Out Of Control - Peter Parker [concluída]

17

|Peter Parker|

Calliope fechou a porta do quarto dando um longo suspiro, fazendo o cabelo que caia sobre seus lábios voarem para os lados. Eu sorri com a cena. Suas bochechas ainda estavam um pouco avermelhadas por causa de todas as perguntas e comentários de suas irmãs sobre nós. As minhas bochechas provavelmente também estavam vermelhas, mas isso não importava. Callie caminhou até mim, se sentando ao meu lado em sua cama.
— O que vamos fazer sobre? — perguntei vendo seu olhar confuso.
— Sobre nós ou sobre o abutre ser o pai da Liz?
— Sobre os dois — respondi vendo-a se jogar para trás na cama, encarando o teto.
— Eu não tenho ideia — Ela suspirou — não podemos simplesmente colocar nossos uniformes e ir prender o cara sem nenhum tipo de prova. Precisamos de um plano primeiro.
Confesso que queria discutir sobre nossa relação, mas isso realmente era mais importante no momento.
— Você disse que estão observando sua casa — Disse fazendo-a me olhar — talvez possamos ir até lá e fazer os caras falarem.
— De novo, nós não temos provas, e se eles não estiverem me observando e apenas estiverem parados ali? Não temos como garantir.
— Eu só estou preocupado — bufei me levantando — Eu te entreguei...
— Eu já disse que isso não foi culpa sua — ela ficou de pé em minha frente — e Peter, eu sei me defender.
Calliope sorriu, mostrando-me seus dedos flamejantes. Não pude deixar de sorrir também. Ela é incrível, estou tão apaixonado por Callie. Ela se aproximou, passando os braços por meus ombros, enroscando-os em minha nuca. Ela sorriu mais quando passei os braços por sua cintura. Observei os olhos verdes de Calliope, vendo que eles possuíam um tom azulado e que eles brilhavam. Os olhos dela sempre brilhavam e eu amo isso. Ela aproximou seu rosto do meu, ficando nas pontas dos pés. Callie me puxou para frente, selando nossos lábios. Eu sorri entre o beijo, esperei tanto tempo para tê-la em meus braços que era impossível não sorrir. Antes que o ar pudesse acabar, o celular dela apitou, indicando uma nova mensagem, fazendo-nos nos separar.
— Parece que não vão nos deixar em paz — Ela riu, saindo dos meus braços, caminhando até a cama. Ela pegou o celular, travando em seguida — Peter...
caminhei até ela, pegando o aparelho de suas mãos que tremiam. Olhei para a tela, vendo uma mensagem de um número desconhecido. As mensagens "fique fora do meu caminho" e "estou de olho em você" brilhavam sobre uma foto tirada a poucos minutos de Nicholas assistindo televisão no andar de baixo. Callie me olhou nervosa antes de correr para abrir a porta do quarto.
— Nick?! Onde você está? — Ela gritou da beira da escada.
— Na sala, assistindo série — Ele respondeu — Precisa de algo?
— Não, eu já consegui — Ela mentiu — obrigada! — Ela me olhou assustada — Peter, o que vamos fazer? Eles estão de olho, mas não posso... eles... minha família...
— Calma, eu vou dar um jeito! — a abracei — Não vou deixar nada acontecer!
— Droga! Droga! Droga! — Ela esbravejou. Calliope saiu de meus braços e pisou duro até o banheiro de seu quarto, onde pude ver que sua mão estava azul. Congelada — Eu odeio isso! Odeio o que posso fazer! Odeio o fato de minha família estar sofrendo as consequências, de novo!
Ela usou o cotovelo para abrir a torneira e só então percebi que sua outra mão estava vermelha, ou seja, quente, muito quente. Nunca tinha visto ela ter duas reações opostas ao mesmo tempo. Ela colocou as duas mãos sobre a água que caia, fazendo a fumaça subir da mão que estava vermelha, por causa do ponto de ebulição.
— Fogo e gelo juntos, essa eu nunca tinha visto — Comentei.
— Stark disse que com a diminuição da fórmula eu ia ter menos controle, então  talvez a mistura de sentimentos formassem coisas novas — Ela explicou — Mas eu também nunca tinha passado por uma mistura.
— E quais são os sentimentos?
— Raiva — ela ergueu a mão vermelha — por não poder fazer nada sobre a ameaça contra minha família — ela trocou as mãos de posição, levando a vermelha para baixo da água e levantando a azul, mostrando seus dedos ainda congelados — Medo pelo que pode acontecer a aqueles que amo — Ela suspirou — Apólo quer entrar no quarto, abre a porta por favor?
Franzi a testa. Nunca ia me acostumar com isso. Abri a porta vendo um gato branco entrar e correr para se enroscar na coberta jogada em cima da cama. Apólo. Em poucos segundos ele já estava adormecido e quase invisível entre a coberta. Callie saiu do banheiro, fechando a porta atrás de si. Ela enxugou as mãos na calça que usava, sorrindo fraco para o bixano adormecido.
— Como você sabia que ele queria entrar? Eu não ouvi nenhum miado.
— Eu meio que criei uma ligação com eles, posso saber onde estão e o que estão pensando. Loucura eu sei! — suspirou — acho que por eu tê-los os adotado... não sei, mas posso te dizer que Artemis está pensando o quão confortável é o colo de Isaac.
— Você é incrível! — Sorri sentido o sangue subir para minhas bochechas — Sei que não é muito nosso estilo, mas quer ir ao baile comigo?
— Pensei que nunca fosse perguntar — ela sorriu. Novamente nós estávamos a poucos centímetros um do outro, eu já podia sentir sua respiração bater em meu rosto, quando senti meu bolso vibrar, seguido por uma música alegre. Eu definitivamente tenho que trocar de toque! Callie suspirou — Parece que não é mesmo a nossa noite.
Sorri envergonhado pegando o aparelho no bolso de trás da minha calça, vendo o nome de May brilhar sobre uma foto de rosto de minha tia.
— Esqueci de avisar a May que estava aqui! Ela vai me matar! — Passei a mão pelo cabelo antes de atender — Oi May... eu sei... já estou indo pra casa... estou chegando... a gente já conversa... ok, a gente pode pedir comida tailandesa.... tchau May, também te amo!
— Acho melhor você ir — Callie sorriu fraco — May deve estar preocupada.
— É, eu já vou — Suspirei pegando a máscara caseira de cima da cama — qualquer mensagem ou qualquer coisa suspeita você me liga, independentemente das horas, Okay?
— Okay — Ela suspirou — Tchau Peter.
— Até amanhã Callie — me inclinei e a dei um selinho antes de vestir a máscara e sair por sua janela.
Aí. Meu. Deus.
Eu me despedi de Calliope com um selinho, mas ela ainda é minha amiga, mas a gente se beijou... o que eu fiz, ela vai me achar louco, ou não? Talvez seja coisa da minha cabeça. É, é tudo coisa da minha cabeça! Espero que seja tudo coisa da minha cabeça.