~Laura~
Quando Dimitri entrou e fechei a porta, eu não sabia o que fazer. Ele ficou um tempo analisando o apartamento e por fim falou que o mesmo era ótimo, então eu apenas confirmei e acabei falando que Theo adorava ficar se arrastando por aí.
Claro, ele perguntou quem era Theo. Ele iria perguntar, eventualmente. Depois disso, ficamos em silêncio e percebi que ele estava inquieto. Ele passou as mãos no cabelo, sempre fazia isso quando estava nervoso. Eu sabia que a qualquer momento ele iria me encher de perguntas, então resolvi quebrar o silêncio.
– Pode ficar à vontade, Dimitri. Quer beber algo? Eu estava preparando algo para comer – falei.
– Me perdoe, Laura, eu não sabia que você estava ocupada.
– Não tem problema. Pode se sentar, quer que eu lhe traga um suco? – Perguntei.
– Eu prefiro lhe acompanhar. Nós precisamos conversar. Precisamos mesmo, pensei.
– Tudo bem, então.
Ele me acompanhou até a cozinha e sentou-se na bancada. Eu lhe ofereci um copo de suco. Não tinha o costume de comprar vinhos ou outras bebidas alcoólicas. Ele pegou o copo e agradeceu. Terminei de preparar meu sanduíche e perguntei se ele queria um, também, mas ele balançou a cabeça em negativa.
Comi incomodada com aquela situação toda. Ele não parava de me olhar e estava só esperando eu terminar de jantar para dar o bote.
– Laura, me perdoa, eu sei que... – mas eu não deixei ele terminar.
– Dimitri, é melhor você parar por aí e dizer logo o motivo dessa sua visita. – Ele ainda aparentava estar nervoso.
– Por que você não me disse que estava grávida? Por que não me procurou? E não adianta você dizer que ele não é meu filho, porque eu sei que é. Você sabe que poderia ter ligado, sabe que eu teria ajudado com tudo.
– Quer saber? Theo é seu filho, sim – notei que seus olhos brilharam. – E sabe o motivo de eu não ter te contado, Dimitri? – Senti as lágrimas se formando. – Porque no dia em que eu ia lhe dar essa notícia, eu encontrei você com uma vagabunda NA SUA CAMA – terminei, já gritando.
Os olhos dele escureceram e vi seu rosto se contorcer de raiva.
– Eu não dormi com ela, Laura! – Ele revidou no mesmo tom de voz.
– Dimitri! Eu vi com os meus próprios olhos. Ninguém precisou me falar nada, eu vi! – Eu estava sentindo tantas emoções que não sabia dizer se estava explodindo de raiva ou de alguma outra coisa.
Dimitri veio andando até mim e, a cada passo para frente que ele dava, eu dava um para trás, até que bati as costas no armário.
– Laura. Eu vou provar pra você que eu não fiz nada daquilo, que foi tudo armação para nos separar! – Ele falou tão próximo de mim que, em seus olhos, eu podia ver sua raiva, toda sua dor.
Congelei com sua aproximação. Meus olhos foram magneticamente atraídos para seus lábios carnudos e ele fez o mesmo. Eu sentia sua respiração em meu rosto e estava louca para beijá-lo e tocá-lo, mas um choro familiar atingiu meus ouvidos e rapidamente voltei a mim.
– Dimitri, acho melhor você ir – falei me afastando. – Eu preciso cuidar do Theo e preciso ficar sozinha.
– Eu posso vê-lo? – Ele perguntou. – Ele também é meu filho.
Eu apenas o olhei rapidamente e fui atrás do meu pequeno. Entrei no quarto e Theo estava esperneando, ele devia ter acordado com os gritos. Peguei para acalmá-lo e, assim que envolvi em meus braços, Theo parou de chorar e estendeu as mãozinhas para a porta, fazendo-me olhar para trás. Dimitri estava ali parado e Theo o chamava sem parar. Dimitri veio até nós e o pegou no colo, começando a mimá-lo.
– Oi, garotão – falou para ele. – Sabia que eu sou seu papai? – Os olhos de Dimitri brilhavam e, como se Theo entendesse, bateu palminhas e o abraçou.
A cena me fez ficar emocionada, mesmo com o ocorrido há minutos atrás. Limpei uma lágrima antes que ela caísse e fiquei admirando os dois homens mais lindos do mundo; os dois homens que eu mais amava.
Dimitri ficou com Theo até que ele pegasse no sono novamente, então o entregou a mim para que eu o colocasse no berço. Ele saiu do quarto e eu fui atrás sem falar nada, apenas admirando aquele homem maravilhoso.
– Dimitri, você precisa ir. Você trabalha e eu preciso descansar. – falei.
Ele concordou e eu levei-o até a porta. Antes de sair, ele pegou em meu rosto e beijou minha testa, pegando-me de surpresa. Senti meu corpo ficar mole e minhas pernas bambearem. Por fim, ele disse:
– Eu vou provar para você que tudo aquilo não passou de uma armação.
E, assim, ele foi embora. Fechei a porta, deixando-me cair atrás da mesma e comecei a chorar por tudo que tinha acontecido.
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Encontrada por você
RomanceLaura Wolfe, 25 anos, formada em fisioterapia, estava de licença médica por conta de sua gravidez. Laura foi deixada grávida por um CEO, Dimitri Andrew, 28 anos, que a tempos a procura, para tentar se redimir da traição e tentar se aproximar de seu...