Mariana 🎀
Acordei as 06h da manhã, morrendo de sono por não ter conseguido dormir direito, cocei meus olhos e peguei meu iphone 5 que ralei muito pra conseguir, quer dizer, era usado, paguei 300 reais, porém pra mim era muito já que eu não tinha nada.
Yza: Acorda vadia, quero dinheiro pra comprar mais coca pra mim hoje, não querem vender mais porque eu não paguei! - Gritou na frente da minha cama, ou seja, o chão com alguns lençóis em baixo.
Mari: Vai trabalhar então.- Respondi sem paciência me levantando e ela puxou meu cabelo com força.
Yza: VOCÊ TÁ ACHANDO QUE É QUEM? PIRANHA DO CARALHO, EU NÃO TÔ NEM AÍ, EU QUERO ESSE DINHEIRO PRA HOJE, VAI DAR A BUCETA PRA ALGUM MACHO SE ELES QUISEREM, SEI LÁ! TE VIRA.- Gritou me dando um tapão na cara.
O bafo de drogas e bebidas voou no meu rosto que virou com o impacto da tapa, comecei a chorar e ela me jogou no chão me dando mais um chute no estômago.
Moisés: Deixa a vadia quieta Yza, peguei umas novas na outra boca.- Chegou todo acabado me olhando com nojo.
Os olhos dela brilharam e ela saiu correndo junto com ele pra fora, limpei minhas lágrimas e me levantei morrendo de dor.
Mari: Eu vou vencer isso, eu sei que vou! - Falei comigo mesma.
Respirei fundo e fui pro meu quarto, coloquei um short jeans velho e uma blusa qualquer, coloquei meu uniforme junto com meus materiais acabados na minha mochila rasgada com várias emendas e peguei meu celular saindo de casa.
Fui em passos rápidos até a casa da tia Carla, ela era uma moradora aqui do morro muito legal, amiga da minha mãe antes dela se envolver com tudo isso.
Ela acabou criando pena de mim, coisa que eu nunca desejei, mas ela começou a cuidar e me ajudar. Eu tomo banho aqui, pois na minha casa não tem água.
Mari: Tia? - Bati na porta e em alguns minutos ela logo atendeu com aquele sorriso materno, me abraçando como todos os dias.
Carla: O meu filho acabou de sair daqui, você deveria conhecer-ló, ele poderia te ajudar, filha! - Me puxou pra dentro.
Mari: Eu já lhe abuso muito, não quero passar mais ainda dos limites!
Carla: Fica queita, menina! Eu faço por que eu amo você como uma filha, tenho o prazer de ajudar! - Beijou minha testa.- Agora vai tomar aquele banho, fiz um café ótimo pra nós!
Mari: Não precis....- Ela me olhou com um olhar matador e eu me calei sorrindo e corri pro banheiro.
Já tinha uma toalha separada pra mim como sempre e eu balancei a cabeça em negação indo pro box, tomei meu banho maravilhoso e sai já com uniforme.
{...}
12h20 AMTava voltando da escola depois de ter encarado o ônibus lotado, olhares abusivos dos homens e coisas que nós mulheres temos que aceitar, porque eles são homens... Sociedade machista!
Paloma: Não sei quem é mais gostoso.- Gritou rindo com o grupo dela.
Gritou quando o dono do morro e o braço direito dele passaram sem camisas na rua, confesso que babei pouco também, porém ignorei.
Pelo fato dos dois terem ignorado elas eu ri alto fazendo elas me olharem.
Layane: Tá rindo do que, sua puta? - Gritou me encarando.
Mari: Tem certeza que eu que sou a puta? - Eu plenissima, coloquei as mãos na cintura,
Paloma: Respeita garota, tá falando com a fiel! - Arqueei a sobrancelha rindo.
Mari: Isso não muda em nada na minha vida! - Neguei com a cabeça com tamanha idioce da parte dela e comecei a andar.
