Seis.

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Loiro: Daqui a 1 semana nós vai comprar uns bagulhos pra tu, jaé? - Falou antes de entramos na casa.

Mari: Olha, eu não quero ser grossa nem nada assim, sei que tu tá fazendo isso na melhor intenção.- Ele assentiu.- Mas não precisa de nada disso, eu me viro como sempre!

Loiro: Enfia esse orgulho no cú, mermã! - Desceu da moto.- Eu vou ajudar tu querendo ou não, tu tá na favela, é moradora, minha obrigação é ajudar!

Mari: Agora que eu não quero mesmo.- Murmurei.

Loiro: Eu quero te ajudar e vou, tu querendo ou não, entendeu? - Segurou meus braços levemente me encarando.

Mari: Tá, já entendi garoto, me solta! - Ele riu satisfeito.- Porquê uma semana?

Loiro: Vou limpar minha ficha, só pra poder dar rolê na pista com tu! - Neguei com a cabeça e entrei na casa sendo recebida por duas pessoas curiosas.

Mari: Vou tomar banho.- Sussurrei no ouvido da tia e ela assentiu, sai correndo pro banheiro e tomei meu banho rápido.

Coloquei minha roupa colocando a suja na bolsa e sai fazendo um coque no meus cabelos, deixei minha mochila no canto da sala e fui pra cozinha.

Carla: Como eu ia dizendo, a Mari vai morar comigo.- Ela tava tagarelando com os meninos.

Mari: Não vou não.- Ela me olhou com os semicerrados e eu levantei as mãos em rendição.

Coloquei minha comida e comecei a comer enquanto os meninos olhavam pra mim e tia Carla ficava tentando me convencer a morar com ela.

Depois agradeci a ela e ao Loiro, nem olhei pro Ll direito.

Sai de lá andando mesmo e fui até a praça, indo diretamente a sorveteira da Clara, entrei lá e fui falar com a dona pra ver se arrumava alguma coisa.

Ela ficou com um pé atrás, mas depois de conversar muito com ela conseguir a vaga e já comecei hoje mesmo.

Eu iria estudar de manhã e vim trabalhar assim que saísse da escola. Era de segunda a segunda, mas eu folgaria uma semana sim e outra não no sábado e no domingo

Se eu conseguisse, eu iria procurar uma vaga no bar do João também, pra noite!

Assim pelo menos eu iria conseguir sobreviver com meus ganhos, em dia de baile eu podia ficar de babá ou sei lá.

Eu só precisava me reerguer.

A sorveteira fechou as 18h e eu saí direto pro bar do João.

Novamente passei muito tempo conversando com ele, porém dessa vez não conseguir o emprego.

Fui pra casa um pouco triste mas fé no pai, tudo iria dar certo.

Decidi arrumar o barraco, não tinha muita coisa pra arrumar, então eu  arrumei mas as roupas e dei um jeito do meu cantinho de dormir ficar mais confortável.

Senti um vazio no meu peito quando percebi que meus pais não entrariam pela porta nem que seja pra me xingar atrás de dinheiro...

{...}
06h36 AM

Como de costume parti pra casa da tia Carla, na porta da casa havia duas motos, meu coração tremeu na base mas eu me manti firme.

Mari: Tia? - Bati na porta e em seguida a porta se abriu fazendo meu meio-sorriso desaparecer.- Cadê a tia?

Lima: Tá dormindo ainda, ficou meio mal ontem à noite.- Abri mó olhão.- Foi só preocupação, relaxa.

Mari: Ela realmente tá bem? -Mordi meu lábio inferior e ele focou em meus lábios.

Lima: Tá, pode entrar.

Ele me deu espaço e eu entrei vendo o Loiro no sofá assistindo tv, sem camisa só de short de futebol marcando seu membro, com a cara toda amassada, rolei meus olhos por todo corpo dele e ele me olhou com a sobrancelha arqueada.

Mari: Bom..bom dia.- Murmurei e sai tropeçando, escutei a risada dele seguida pelo barulho de um tapa.

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