11 - Confiança.

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- De forma alguma! Não, nem pensar! – Alexandre protesta ao telefone. – Bianca não dorme fora de casa, a não ser na casa da madrinha. Essa ideia está fora de cogitação.

- Ah, qual é!? – Digo tentando ser paciente. – É uma noite das meninas, vamos assistir romances clichês, comer pipoca, chocolate e fazer fofocas. Deixe ela vir. A Bia precisa disso.

- Eu sei muito bem do que a minha filha precisa, não preciso de você para me ensinar. E ela não precisa dormir na casa de uma estranha.

- Estranha? – Fico perplexa e furiosa. - Uma estranha que você veio pedir socorro? Uma estranha que jantou na sua casa no último domingo? É isso que você me considera? Por favor Alexandre! Pois saiba que você também é um estranho e não sei o que pode fazer com a Aby! Por tanto, a partir de hoje ela não pegará mais caronas com você e muito menos vai dormir na sua casa!

- VOCÊ ESTÁ ME ACUSANDO DO QUE QUÊ? – Ele grita ao telefone, parecendo descontrolado.

- Eu? Não estou acusando de nada. – Esse homem realmente me irrita. Sentada no sofá, Aby faz uma cara de dor e desespero enquanto puxa seus cabelos. – Mas a Aby está sob minha responsabilidade. – Continuo a falar. - Não vou deixar ela andar por aí com um estranho qualquer! Por favor, não apareça no meu prédio amanhã. Eu vou leva-la para a escola. Nesse momento cortamos todos os nossos vínculos!

- O que? – Ele pergunta confuso.

- Isso mesmo! Não preciso de um estranho se metendo na minha vida e na da Aby. – Desligo e telefone e sento ao lado da Aby.

- Val! O que você fez? – A garota ao meu lado pergunta desesperada. – Pelo amor de Deus!

- Cama. – Digo tentando me acalmar também. – Pode ter certeza que sexta-feira a Bia vai dormir aqui em casa.

- Depois dessa conversa de vocês? Duvido muito! – Ela pega o celular e não preciso olhar para saber que está falando com Bianca.

- Aby, eu conheço os homens, mexi com o ego dele, se Alexandre for um homem honesto e bom, como realmente aparenta ser, ele vai querer provar que é de confiança. E como vai fazer isso? Confiando em mim.

- Ai, Val! – Ela pula nos meus braços. – Será? Se der certo você será um gênio! Mas se não der eu mato você!

- Vai dar certo. – Abraço ela meio sem jeito.

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No dia seguinte tenho que acorda ainda mais cedo do que tenho acordado nos últimos dias. Tomamos nosso café e pouco tempo depois estamos no meu carro. Aby liga o rádio coloca seu pen-drive e logo vozes masculinas cantam uma música com batida dançante. (MÍDIA)

- Que isso? – Pergunto quando percebo que eles não estão cantando em inglês.

- Monsta X. É K-pop. – Ela responde cantarolando no ritmo da música, mas com certeza não está cantando certo.

- Monstra X? – Que nome estranho para uma banda. – K-pop é aquelas bandas orientais?

- Coreanas. E é MONSTA e não monstra!

- Tudo bem, confesso que buguei um pouco. – Aby dá uma gargalhada ao ver minha expressão - Mas o ritmo é legal! Dançante.

- Sabe, Val!? Você é uma pessoa legal.

- Obrigada! – Respondo animada. – Você também é!

- Mas espero que não tenha ferrado com a minha amizade com a Bia. – Ela me adverte mais uma vez.

Uma surpresa para Val ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora