Capitulo 23- Bônus Igor

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Tantas vezes avisei ao cabeça de vento do Dimitri que aquelas escapulidas com Karina não iriam dar certo. Sabia que as consequências chegariam logo, mas só quando elas realmente chegaram aquele filho da mãe entendeu meus avisos. E, como sempre, a bomba caiu para mim. Não que eu estivesse reclamando, até porque tenho esse mané como um irmão.

Não demorou muito até eu descobrir Dimitri com Karina, a cobra venenosa. Eu sabia que ela era só diversão para Dimitri, mesmo ele estando com Laura. E o cabeça oca só faltou se autodestruir quando Laura o deixou, então, como eu sempre, tive que salvá-lo de suas atitudes erradas.

Ajudei-o a superar a partida de Laura, mas eu sabia que ele não a superara. Ele dizia que estava tudo bem, mas seus olhos o entregavam.

Dimitri me ligou puto de raiva, pedindo para que eu descobrisse o que fosse possível sobre a armação de Karina. Dimitri havia me contado sobre Laura ter pego eles dois e disse-me, também, que não lembrava de nada. Eu acreditava nele, não por ser seu amigo, mas porque nós já havíamos conversado e ele havia me garantido que iria contar a verdade para Laura no dia seguinte, mas o desastre aconteceu.

Eu, como um bom investigador e a pedido especial de meu amigo/irmão, estava tentando ajudá-lo como podia. Fiz tudo o que estava ao meu alcance: refiz todos os passos de Karina de quando a bomba explodiu e o que descobri me chocou, o que era sempre difícil de acontecer.

Não acreditava no que essa cobra havia feito. Liguei para Dimitri imediatamente para lhe contar as novidades nada agradáveis. No terceiro toque, ele atendeu.

– Andrew – falou.

– Cabeça de vento! – cumprimentei.

– Muito engraçadinho. O que foi? – ele perguntou.

– Tenho boas e más notícias.

– O que você descobriu? – perguntou receoso.

– Aquela mulherzinha armou tudo, mesmo. E ela sabia que Laura estava grávida também, muito provavelmente esse foi o motivo da armação toda. Sinto lhe dizer que você foi seduzido por uma serpente e dopado com um boa-noite-Cinderela.

– Mas o quê? – gritou Dimitri do outro lado da linha. – Eu não acredito nisso! Vagabunda – vociferou.

– Pode acreditar, bela adormecida – não pude deixar de rir.

– Vai se foder, Igor – esbravejou.

– Eu também te amo – respondi ainda rindo. Subitamente, fiquei sério. – Mas ainda não acabou. O pior vem agora.

– O que mais aquela cobra aprontou?

– Espero que você esteja sentado. Karina simplesmente tentou tirar o filho de Laura. Felizmente isso deu errado. Parece que ela tentou contatar Laura muitas vezes, ou saber onde ela estava, mas nunca teve sucesso. O que é muito bom. Mas enfim, eu acredito que tudo o que ela queria era ficar com seu dinheiro, meu irmão.

– Filha da mãe. Eu mato essa mulher – eu podia sentir a raiva nele.

– Eu também quero, mas você sabe que não é assim que as coisas se resolvem. O melhor que pode fazer, no momento, é contar a Laura.

– Eu vou contar, mas eu ainda quero que essa cobra pague pelo que fez.

– Dimitri, estou dizendo para você contar não só o que descobrimos, mas a verdade, desde o início – falei e ele suspirou. – Não se preocupe com o resto, vamos dar um corretivo na cobra venenosa.

– Você está certo – falou inseguro. – Reze para que tudo se ajeite.

– Você sabe que eu sempre torci por vocês – falei acalmando-o. – Mas diga tudo, pelo seu filho, antes que seja tarde e aquela louca tente fazer algo errado.

– Obrigado, Igor, não sei o que faria sem você.

– Eu sei que você não vive sem mim, amorzinho – falei afinando a voz.

– Você deveria ter esse lado de mulher – disse tirando sarro da minha cara.

– Só se você for me der uma chance – ri.

– Todas – ele entrou na brincadeira.

– Até mais, amor – falei já não me aguentando de rir.

– Tchau, minha flor – ele desligou.

Depois de nossa despedida cômica, decidi terminar minhas obrigações pendentes. Rezei para que tudo se ajeitasse com aquele casal.

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