As putas me rodearam e eu dei um passo pra trás, não era só 1, era em torno de umas 5 meninas.
Um tiro ecoou no lugar e todo mundo gritou, uma menina caiu do meu lado sem vida e eu me encolhi no chão.
O Ll foi pra cima da Paloma pegando ela pelos cabelos jogando ela no chão em seguida, me levantei rapidamente assustada.
Paloma: Para.- Se encolheu choramingando.
Lima: Não quis ir na corvadia pra cima da mina? Coé pô.- Chutou a barriga dela e eu fechei os olhos me aproximando.
Mari: Não precisa disso...- Toquei nele e ele virou olhando pra mim.
Lima: Ela foi pra cima de tu pô, na covardia!
Mari: Eu não ligo, esquece isso.
Ele virou pra Paloma novamente e chutou o rosto dela fortemente, dei um grito sem querer e ele me virou pra mim novamente fazendo meu corpi estremecer.
Lima: Teu grito é chato pra caralho, mina! - Encarei ele, não sei o que deu em mim, porém ele revidou o olhar.
Loiro: Bora viado.- Gritou.
Mari: Obrigada por isso.- Sorri e virei fazendo meu cabelo ir pro lado.
Senti olhares sobre mim fazendo meu rosto queimar e continuei caminhando de cabeça baixa pra casa.
{...}
18h PMMari: Como vocês chegaram a isso? 10 mil reais em drogas? - Falei nervosa chorando.
Moisés: Aconteceu, agora tu vai dar um jeito de pagar! - Apontou o dedo pra mim e saiu batendo a porta com minha mãe.
Me joguei no sofá chorando mais ainda, como alguém pode chegar a esse nível tão facilmente?
Sai correndo de casa indo pra boca que ficava meio longe, consegui passar pela segurança e bati na porta antes de entrar.
Xxx: Deve ser a morena maluca gostosa.- Ouvi murmurou.- Entra aí.
Mari: Licença.- murmurei entrando, os olhares de 4 homens se voltaram a mim.
Xxx2: O que nós pode fazer por tu, gata? - Um se aproximou.
Xxx: Ou goiaba, chefe num gosta disso! - Se levantou empurrando o mesmo pra longe.
Goiaba: Desculpa aí! - Deu os ombros ascendendo um cigarro.
Mari: Eu quero saber como eu faço pra acabar com a dívida dos meus pais? Eles... eles são viciados, eu não tenho mínima condição de pagar...- Eles se olharam.
Xxx3: Quem são? - Perguntou o outro.
Mari: Yza e Moisés, da rua 17.- Murmurei.
Xxx4: Caralho tu mora lá? Com todo respeito mas ali é um lixo pô, como tu guenta?
Mari: Ou é isso ou na rua! - Encostei a cabeça na parede chorando.
Xxx1: Caraí, como aumentou tanto assim? - Olhou um caderno.- De 100 conto pra 10 mil, tá doido! - Os outros arregalaram os olhos e eu passei a mão no rosto.- Foi mal aí mina mas tu não pode fazer nada, ou é o dinheiro ou elea vão passar.
Encarei ele negando com a cabeça e sai dali de cabeça baixa quase correndo pra casa, parei em uma viela e fiquei chorando por um bom tempo, várias motos passaram de uma vez me fazendo assustar.
Acho que teria invasão hoje, pra ter essa movimentação!
Voltei a andar pra casa e quando cheguei no inicio da rua vi várias motos na frente da minha casa e em seguida escutei dois disparos.
Minha visão começou a embriagar, ficando turva! Segurei na parede cambaleando e cai no chão já inconsciente....
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No Vidigal
RomanceNinguém entra na vida do outro em vão, acredito eu que cada um temos um propósito, uma missão. Algumas missões fazem a gente desacreditar milhares de vezes que nosso propósito é aquele mesmo, porém no fim, nós vemos que se não fosse todas aquelas b...