Aventuras Mágicas: Sol

Algemas de Solaria

W035
Earthland
Rakinarium // Arredores de Helgenon

O acampamento trouxe uma lembrança boa a Jazz, que se lembrou de seus companheiros deuses no templo sagrado. Todos estavam alegres, sorrindo e curtindo, mas todos sabiam que uma batalha estava próxima e isso era motivo de inquietação. Ao redor de uma fogueira, dúvidas surgiram, onde Aurora se sentiu obrigada a responder.

- A filha de Carlotta Vaerlina! Tinha que ser - disse Hanko, animado.
- Qual é a sua magia, Aurora? - perguntou Safira.
- A magia da maninha é deixar tudo perfeito! - disse o irmãozinho de Aurora, com um sorriso inocente.
- Deixar tudo perfeito? - a confusão atormentou o rosto de Safira.
- Eu tenho uma magia chamada Ordem. Ela me permite restaurar o universo ao seu estado de ordem, ou impedir que a ordem seja perturbada.
- Parece confuso - disse Jazz, que revelava um machucado em seu punho direito.

Aurora se aproximou dele e pegou sua mão direita.

- Posso? - questionou a rakina.
- C-c-claro - Jazz ficou envergonhado com a situação, enquanto Safira o olhava com deboche.

A rakina conjurou uma energia branca em suas mãos, que seguravam a mão direita de Jazz. O brilho branco foi dando cor a uma luz verde, que trazia uma sensação de conforto para Jazz.
- Ordem: Hiru!

Quando a luz cessou, o ferimento havia sido curado, causando espanto a Jazz.
- Existem magias muito boas - disse Hanko.
- Existem umas bem estranhas também - disse Aurora, apontando para seu irmãozinho, Yuri.
- Quer que eu mostre a eles maninha? - disse o garoto feliz.

Aurora apontou o dedo para Hanko, servindo de comando para Yuri que acumulou uma energia mágica escura em seu corpo, que se tornou uma nuvem negra que invadiu o corpo do Suiki.
- Black Cloud: Possessu!

Yuri, que então havia assumido o corpo de Hanko, fazia caretas e dava socos no ar. Após, a nuvem saiu do corpo de Hanko, que reclamava do ataque inesperado.
- A magia do Yuri é a magia de nuvens negras, ele não conseguiu descobrir mais nenhuma utilidade para ela além de possuir outras pessoas por alguns segundos - disse Aurora.
- Mas ainda sim, sou bem forte! - disse o garoto, orgulhoso.
- Quantos anos vocês tem? - questionou Safira.
- Eu tenho oito! - disse Yuri, sorridente.
- Dezenove - Aurora murmurou, enquanto jogava seus cabelos para trás.

Os assuntos aleatórios continuavam pela noite, até que todos resolveram ir dormir. Aurora havia criado uma pequena cúpula de proteção, com sua magia de ordem; Jazz dormia profundamente, enquanto roncava profissionalmente; Hanko disparava jatos fortes de vento enquanto respirava; Safira dormia igual um vagalume, brilhando.

A noite era estrelada e calma, o que assustou Aurora antes de ir dormir. Foi mencionado a "calmaria que precede a tempestade".

Os clarões do sol iluminavam o rosto de Jazz após algumas horas de sono, que acordava confiante. Aurora já estava acordada e havia preparado um café da manhã, com pedaços de pão e algumas frutas; Hanko estava empacotando os itens do acampamento e Safira estava roncando com o sol em sua face.

- Olha só quem acordou - disse Yuki cutucando o rosto do deus do sol.
- Um bom dia para fazer alguma coisa - disse Jazz.
- Tipo salvar uma nação inteira? - disse Aurora que passava próximo.
- Ou derrotar um clã inteiro - Hanko completou.
- Talvez simplesmente socar um cara mau - disse Safira, que bocejava enquanto acordava.

Jazz e Safira comiam o café da manhã feito por Aurora, Hanko terminava de arrumar as coisas do acampamento, que era nada mais do que uma fogueira e alguns panos para deitar sob as estrelas.

Após alguns minutos, o grupo já estava na estrada que ia para oeste de Helgenon, dando caminho até a capital de Rakinarium, Solaria. Aurora escondia as naturezas rakinas do grupo, dando lugar a uma ilusão forte, que enganava os guardas e soldados que cruzavam as estradas. O caminho era em meio a uma enorme floresta de árvores de médio porte, que se estendia até uma enorme clareira.

Se movendo silenciosamente, com a ilusão que Aurora havia criado do grupo, os soldados apenas visualizavam a imagem de mercantes humanos.

