Capítulo 1 - Meu pequeno nasceu

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Levantei da cama, abri as cortinas e vi que, lá fora, a manhã estava linda. Uma manhã perfeita para dar um passeio com meu filho, Theodore. Alisei minha barriga e, sentindo os chutes dele, já sabia que meu príncipe estava acordado.

Morava em um apartamento em frente à praia: uma bela vista todas as manhãs era sempre bem vinda. Posso contar que estava sozinha na vida, com exceção meu filhote, claro. Tinha amigos, sim, mas eram poucos e esses poucos me faziam muito bem. A Líss, por exemplo, sempre me ajudava em tudo que eu precisava. Como estava quase tendo o Theo, ela estava passando um tempo em minha casa.

Saindo do meu quarto, vi-a no sofá. Ela veio em minha direção assim que me viu.

– Olá, mamãe, como está se sentido? – perguntou enquanto alisava meu barrigão.

– Oi, bom dia. Está tudo bem, tirando esse rapazinho, que não para de me chutar – falei, também alisando minha barriga.

– Com certeza ele está com bastante fome, e você também, então preparei um café da manhã para os dois! – disse indo em direção à cozinha. Eu a acompanhei.

Tomamos o café como sempre, falando sobre nada em particular e rindo de banalidades. Assim que terminamos, lavamos a louça e fomos para sala.

Ficamos vendo uns filmes de comédia e não parávamos de rir. De repente, senti algo quente escorrer sobre minhas pernas. Assustada, olhei para Líss.

– O que foi, Laura?

– A-A minha bolsa estourou – falei, olhando-a com os olhos arregalados. Ela deu um pulo do sofá e ficou me olhando, sem reação.

– Líss! – gritei. Ela me olhou como uma cara tão espantada que, não fosse o fato de eu estar literalmente em trabalho de parto, teria dado boas gargalhadas. – Pega as minhas coisas, rápido! Precisamos ir para a maternidade! – Ela finalmente reagiu, correndo pela casa para pegar tudo o que precisávamos e, então, guiando-me porta afora.

A dor foi aumentando até ficar insuportável, e agradeci, silenciosamente, pelo trânsito estar calmo. Chegamos e rapidamente fui atendida. Nossa, como eu estava sentido dor! Pensei que não iria sentir medo, mas parece que me enganei.

Pedi para Líss não soltar minha mão por um segundo se- quer, mas, como ela não era parente, ela não poderia entrar na sala de parto. Nessa hora, pedi a Deus que me desse forças. Queria tanto que aquele cafajeste filho da mãe estivesse comi- go, só para me dar forças e ver no pequeno nascer.

Ele pode ter feito o que fez, mas, ainda assim, eu o amava. Eu só não tive coragem de ficar e sofrer mais do que já tinha sofrido com tudo o que vi.

A obstetra entrou na sala, dizendo que já estava na hora do meu pequeno sair e que eu não me preocupasse, porque ela iria me ajudar. Não conseguir dizer nada, então apenas confirmei, um pouco assustada.

- Vamos, mamãe, não se assuste e relaxe. Faça força quando eu mandar, ok? – novamente, apenas confirmei.

- Força, mamãe, vamos lá! Não desista, estou vendo que esse pequeno está doido para sair. Mais um pouco de força e... pronto.

Ela mal terminou de falar e escutei aquele choro lindo pelo qual já esperava há tanto tempo. Ela trouxe Theo até mim e pude ver aquela coisa pequenina, com cabeleira loura e os olhos azuis, iguais aos do pai, o que só me fez chorar ainda mais.

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