Capitulo 19 - I need you now

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~Dimitri~

Eu não acreditava que aquela filha da mãe fizera isso. Só podia ser coisa da Karina, eu sabia. Jurava que, se ela aparecesse na minha frente, eu iria matá-la.

– Agora fodeu tudo! – pensei alto enquanto dirigia. – Merda! – gritei.

Sem saber exatamente o que fazer, fui para casa. Precisa reverter essa história. Eu não podia ter feito aquilo com a Laura. Babaca!, pensei. Na velocidade que eu estava, não demorei nem dez minutos para chegar. Estava tudo escuro no meu apartamento. Tinha esquecido que a governanta tinha pedido folga. Preparei um Whisky, puro, bebi tudo em um gole e assim o fiz mais duas vezes.

– Seu idiota! – Gritei comigo mesmo. – Como você pôde ter sido tão canalha?

Eu tinha que dar um jeito naquilo; tinha que falar com Laura novamente. Eu não iria aguentar perdê-la novamente.

Não sabia a quantidade de Whisky que tinha bebido, mas sabia que o apartamento girava e eu mal conseguia ficar em pé. Peguei a garrafa vazia e atirei-a contra a parede. Ela se despedaçou toda. Minha raiva era tanta que eu não conseguia raciocinar direito, estava até mesmo com dificuldade de respirar.

Meu estado era lastimável. Estava sentado no chão, com o olhos vermelhos, cheios de lagrimas, torturando-me mentalmente por ser um canalha filho da puta. Pensei em todas as formas e maneiras que poderia convencer Laura a me perdoar, a não ir embora novamente. Eu tinha que fazer algo, eu tinha! Mas minha cabeça estava uma merda e eu estava miseravelmente bêbado.

– Eu preciso tanto de você – falei baixo. – De sua voz ... – respirei fundo, então peguei meu celular do bolso e disquei o numero: não me importava com o horário, eu apenas precisava ouvir a voz dela.

– Alô? – ela atendeu com a voz sonolenta.

– Laura, eu preciso de você – falei, embolando as palavras.

– Dimitri? O que houve, por que está falando assim?

– Eu não sei, eu só quero você – tentei falar, mas as palavras soaram estranhas mesmo aos meus ouvidos.

– Você andou bebendo? Sabe que horas são agora? – disse alto.

– Não, eu não sei – ouvi ela suspirar.

– Diga-me ao menos que está em casa – falou com voz preocupada e eu sorri. Mesmo com tudo que eu fiz, ela ainda se preocupa. Seu idiota, gritou minha consciência, eliminando o sorriso de meu rosto e a felicidade de meu peito.

– Estou, sim. Mas eu preciso de você, nós precisamos conversar.

– Dimitri, você não está em um bom estado.

– Diz que me perdoa – implorei.

– Não é a hora de termos essa conversa. Você não está bem e eu preciso voltar a dormir.

– Não desliga, por favor, eu quero ouvir sua voz.

– Por favor, Dimitri, deixe-me desligar – suspirou. – Conversamos outra hora, eu preciso pensar... E você precisar tomar um banho e dormir.

– Você jura que vamos conversar? – perguntei parecendo criança, mas eu estava bêbado: não tem tanta diferença, não é?

– Eu vou pensar. Agora, boa noite – ela desligou sem eu ter chance de responder.

Acordei com o sol batendo na minha cara, com uma puta dor de cabeça e sem lembrar de nada, mas, aos poucos as coisas foram clareando. Depois de minutos, percebi que adormeci no chão da sala depois de ter ligado para Laura. Minhas costas estavam mais do que doloridas. Eu sabia que não deveria ter ligado, mas eu estava bêbado. Meu raciocínio estava longe, junto com a garrafa de Whisky.

Ao olhar para a garrafa despedaçada, a dor de cabeça aumentou. Ainda era bem cedo, então fui direto para o banheiro para me lavar tanto física quanto psicologicamente, se fosse possível.

Não iria trabalhar naquele dia. Do jeito que estava, precisava primeiro voltar ao normal para depois resolver o maior dos problemas: Karina. Passei a manhã pensando no que fazer, precisava dar um jeito de encontrá-la, aquela ali não me escaparia! Mas eu sabia exatamente o que fazer.

Depois de dizer a Karina que precisava muito vê-la, que estava morrendo de saudades (uma mentira), ela aceitou encontrar-me. Esperei cerca de dez minutos no quiosque, então a vi entrar. Karina era muito bonita, mas o que tinha de beleza, tinha de maldade.

– Eu sabia que viria me procurar – disse com um sorriso mais debochado do que feliz, sentando na bancada do bar.

– E é bom que saiba que seus dias estão contados – falei ríspido.

– Você um amor, como sempre, Dimitri – ela disse alargando o sorriso.

– Ainda bem que você me conhece. Mas, sem delongas, eu falei pra você não procurar a Laura.

– Mas eu não a procurei – disse chateada, obviamente mentindo.

– Não me diga que a Laura estava guardando aquela foto há anos.

– Que foto? – perguntou falsamente.

– Pode parar com o seu teatrinho de quinta, você não me engana – falei sério.

– Mas bem que você gostou daquela noite – respondeu no mesmo tom.

– Você sabe muito bem que não teve aquela noite, você sabe muito bem o que você armou para separar a Laura de mim.

– E você também vai me dizer que não se lembra das outras noites, também?

– Eu fui um idiota e um canalha por ter me envolvido com você.

– Assim você me magoa, Dimitri – disse limpando uma lágrima inexistente.

– Acho bom você começar a falar da sua armação e dar um jeito de contar tudo pra Laura – falei com raiva.

– Ah, então quer dizer que a Laura não te perdoou? Que peninha de você – disse me encarando com seriedade.

– Olha aqui, Karina, – falei pegando em seu braço – é melhor você contar toda a verdade para a Laura, se não...

– Se não o que, Dimitri? – perguntou.

– Você sabe muito bem o que eu posso fazer – apertei seu braço com mais força.

– Eu também sei brincar assim, Dimitri – disse se soltando. – É melhor você se ajoelhar para Laura, porque de mim você não vai ter nada.

Então ela foi embora, deixando-me mais puto ainda. A dor de cabeça, que tinha se dissipado, voltou com tudo. Bufando de raiva, saí do quiosque. Saí em busca de Igor: já que Karina gosta de brincar com fogo, então com fogo ela vai brincar.

Encontrada por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora