dos guardas se amendontrou.
- Salvete Solaris! - um guarda maior gritou, parecia o capitão do bando.

  A marca do pescoço de Jazz se iluminou, forcando-o a dizer seu nome.

- Jazz Rekanti - Jazz sorriu com deboche, conjurando energia solar em seu punho direito, que socou o guarda mais próximo.

  O capitão dos guardas então sacou sua espada e avançou na direção do deus, que energizou sua mão e defendeu o golpe da espada com sua palma direita, socando o capitão com o punho esquerdo, lançando-o para longe.

  Quatro guardas que estavam dentro do posto de fronteira, sacaram suas espadas e vieram ao reforço de seu capitão, que levantava furioso. Safira e Hanko apenas observavam a cena, enquanto Jazz energizava seus pés, aumentando sua velocidade.

  Ele então avançou socando um dos guardas com seu punho direito, em seguida apoiando sua mão esquerda ao chão, lançando seus pés ao ar, que giraram atacando dois outros guardas. O Rakino se movimentava com graciosidade e força, se levantando após, gerando um pequeno sol em sua mão direita, impactando o mesmo no capitão, que se incendiou e foi jogado para longe.
- Cutila de Solari!

- Uau - Hanko esbanjou fascínio.
- Jazzie é bem forte - Safira debochou.
- Você também faz algum movimento desses? - questionou.
- Quem sabe, não é? - riu.

  Jazz então iniciou uma pequena corrida, em direção a estrada. O grupo seguiu o deus do sul inconscientemente, acompanhando sua corrida que avançava em direção ao seu objetivo, Solaria.

“Cada um dos nascidos em Rakinarium estão sujeitos a sentir as fronteiras mágicas, é o único fragmento dos rakinos que nos sobra.”
- Autora Desconhecida