Capítulo 4 - Descobrindo a verdade

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~Dimitri~

Com apenas aquele olhar, pude perceber que aquela criança era minha. Eu não acreditava que ela o escondera de mim. Como ela pôde? Mas eu decidi ir atrás dela e de meu filho, eu merecia estar junto dele, também. Peguei meu celular e disquei o número.

– Alô, Igor?

– Oi, Dimitri, pode falar.

– Preciso que faça um favor para mim – falei. Igor era investigador e um grande amigo, também. Expliquei a ele o que eu queria, então agradeci e desliguei. Fui embora para resolver o que tanto me perturbava.

***

~Laura~

Mal cheguei em casa e as lágrimas já começaram a cair, sem piedade. Aproveitei que Theo estava dormindo e fui tomar um banho. Passei meia hora embaixo do chuveiro tentando dissolver aquele encontro. Eu sabia que ele viria atrás de mim, mas o que eu poderia fazer? Sabia que Dimitri, de uma maneira ou de outra, descobriria Theo. Eu sabia que meu pequeno sentia falta de um pai, além de eu precisar de ajuda para cuidar dele.

Mas não iria dar o braço a torcer. Se ele quisesse saber de Theo, que me procurasse. Terminei o banho e resolvi ligar para Líss. Precisava falar com alguém.

– Oi, Laura, aconteceu algo?

– Oi, Líss. Aconteceu, sim. Encontrei com o Dimitri no parque... na verdade, fui encontrada por ele – falei de uma vez.

– Você está bem? O que vai fazer agora? – Ela perguntou, toda preocupada. Líss sabia do que tinha acontecido.

– Estou sim. Eu não posso fazer nada, principalmente porque ele perguntou sobre o Theo.

– Como assim, Laura? – Ela perguntou, confusa.

– Ele perguntou se Theo era filho dele – suspirei.

– E você contou pra ele?

– Não, não. Consegui fugir. Mas eu sei que ele me procurará, eu o conheço. – E como conheço, pensei.

– Hm. Tudo bem, você precisa de alguma ajuda?

– Na verdade você já me ajudou, e muito, ao me ouvir. Sinceramente, estou perdida.

– Eu entendo. Você sabe que pode contar comigo sempre, não é? Amigos são para essas coisas – ela falou, por fim.

– É claro que eu sei, Líss, você foi meu anjo da guarda esse tempo todo – falei e escutei a risadinha que ela deu em resposta, seguida de um choro que conheço de longe. – Líss, eu preciso desligar. Theo acabou de acordar.

– Tudo bem, flor, qualquer coisa me liga depois, está bem?

– Pode deixar, beijos. – desliguei.

Depois que Theo acordou, dei um banho e o alimentei. Passei a tarde brincando com meu príncipe, que a cada dia estava mais esperto e lindo. Era quase sete horas quando meu pequeno foi dormir. Ainda bem que, em relação ao sono, ele não me dava trabalho.

Estava na cozinha preparando minha janta, exausta de- pois de um dia cheio , quando ouvi baterem na porta. Não estava esperando visitas, especialmente nesse horário. Me perguntei quem seria, sabendo que não era Líss, já que a mesma disse que trabalharia naquela noite. E, mais uma vez, bateram.

– Será que a criatura não sabe esperar? – Falei com impaciência. – Já estou indo! – Abri a porta e não me surpreendi quando vi aquele paredão de músculos me esperando.

– Posso entrar? – Perguntou ele.

– Como você me achou? Anda me perseguindo? – Perguntei.

– Você sabia que não iria escapar de mim. – E ele não respondeu minha pergunta. Vi que a noite seria turbulenta.

– Vai me deixar entrar? – Apenas abri mais a porta pra ele passar.

Esse homem de costas é um pecado, pensei. Calma, Laura, nada de pensamentos pecaminosos!. Respirei fundo e fechei a porta.

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