Aventuras Mágicas: Sol

Porto da Cachoeira

W035
Earthland
Kantinarium - Deserto do Reino de Esteria

Se houvesse uma palavra pra definir aquele escorpião, seria gigante. Felizmente, o capitão não se abateu, pelo contrário, ficou feliz. O sol se pousava, dando lugar a um céu escuro e estrelado, o escorpião quase não era visível naquela claridade.

- VERME! - chamou um dos marinheiros, que era conhecido por este nome - Avise ao Rango que hoje teremos escorpião do deserto! - gritou o capitão.
- Hora de caçar! - surgiu uma garota entre aquela tripulação inteira, que os tripulantes nomeavam de filha.
- FILHA! - gritou o capitão - vá!

A menina saltou do navio, que se manteve em altas velocidade e começou a deslizar pelas areias, alcançando uma velocidade maior do que o barco, se aproximando do escorpião rapidamente. Logo ela começou a circundar o escorpião, subindo cada vez mais, envolvendo ele em areia mágica, até que ficou totalmente coberto.
- Sarena Dance: Ampulheta!

Em seguida, o capitão saltou do navio, segurando uma mão na outra e desceu com força total no topo da areia.

- Carmina Punti: Victro!

A areia da filha, havia quebrado totalmente como se fosse vidro, desmembrando o escorpião em diversas partes. O navio que continuava em alta velocidade se aproximava de ambos, então o capitão deu o sinal para os marinheiros lançarem seus arpões. Quando lançaram os arpões e começaram a recolher as partes do escorpião, o capitão segurou a filha em seus braços e saltou com força, pousando no navio que cruzava justamente naquele momento.

- Isso sim é o que eu chamo de profissionalismo - disse Hanko.
- O que aconteceu? - Safira apareceu resmungando, pois estava dormindo.
- Nosso jantar ali - apontou Jazz para os pedaços de escorpião, que eram puxados para o navio.
- Aquilo é um... Escorpião? - Safira perguntou, com medo da resposta.
- É - Jazz e Hanko foram diretos.

O capitão se aproximou com a filha próximo ao grupo.

- O que acharam do show? - perguntou a filha.
- Emocionante - disse Hanko.
- Essa é a minha filha, Sarena - disse o capitão.
- Prazer em te conhecer - disse Jazz enquanto abraçava a garota.
- Que magia foi aquela? - Hanko perguntou.
- Eu tenho a magia Arenarium di Valsatto, ou Areias da Valsa. Eu consigo modelar as areias do deserto como bem quiser, mas não consigo gerá-las - disse Sarena.
- Wooooow! - Safira se empolgou.
- E a sua capitão? - Hanko questionou.
- Minha magia é a Carmina Punti, ou Ponto da Carne. Com ela eu consigo modificar o peso das partes do meu corpo, tornando-as extremamente leves ou pesadas.
- Elfos com capacidade de magia de mudança corpórea e remodelação do ambiente, fascinante - disse Hanko.
- Você fala deles como se fossem algum espécime a ser estudado - disse Safira.
- O único espécime aqui é o Jazz - disse Hanko.
- Não me julgue por ser um Rakino, pelo menos eu tenho personalidade - debochou Jazz.
- Está dizendo que humanos não tem personalidade? - riu.
- Quem sabe, né? - disse o capitão.

Enquanto os pedaços do escorpião eram recolhidos, o capitão continuou sua conversa com o grupo por aproximadamente uma hora, até serem interrompidos pelo cozinheiro do navio, alertando que o jantar estava pronto.

O salão de jantar daquela caravela era magnífico, mesas de madeira rústica preenchiam o salão, enquanto o cozinheiro se aproximava com caçarolas cheias de diversos petiscos de escorpião do deserto. Era uma culinária nova para Jazz e Safira, que haviam comido pela última vez antes de se tornarem deuses. Ao levar o talher com o petisco assado de escorpião, Safira paralisou. Sua expressão nada mais evidenciava do que alegria, satisfação e prazer.