~Laura~
Eu ainda ficava doida com Dimitri. Como podia um homem ser tão irritante e gostoso ao mesmo tempo? E a cena de ciúmes que ele fez? Minha vontade era de gargalhar, mas fui forte e me segurei. Líss morreria de rir quando contasse!
Não demorou muito e cheguei ao meu apartamento. Foi praticamente impossível arrumar aquela bagunça toda enquanto cuidava de Theo, mas consegui. Ele estava cada dia mais esperto e bagunceiro: como pode um ser minúsculo bagunçar um quarto inteiro em questão de cinco minutos? Theo já estava quase andando e, quando o fizesse, desarrumaria o apartamento todo em menos de dez minutos! Sorri com esse pensamento.
Não demorei me arrumando, coloquei um short e uma blusa fresquinha, calcei uma rasteirinha e mandei mensagem pra Líss, dizendo que já estava pronta e a caminho.
A sorveteria não ficava longe, então, quinze minutos depois, já estava estacionado o carro. Peguei meu pequeno no banco de trás. Ele estava quieto, como sempre ficava depois de dar uma voltinha de carro, mas só ficaria quieto por alguns minutos. Logo avistei minha amiga sentada à uma mesa, acenando.
– Oi, dinda – falei dando-lhe um abraço.
– Oi, mãezinha preferida – ela respondeu rindo e pegando Theo de meu colo. – Me conte tudo – continuou enquanto enchia o Theo de beijos.
– A curiosidade matou o gato – falei.
– Tudo bem – riu. – Vamos comprar logo esse sorvete que quero saber todos os detalhes desse babado!
– Vamos – disse rindo. Comprei uma casquinha para mim e sorvete em um potinho para o Theo, porque ele com uma casquinha seria sinônimo de sujeira. Eu mal coloquei o pote na frente dele e duas mãozinhas já estavam sujas.
– Isso vai me dar um trabalho, depois... – Falei e Líss olhou para Theo, rindo.
– Vai mesmo, mas ele está uma graça, não é?
– Está mesmo! E parece que a cada dia cresce mais.
– Quando crescer, ele vai dar muito trabalho – falou.
– Nem me fale. Se puxar pra Dimitri, tenho pena das meninas – eu ri.
– Mas me diga, como está Dimitri?
– Lindo, possessivo e controlador. Como sempre – suspirei.
– Você ainda o ama? – perguntou colocando um pouco do sorvete na boca.
– Muito. Não pensei que ficaria assim depois de tanto tempo sem vê-lo.
– Mas me fala, já rolou algo entre vocês? – Nem precisei falar nada, meu rosto vermelho me dedurou.
– Não acredito, Laura! vocês já transaram? – ela exclamou em voz alta. Algumas pessoas olharam pra nós.
– Fala mais baixo, sua louca – ri. – Não transamos, não, foram só alguns beijos, mas chegou perto.
– Sua safada! – Ela disse rindo.
– Ah, nem sou – falei envergonhada.
– É sim! Você não perde tempo, né – ela disse, então caímos na gargalhada. Contei tudo o que tinha acontecido, até o ataque de ciúmes do Dimitri.
– Mentira – ela estava incrédula.
– Sério. Com certeza ele pensou que você fosse algum homem.
– Normal do Dimitri – falou. – É capaz de ele sentir ciúmes até do Theo por ele passar tanto tempo com você – eu ri de seu comentário. Pensava a mesma coisa.
Passei bastante tempo com Líss jogando conversa fora. Assustei-me quando olhei no relógio e vi que já eram quase sete horas. Como o tempo tinha passado rápido! Deixei Líss em casa, porque ela havia ido de táxi, e voltei para meu prédio. Assim que apertei o botão do elevador, as portas se abriram e, antes que eu pudesse fechá-las, um anjo entrou. Olhos muito verdes me olharam dos pés à cabeça de uma maneira que me deixou sem jeito. Ele era muito lindo, com cabelos loiros e músculos definidos. Eu nunca havia o visto antes.
– Boa noite – ele falou. Educado, pensei.
– Boa noite – retribuí.
- Eu me chamo Caio, sou novo no prédio – ele me estendeu a mão.
– Ah sim, seja bem vindo – apertei-a. – Eu sou Laura e esse é meu pequeno, Theo.
– Como vai, Theo? – ele falou para ele, que virou a cara. Caio riu. – Acho que ele não gostou de mim.
– Deve ser birra dele – falei.
– Tenho certeza que puxou ao pai.
– Sim, tem o gênio forte do pai. – E como tem, pensei. Theo, quando não gostava de alguém, não adiantava fazer nada.
– Bom, eu fico nesse andar – ele falou quando as portas se abriram. – Então até logo, Laura.
– Até mais! Filho, dê tchau para o Caio – estendi as mãozinhas dele para acenar, mas Theo nem ligou.
– Acho que não vai ser dessa vez – ele disse.
– Parece que não – sorri.
– Tchau, Laura. E boa noite – acenou rindo enquanto as portas se fechavam.
Assim que entrei no apartamento, deixei as chaves em cima da mesinha e rumei para o quarto de Theo para lhe dar um banho. Fiz o mingau dele e o coloquei pra dormir. Quando Theo pegou no sonho, tomei um banho pra relaxar: era a única hora de sossego que tinha. Fiquei na banheira por um tempo, pensando na tarde que passara com Dimitri. Aquele ser cheio de músculos estava me enlouquecendo. Eu me derretia apenas com um olhar e com suas palavras me incendiavam.
Pensei na birra de Theo no elevador e concluí que só podia ser ciúmes, herdados do pai, diga-se de passagem. Eu tinha certeza que teria dor de cabeça em dobro com esses homens da minha vida.
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Encontrada por você
RomanceLaura Wolfe, 25 anos, formada em fisioterapia, estava de licença médica por conta de sua gravidez. Laura foi deixada grávida por um CEO, Dimitri Andrew, 28 anos, que a tempos a procura, para tentar se redimir da traição e tentar se aproximar de seu...