Mari 🌻
Independente de todo rancor ou mágoa que eu sentia, eram meus pais!
Eram pessoas.
Sim, pessoas todas erradas, mas no começo era diferente.
Éramos a família feliz, até que de uma hora pra outra tudo começou a desmoronar.
Droga, bebidas...
Ninguém sabe o quanto foi maravilhoso pra mim quando depois de 5 anos, minha mãe me chamou de filha.
Quando meu pai me deu um abraço e prometeu que tudo ficaria bem.
Ninguém sabe o que eu passei.
Mas e agora? 16 anos, sozinha no mundo.
Eu já tinha perdido a conta de quantas horas eu estava aqui na casa da tia Carla, a única que me estendeu a mão.
Carla: Vem morar comigo? Eu sou sozinha, meus filhos só vem almoçar, fica aqui comigo Mari, não tem problemas.- Neguei.
Mari: Eu não quero incomodar mais, eu vou vencer, eu sei que isso é só uma fase ruim. Eu vou me reerguer tia, conseguir um emprego, me formar....- Ela sorriu amorosa.
Carla: Eu sei que vai.- Beijou minha testa.- Mas por enquanto fica aqui? A sua casa te deixa exposta a qualquer doença, fica até conseguir um lugar melhor! Quer dizer, eu não aceito um não como resposta.- Sorri fraco abraçando ela.
Mari: Obrigada por tudo.- Chorei em seu colo.
Loiro: Ô coroa.- Passos se aproximaram me fazendo soltar tia Carla e limpar meu rosto rapidamente.- Tô te chamando a mó tempão cara! - Entrou no quarto junto com o Ll, os dois me encararam.
Carla: Eu tava conversando com a Mari, filho.- Abraçou ambos e eu fiquei observando.- Finalmente vocês se conheceram.
Mari: Tia, eu tô indo tá!? - Desviei o assunto e ela colocou a mão na cintura.- Depois conversamos.
Carla: Não sei o que eu faço com você, menina.- Bateu na minha bunda e eu ri abraçando ela.
Mari: Tchau.- Beijei a testa dela e olhei pros meninos rapidamente.
Loiro: Eu levo tu.- Me encarou.
Carla: Não, você quer se aproveitar da minha menina que eu sei! - Negou com a cabeça.
Lima: Minha menina? - Repetiu cruzando os braços.
Carla: É sim, algum problema? - Cruzou os braços também.
Mari: Não precisa, eu vou andando.- Sorri falso e sai do quarto indo em direção a porta mas o menino segurou meu pulso sem machucar e me giou pra moto.- Já disse que não precisa.
Loiro: Não ligo.- Ligou a moto.- Sobe.- Bati o pé no chão.- Quer mermo que eu te coloque nessa moto, novinha? - Perguntou ameaçador.
Olhei pra trás vendo o motivo do meu ódio e a tia Carla, ela assentiu pra mim e eu me virei novamente subindo na moto. Ele nem esperou eu me ajeitar e saiu voando.
Mari: Idiota! - Cravei as unhas na cintura dela e senti ele ficar arrepiado.
Loiro: Pervertida.- Resmungou alto e eu ri sem graça.
Ele parou na frente da minha casa e eu desci ajeitando meus cabelos.
Mari: Obrigada.- Murmurei e ele sorriu de lado.
Loiro: Toma.- Pegou a carteira tirando um bolo de notas de cem, neguei com a cabeça.- Pega garota, pra te ajudar! Tu quer morrer de fome?
Mari: Eu agradeço, mas não quero! - Ele desceu da moto e invadiu minha casa.- Ei! - Protestei.
Loiro: Se arruma.
Mari: Mano, sai da minha casa.- Pedi sem paciência.
Ele me ignorou e pegou o celular começando a mexer sentando no chão, peguei uma banco da cozinha e sentei na frente do mesmo que depois de 5 minutos me olhou.
Loiro: Caralho mina, vai se arrumar pra almoçar na coroa porra, tô varadão de fome!
Mari: Não quero almoçar lá.- Menti, claro que eu tava morrendo de fome, porém não ia dizer que aqui não tem água.
Loiro: Só saio daqui com tu.- Bufei olhando pro chão.
Mari: Eu me arrumo lá, vamos então.- Me levantei e ele me encarou.
Loiro: Aqui num tem água né? - Desviei o olhar e ele me encarou com pena.
Mari: Não me olha assim porra.- Falei irritada.
Ele desviou o olhar e se levantou, peguei minha mochila indo pro lugar que ficava as roupas, ou seja, o chão. Ele me seguiu mas eu virei pra ele.
Mari: Me espera para fora, por favor.
Loiro: Tô querendo te ajudar.
Mari: Então espera lá fora.- Pedi novamente e dessa vez ele foi.
Peguei um short jeans e um cropped que eu havia ganhado da tia Carla, quer dizer, se eu tenho alguma coisa hoje em dia é graças a ela.
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No Vidigal
RomanceNinguém entra na vida do outro em vão, acredito eu que cada um temos um propósito, uma missão. Algumas missões fazem a gente desacreditar milhares de vezes que nosso propósito é aquele mesmo, porém no fim, nós vemos que se não fosse todas aquelas b...