Quarenta e um.

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Mariana 🌻

A menina chegou na casa acompanhada por um menino lindo, ela me olhou com a sobrancelha arqueada e ele sorriu.

Tina: Vamos ficar com você? - Perguntou com desdém e eu respirei fundo.

Mari: Boa tarde! - disse debochada e o menino riu e ela rolou os olhos.- Bom, eu vim mostrar vocês a casa e o morro, loiro não me disse que você tinha namorado.

Gabriel: Irmão.- Corrigiu.- Satisfação, Gabriel.

Mari: Mariana.- Sorri.

Tina: Eu realmente não me importo com nada, será que você só pode mostrar o quarto?

Gente.

Que menina mal educada.

Se mata, piranha.

Mari: Será que você pode ser educada? Te garanto que se não fosse por mim você estaria na rua.- Respondi impaciente.- A casa tem dois quartos, pode dividir entre si, como um dos quartos seriam o do bebê, eu vou conversar com o loiro pra arrumar uma casa maior.

Gabriel: Beleza, posso te chamar de Mari? -Assenti.- Depois posso bater um lero com você?

Mari: Sim, vou esperar aqui, preciso mostrar as coisas importantes do morro pra vocês.- Sorri de lado e ele foi levando as malas.

Meu celular vibrou e eu tirei o mesmo do bolso enquanto a menina me encarava.

📱WhatssaPp 📱

Amor ❤: Tá aonde? (17h29)

Mari: Na casa da 7, mostrando a casa pra menina grávida do loiro. (17h30)
Mari: E você? (17h30)

Amor ❤: Se liga só, passei numa loja de bebê e pqp, n resistir. (17h30)

Mari: Não acredito, nem lugar pra colocar isso tem Luan. (17h31)

Amor ❤: Por isso que eu comprei uma bolsa mó foda pra colocar dentro, por enquanto, tá ligada não? (17h31)

Mari: Não sei se eu te bato ou se acho fofo, idiota. (17h31)

Amor ❤: Tu vai se amarrar dms pô, tô indo prai. (17h33)

Mari: Trás comida. ❤ (17h33)

Amor ❤: Já tô na porta, mas qnd nós sair daí nos vai comer no complexo da maré, jaé? (17h33)

Mari: Crt. (17h34)

📱WhatssaPp 📱

Ele abriu a porta cheio de sacolas e eu sorri pela dificuldade dele.

Tina: Não precisa disso! - Lima olhou pra ela debochado.

Lima: Quem disse que é pra tu? Alá.- Ri e fui até ele, ele e deu um selinho e jogou as sacolas no chão.- E aí amor, como tá meu moleque?

Mari: Já disse que tem mais chances de ser uma menina.- Fiz careta e ele colocou a mão na minha boca e beijou minha barriga.

Ouvi alguém fungar atrás de mim e me separei dele vendo a menina com lágrimas nos olhos.

Mari: Tá tudo bem?

Tina: Eu só queria o pai dessa criança presente, eu sei como é ser criado só com dinheiro, sem atenção nenhuma. Eu não planejei essa criança, se eu pudesse voltar atrás.- se sentiu no sofá e eu caminhei até ela.

Mari: Você acha que planejamos esse bebê também?

Lima: Ela não, mas eu sim.- Me interrompeu e eu olhei feio pra ele.

Mari: Cala a boca ll.- Ele deu os ombros.- As vezes algumas coisas, mesmo inesperadas, vem pro bem. No começo você pode até não entender, mas acredite, tudo tem um propósito.- Limpei o rosto dela.- Eu vou tá sempre aqui, em tudo que você precisar, ok?

Tina: Tudo bem, obrigada.- Me abraçou.

Gabriel: Mari? - Surgiu e Luan já encarou ele feio.

Me soltei da Vale e virei pra ele.

Mari: Vamos? - Sorri pra ele.

Gabriel: Gabriel, satisfação.- Estendeu a mão pro Luan.

Lima: Lima, marido e pai do pivete da Mariana.- Falou meu nome devagar e Gabriel sorriu.

Gabriel: Posso falar contigo? - Assenti.

Mari: Vamos todos lá pra fora.- Eles balançaram a cabeça e Gabriel ajudou o Lima com as sacolas.

Tina: Ele é dono disso aqui? - Balancei a cabeça sorrindo de lado.- Ele é bem ciumento né?

Mari: Você não viu nem a metade.- Rimos e ele fez uma careta.

Lima: Vou deixar isso em casa e te encontro na praça?

Mari: Sim.- Ele mandou beijo e montou na moto ajeitando as sacolas saindo em seguida.

Gabriel: Deixa eu falar um bagulho aqui com ela, meu amor.- Falou pra Vale.

Ele é muito fofo, que lindo.

Parece o loiro falando comigo, izi malia.

Tina: Me excluí mesmo.- Resmungou sentando na calçada e nós separamos.

Gabriel: É coisa rápida, só quero te pedir pra me ajudar com ela, ela tem um temperamento forte, muito mimada as vezes, sei que você não tem nada com isso, mas pelo que eu sei, o cuzão é teu irmão, sei lá, tenta fazer ele pelo menos dar o mínimo de atenção a minha irmã. Ela é minha vida, faço o que for preciso pra ver ela feliz, de alguma forma eu que coloquei ela nessa, entende?

Mari: Tudo bem, loiro é cabeça dura, mas ele vai mudar.

Ele agradeceu e voltamos pra perto da Vale, fui caminhando com eles, mostrei o mercadinho, mesmo que sem necessidade, aonde ficava a boca, o salão, mostrei tudo importante.

Chegamos na pracinha e Gabriel foi jogar bola e eu fui com a Vale comprar sorvete.

Logo uma moto parou e um homemzão da porra, com o boné na cabeça, uma fuzil atravessada nas costas, sem camisa e uma pistola na cintura.

Ele olhou pra gente de cara fechada, Valentina segurou minha mão forte e eu ri me soltando, fui correndo pra ele pulando no colo dele.

Loiro: Cuidado com meu sobrinho.

Mari: Cuidado com seu filho.- Rebati e ele me colocou no chão e deu as costas, coloquei a mão na cintura e ele foi caminhando mas depois parou e se virou.- Achei que você ia me dar as costas mesmo, Yan.

Valentina parou do meu lado de cabeça baixa.

Loiro: Loiro.- Me corrigiu.- Dorme lá em casa hoje? - Pediu de um jeito seco, mas fofo.

Ele só não tava sendo o fofo de normalmente por causa da Vale.

Mari: Lima me mata.- Ri.- Vou tentar.

Loiro: Beleza pô.- Beijou minha testa e deu as costas novamente e virou novamente, ele olhou pra Valentina de uma forma seca.- Como tá essa cria aí?

Vale: Eu não fiz nenhum exame ainda, não tive oportunidade.

Ele me olhou e eu balancei a cabeça entendendo o que ele queria.

Mari: Ela vai comigo amanhã.- Sorri e ele fez uma careta discreta pra mim saindo.

Tina: Idiota.

Mari: Relaxa, tudo é novo pra ele, te garanto que ele vai melhorar, conheço o meu bebê.- Ela gargalhou e eu voltei a tomar meu sorvete assim como ela.

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