Out Of Control - Peter Parker [concluída]

18

|Calliope Morgan|

Senti meus olhos se encherem de lágrimas assim que abri a mensagem do abutre. Ele havia me mandado uma foto de April amarrada e amordaçada. Eu estava a uns dois dias procurando como uma louca por ele. E, bem, eu acabei descobrindo algumas coisas, como por exemplo, ele vai roubar a torre dos vingadores. Tony me disse que estavam de mudança, que iriam fazer isso o mais rápido e silenciosamente possível, para evitar tentativas de furto, até porque Stark tem umas coisas bem legais naquela torre. Eles estão se mudando para o norte do estado de Nova York, para uma base maior e mais tecnológica. Descobri também que Liz não tem ideia de quem seu pai é, e eu fiquei com certo peso na consciência de mentir para ela, mas não posso contar quem sou e que seu pai é um super vilão, posso? Eu acho que não seria legal ela ouvir isso de mim.
"O que você quer de mim?"
Cliquei em enviar, vendo a mensagem ser visualizada enquanto minhas mãos tremiam. Eu estava na escola, escondida no banheiro, não podia deixar ninguém ver, não ainda.
"Eu quero que você saia do meu caminho!"
"Mandei você se afastar, mas não acreditou em mim. Vamos ver se agora você me leva a sério, Pixie girl"
Uma lágrima escorreu por meu rosto. April está passando por coisas terríveis e a culpa é minha!
"Eu faço qualquer coisa, só a deixe ir embora"
Eu sou uma péssima irmã. Uma péssima filha. E uma péssima heroína!
"Eu a deixo ir, com uma condição"
"Quero você em troca, assim saberei que você não irá mais se meter nos meus planos"
Suspirei, tentando segurar todas as lágrimas que queriam escorrer naquele momento. Aquilo era minha culpa, e mesmo se não fosse, eu trocaria de lugar com a April. Ela é minha irmã mais nova e eu faria qualquer coisa para proteger minha família.
"Eu troco, mas por favor não a machuque"
Deixei minhas costas escorregarem pela parede do box do banheiro em que eu estava. Abracei minhas pernas, chorando o mais silenciosamente que podia.
"Assim que sair da escola, vá direto para casa. Entre em seu quarto e tranque tudo. Alguém estará te esperando lá"
"Agora volte para suas aulas e não conte nada para ninguém, ou eu irei te mandar o dedo de April e a troca não será feita!"
O número ficou off-line. Suspirei, na falha tentativa de me acalmar. Passei as mãos com força sobre o rosto, limpando as lágrimas. Olhei para a privada atrás de mim, vendo a água borbulhar. Escutei uma chuva forte começar e eu tinha certeza que eu estava a provocando. Lavei o rosto e sai do banheiro, voltando para a aula de história, onde eu encontrei Peter e Ned fazendo anotações.
— Você está bem? — Peter sussurrou assim que me sentei em sua frente.
— Estou, eu só estava com cólica, a enfermeira me deu um remédio- menti, sentindo meus olhos arderem e meu coração apertar.
— Me encontra depois da aula no topo do nosso prédio? — ele perguntou enquanto anotava alguma coisa que estava na lousa.
— Não vai dar, eu tenho que fazer umas coisas em casa — Suspirei — mas eu te ligo depois.
Ele assentiu, voltando a prestar atenção na aula, enquanto eu bolava algo para deixar para ele todas as pistas que eu tinha.

***
Respirei fundo enquanto subia as escadas de minha casa. Confesso que eu estava com muito medo. Não sei pelo que April estava passando, mas eu faria qualquer coisa para ela ter a sua liberdade. Segurei a maçanetas meu quarto, e quando estava prestes a roda-lá, vi tulip correr até mim.
— Callie! — ela gritou abraçando minha cintura — Vem assistir desenho comigo?
Senti minhas pernas falharem e o ar fugir de meus pulmões. Meu coração apertou e tudo que eu pude fazer foi pegar a garotinha no colo e a abraçar com todo o amor que eu tinha por ela.
— Pequena, a irmã tem que fazer uma coisa agora — disse escutando minha voz falha — Eu não vou poder ver desenho com você, mas se eu pudesse, juro que veria.
— Por que você não pode? — ela perguntou manhosa, abraçando meu pescoço.
— Eu tenho que fazer uma coisa importante agora, mas eu te amo muito e prometo que assim que voltar para casa eu assistirei desenho com você — disse baixo, sentindo uma lágrima solitária escorrer por meu rosto — Okay?
— Promete? De dedinho? — ela perguntou quando eu a coloquei no chão, esticando seu mindinho estendido.
— Prometo! — Forcei um sorriso, enroscando meu mindinho com o dela.
Tulip sorriu, passando por mim correndo e descendo as escadas. Eu respirei fundo outra vez, tentando me acalmar. Abri a porta do quarto, vendo o ambiente vazio, apenas com a janela aberta.
Mas eu não deixei a janela aberta!
Torci de todas as formas para ser Peter me esperando, mas infelizmente não era. Assim que pisei no quarto e tranquei a porta, um homem negro e com um aparelho de choque no braço saiu de meu banheiro. Ele sorriu divertido com a minha expressão de medo.
— Não parece tão corajosa sem sua roupa e seu amigo comedor de mosca não é mesmo? — Ele disse caminhando para perto de mim — Pronta para ir?
— Cadê minha irmã? — Perguntei com a voz trêmula.
— Ela vai ser solta, assim que você for presa — Assenti.
— Posso deixar uma carta? — Perguntei rápido — Para o aranha e para minha família? Para explicar o que aconteceu, para eles não virem atrás de mim...
— Pode, mas eu vou ler tudo o que você escrever. Não tolero gracinhas!
Assenti, jogando minha mochila no chão, pegando meu fichário e arrancando duas folhas de lá. Escrevi uma carta para Peter e uma para Nicholas. Explicando e deixando o máximo de coisas escondidas que eu podia. Quando acabei entreguei as duas cartas para o homem atrás de mim as ler.
— Posso ir no banheiro antes de irmos? — perguntei — eu vou estar aqui — aprontei para a porta no canto do quarto.
— Rápido, você demorou muito escrevendo isso!
Assenti andando rapidamente até o banheiro, onde peguei meu celular e liguei para Peter. Liguei a torneira, para garantir que o homem não me escutaria. Falei para Peter confiar em mim e que eu o amava. Desligue antes que ele pudesse fazer muitas perguntas. Desligue o celular e sai do cômodo. O homem me esperava com um sorriso no rosto.
— Eu vou deixar as cartas no quarto da frente — eu disse pegando os papéis em cima da escrivaninha — ninguém vai me ver — Ele fechou a cara — Pode me olhar, não vou fazer nada, é a porta da frente. Meu irmão está no banho, ele não vai me ver...
— Rápido!
Eu abri a porta do meu quarto o mais rápido que pude. Abri a porta de Nick, suspirando aliviada ao ver que ele realmente estava no banho. Deixei as duas cartas em cima da sua cama, sentindo o coração apertar. Nicholas sempre entrava no chuveiro depois da escola, quando meus outros irmãos não estavam em casa ainda. Fechei a porta do meu quarto, assim que pisei no cômodo novamente.
— Deixe celular e tudo de eletrônico ou rastreável aqui! — ele ordenou. Coloquei meu celular e meus fones de ouvido em cima da cama, esvaziando os bolsos — Espero que não tenha medo de altura!
— O que você...
antes que eu pudesse responder, senti algo se chocar contra minha cabeça, fazendo-me apagar.