Capítulo 3 - Coisa do destino

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~Dimitri~

Hoje o dia não estava bom para mim. Na verdade, desde o dia em que Laura foi embora, nada tinha sido a mesma coisa, minha vida não era a mesma coisa. O dia não tinha começado bem: meu contrato de negócios tinha sido um fiasco. Não que fosse fazer diferença na minha conta bancária. Dinheiro não me faltava, já que sou um CEO, mas nunca gostei que meus contratos tomassem esse rumo.

Decide ir dar uma volta para esfriar a cabeça, então avisei para Louise, minha secretária.

– Louise, preciso que cancele algumas coisas por agora.

Vou sair e não sei se irei voltar. Qualquer coisa me ligue.

– Tudo bem Sr. Andrew, eu cuido de tudo por aqui.

– Obrigado – fiz um pequeno aceno com a cabeça e saí.

Ao chegar no estacionamento, peguei meu R8 e sair rua afora, sem rumo. Pensei em Laura. Como ela está agora? Será que está com outro? Esse pensamento me fez ficar mais irritado, então logo o tirei da cabeça. Precisava relaxar e ficar em paz. Avistei um parque onde poucas pessoas estavam, então estacionei o carro e saí para dar uma caminhada.

Dei uma volta pelo parque para ver se relaxava. Depois de um tempo, resolvi ir embora, mas parei de repente quando vi aquela bela mulher.

Cabelos loiros, olhos castanhos, quase mel. A vontade que eu tive de correr e beijá-la foi enorme, mas me segurei quando vi que ela segurava um menino lindo nos braços. Pele branca como a da mãe e olhos azuis como o meus. Por um instante pensei – até desejei – que aquele rapazinho lindo fosse meu. Mas não poderia ser, Laura com certeza teria me dito se estivesse grávida.

Aos poucos, fui chegando e percebi que ela estava sem reação.

– Oi – foi tudo o que consegui dizer enquanto olhava em seus belos olhos.

~Laura~

Juro que tentei falar mais alguma coisa, mas tudo o que consegui dizer foi:

– Oi, Dimitri – minha voz saiu como um sussurro.

– Vejo que resolveu voltar. E com uma criança – sua voz soou um pouco ríspida no final.

– Na verdade eu nunca saí daqui – respondi no mesmo tom ríspido.

– Então porque não me procurou? Nem sequer me ligou – falou com certo desespero na voz

Eu não acreditei no que estava ouvindo. Ele que deveria ter me procurado! Eu não queria trazer esse assunto à tona, mas, naquele momento, fui incapaz:

– Eu lhe procurar? Você que deveria ter me ligado, ou sei lá o quê! – falei um pouco alto demais – Foi você quem me traiu! – gritei, o que acabou assustando Theo, que começou a chorar. Abracei-o e tentei acalmá-lo.

– Você não me deixou tentar explicar – Ele rebateu.

– Você queria me explicar o quê? Eu vi com meus próprios olhos – falei, sentindo meus olhos lacrimejarem. Segurei minhas emoções para não começar a chorar.

– Mas eu precisava lhe dizer. Você sabe que eu nunca teria coragem de lhe trair. – Ele olhou em meus olhos. – Você sabe que eu sempre te amei e ainda amo, eu nunca magoaria você - Continuou.

– Mas magoou – eu disse em um sussurro.

Eu queria acreditar no que ele dizia, mas aquelas cenas não saiam da minha mente. Como eu podia confiar se, no dia em que eu iria lhe contar que estava grávida, eu o vi deitado com outra?

Pensar em tudo que aconteceu fez eu me sentir sufoca- da. Eu precisava sair dali, sair de perto dele.

– E-Eu... – gaguejei, colocando Theo no carrinho – Desculpe-me, mas preciso ir.

– Laura, deixa eu falar como você. Agora que eu te encontrei, você vai sair assim, sem mais nem menos? – Eu já tinha virado-lhe as costas quando ele disse isso – Por favor, fica.

– Ele pediu, mas eu não podia.

– Eu preciso ir, Dimitri, por favor – implorei, então ele apenas confirmou com a cabeça.

– Ele é meu, não é? – Ele perguntou, o que me fez ficar paralisada. Olhei para ele por cima de meu ombro.

– A criança. Ela é minha? – Ele falou com tanta firmeza que tive um impulso de responder que sim, mas apenas olhei em seus olhos e saí, empurrando o carrinho de Theo.

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