Após algumas horas de viagem, o sol estava forte e iluminava a cena que se via ao horizonte, a imagem de uma estátua de um guerreiro com escudo em sua mão esquerda, na direita uma espada brandida em direção ao céu. Atrás da estátua, surgia a visão de uma grande aldeia, feita de diversas casas de madeira, edifícios pequenos e rochosos, algumas torres de vigilância feita de pedras e fortemente vigiadas por soldados. Os brasões com o símbolo do Sol de Ferro, estavam cobertos por bandeiras e panos com as cores e símbolos do clã Destroya.

- Quem é aquele na estátua? - Safira perguntou.
- Rakin Rekanti - Jazz respondeu antes de Hanko ter a chance, aferindo seu conhecimento.
- Como você sabe? Achei que não conhecia nada sobre sua terra natal, Jazz - disse Hanko.
- Deixei Rakinarium aos cinco anos, para ir seguir a vida como um futuro deus do sol. Mas lembro-me até hoje de meu pai, contando as nobres histórias do grande guerreiro e conseguiu juntar as tribos e formar uma sociedade, que deu o nome a toda Rakinarium e até a própria espécie. Ele é meu tataravô - completou Jazz, surpreendendo Aurora.
- Seu clã sempre foi um dos maiores nomes de Rakinarium, Jazz, creio que eles estão orgulhosos de sua decisão.
- Eu espero, Vaerlina. Eu espero.

O grupo aumentou a velocidade do passo, alcançando os portões de Solaria, onde atravessaram sem preocupações, devido as poderosas ilusões de Aurora. O objetivo de Jazz era surgir em meio ao grande discurso que o líder do clã Destroya faria durante a manhã. O centro da cidade estava repleto de soldados do clã Destroya, moradores recém-migrados de Mercattinarium e moradores não-rakinos assustados de Rakinarium. Alcançaram o centro sem preocupação, onde Jazz tomou um bom lugar para assistir o discurso, que se iniciará em breve.

  Alguns minutos se passaram, os soldados presentes no palco assumiram posição, recebendo os generais e comandantes do clã Destroya, que assumiram posição para receber o líder do clã Destroya, que entrou em meio a aplausos e gritos de seus soldados.

  Entrou quieto e avançou em meio ao palco, onde iniciou seu discurso.

- Hoje é o dia em que podemos dizer que conquistamos duas coisas grandiosas, uma delas é o poder sobre toda magia rakina do mundo, a outra é o grande território fertil e multiuso que é Rakinarium. Meus objetivos como líder deste clã, era conquistar poder e territórios que eram nossos! Mercattinarium é nossa, Rakinarium agora é!

  O grupo estava agoniado pelas palavras do líder, que foi chamado de Senhor Petro Destroya pelos soldados próximos. Quando se deu conta, Aurora havia notado a ausência de Jazz.

- Você tem certeza que esse território é seu? - disse Jazz em tom alto, antes de uma explosão acontecer, onde em seu centro estava o mesmo, coberto de chamas solares.
- Então os rumores eram verdade, sobre um “último rakino” - disse Petro em meio ás risadas.
- Você tem três segundos para tirar esse seu corpo imundo do território que eu nasci - disse Jazz.
- Você realmente se acha no direito de exigir algo? Não nota que está cercado? Ou é cego mesmo? - disse Petro em tom debochado.
- Um.

  Jazz estava no centro de um círculo vazio, ao seu arredor estavam os soldados, guerreiros e magos do clã Destroya, peões menores, mas numerosos.
  Aurora e o grupo saltaram em direção a Jazz, ficando no centro do círculo.

- Mais insetinhos apareceram - disse Petro.
- Dois.
- Duas garotas, um garoto e uma criança, esses são seus reforços, rakino? - zombou ainda mais Petro, que levantou sua mão direita em seguida - Ataquem!
- Três - disse Jazz.

  Os soldados avançaram em monte, vindo de todas as direções possíveis, segurando espadas, lanças e cetros.
  Jazz apenas olhou e deu um sorriso. Aurora se energizou, emanando uma forte aura branca, em seguida olhou seriamente para Petro, emanando uma forte onda branca, que desmaiou todos os soldados que não conseguiram resistir a onda, deixando somente três soldados de patente menor, quatro generais do clã e os três comandantes.
- Ordem: Tranquilizar!

“Nem mesmo a magia de ordem é capaz de deter tamanha corrupção. Se tem alguém que pode fazer isso, é Jazz.”
- Aurora Vaerlina