~Laura~
Antes de irmos para o restaurante, passamos no apartamento de Dimitri e eu me recusei a sair do carro, o que causou uma pequena discussão.
– Vamos, Laura, eu não vou demorar e não quero deixá-la aqui sozinha – ainda estávamos dentro do carro.
– Não precisa, Dimitri. Já que você não vai demorar, não tem necessidade de eu ir com você – falei. Era a segunda vez que ele me dizia isso. Não sabia o motivo de tanta insistência, mas estava começando a ficar estressada.
– E se eu demorar? Eu não vou deixar vocês dois aqui sozinhos.
– Não estamos sozinhos! Os seguranças estão bem ali, não está vendo? – Ele bufou. – Não adianta você falar mais nada. Se você não for se trocar logo, desisto do nosso almoço e volto pra casa.
Que homem mais cabeça dura! Minha paciência já estava se esgotando e Theo já estava fazendo carinha de irritado no banco de trás, em sua cadeirinha.
– É melhor você cuidar, o Theo vai começar a chorar – falei, fazendo com que ele se virasse para olhar para Theo.
– Tudo bem – disse, por fim, passando uma mão nos cabelos. – Mas nada de você sair daqui, porque, se você fugir, eu vou bater lá no seu apartamento de novo – revirei os olhos, fazendo-o fechar a cara e me olhar com uma expressão séria.
Dimitri saiu do carro resmungando algo que não pude ouvir direito, mas consegui escutar um merda que me fez rir por dentro. Que homem mais teimoso. Eu sabia que ele ficara irritado por aquele revirar de olhos. Sou má! pensei enquanto ria internamente
Após pouco menos de dez minutos, ele voltou com uma cara nada agradável. Eu sabia que ele estava fulo da vida e me segurei para não rir; ele ficava lindo quando estava bravo e sério.
– Está vendo? Nem precisei subir – falei zombeteira por trás de um sorrisinho, resultando em um olhar de você vai ver da parte dele.
Dimitri dirigiu em silêncio: claramente ainda estava remoendo a situação que acabara de acontecer. De vez em quando, ele olhava para o Theo pelo retrovisor, vendo se o mesmo estava quieto, o que era impossível para um bebê de um ano. Eu estava perdida em meus próprios pensamentos, mas, às vezes, dava umas olhadas de canto de olho para Dimitri: ele estava relaxado no banco, perdido nos próprios pensamentos, também.
Assim que chegamos, Dimitri estacionou o carro, abriu a porta para mim e pegou Theo no colo, me passando a bolsa do pequeno. Presumi que Dimitri havia feito uma reserva, porque ele falou com o rapaz que estava na bancada que pediu que o acompanhássemos. O ambiente não estava muito cheio, mas, mesmo assim, Dimitri pediu uma mesa distante das outras pessoas.
O garçom veio até nós e Dimitri pediu um vinho enquanto escolhíamos o nosso prato. Eu ainda não sabia o que pediria, mas eu tinha que o fazer.
– Já sabe o que pedir, Laura? – Perguntou Dimitri.
– Na verdade, não sei o que comer.
– Posso fazer as honras?
– Tudo bem – ele fez o nosso pedido e o garçom saiu.
Theo estava ao meu lado em uma cadeirinha própria para ele, estava batendo as mãozinhas na mesa, querendo pegar as coisas que estavam nela. Eu estava o entretendo quando Dimitri falou:
– Eu pretendo ir ao cartório para Theo poder ter meu sobrenome em seu registro – eu o olhei e assenti, sabia que isso iria acontecer.
– Quando você pretende ir até lá? – Perguntei, mesmo não querendo.
– Na próxima semana talvez, mas ainda terei que checar minha agenda.
– Está bem. Quando você resolver o dia, já sabe onde me procurar – falei encarando-o.
– Sim, eu sei – ele disse com seriedade.
O garçom chegou com nossos pratos e colocou mais vinho em nossas taças. Eu pedi uma água antes de ele se retirar e, quando ele a trouxe, agradeci e coloquei-a na mamadeira de Theo, que bebeu metade de uma vez só.
– Acho melhor você comer antes que a comida esfrie – Dimitri falou, dando sua primeira garfada e levando-a à boca. Fiquei sem ar no mesmo instante: como ele podia ser tão sexy até comendo? Jesus cristinho! Me socorre!, pensei.
– É difícil comer com o Theo agitado assim – falei, saindo do meu transe. – Ele nunca fica quieto.
– Eu fico cuidando dele enquanto você come – falou. – Só me deixe terminar meu próprio almoço – concordei com a cabeça.
Não demorou muito para ele terminar. Ele pegou Theo da cadeirinha e colocou-o em seu colo, fazendo gracinhas com ele. Tratei de comer antes que Theo desse seu show, como sempre fazia quando sentia fome. Comi observando Theo e Dimitri: as feições do Theo eram todinhas do pai. De mim, só herdou a pele branquinha.
Já estava terminado de comer quando Theo começou a chorar. No mesmo instante, parei de comer e estava pronta pra pegar ele do colo de Dimitri, que apenas me lançou um olhar. Então, eu disse:
– Ele está com fome.
– E você trouxe a mamadeira dele? – Confirmei, já tirando a mesma da bolsa.
– Pode deixar que eu dou pra ele – falei, estendendo os braços para ele me passar Theo.
– Não se preocupe. Eu faço isso, assim você termina de comer.
– Não precisa – falei. Eu estava me sentindo levemente incomodada.
– Claro que precisa – ele retrucou. – Eu dou a mamadeira para ele e você termina de comer.
– Tudo bem – dei-me por vencida, passando-lhe a mamadeira. – Mas pelo menos me deixe ajeita-lo em seus braços, tenho certeza que você não tem experiência nisso.
– Não tenho, mesmo – ele concordou, dando uma leve risada que arrancou uma de mim, também.
Ajeitei Theo em seus braços. Ele tinha parado de chorar, mas ainda estava com carinha de choro. Eu tentei não tocar em Dimitri, mas falhei. Não tinha como deixar de encostar nele enquanto ajeitava Theo e isso fez algo dentro de mim se acender. Todo meu corpo estava quente com o desejo que sentia por aquele homem.
Voltei a me sentar para terminar o almoço. Quando terminei de comer, Dimitri tinha terminado de alimentar Theo, que já havia pegado no sono em seus braços. Dimitri chamou o garçom para pedir a conta. Levantei-me e peguei Theo de seu colo, aninhando-o junto a mim. Depois que Dimitri pagou, ele pegou as coisas de Theo e saímos. Chegando no carro, Dimitri abriu a porta do passageiro, como de costume e colando a bolsa de Theo no banco de trás. Logo em seguida, entrou no carro e deu a partida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Encontrada por você
RomanceLaura Wolfe, 25 anos, formada em fisioterapia, estava de licença médica por conta de sua gravidez. Laura foi deixada grávida por um CEO, Dimitri Andrew, 28 anos, que a tempos a procura, para tentar se redimir da traição e tentar se aproximar de seu...