P.O.V. Alex
Não sei porque aquele carneiro negro do Vitor precisa ir ao supermercado tão cedo. Mas o pior não é acordar cedo, o pior é acordar cedo e ver sua tia no meio da sala fazendo macúmba.
- Puta que pariu! minha tia é macúmbeira! - digo quase pulando em cima do Vitor de tanto susto que levei quando vi tia Saula com uma lata saindo fumaça na mão.
Vitor se segura para não rir, mas tia Saula não consegue e quase estourá meus tímpanos com aquela risada de iena.
- Não é nada disso Alex, isso é incenso de sandalo, e para purificar as energias. E, aonde vão tão cedo, eu preparei...
- Nem continua se for falar que preparou o café da manhã - digo a interrompendo.
Tia Saula fica um pouco confusa. Vitor diz que vamos ao supermercado e ela empresta seu carro a ele.
Não demora muito para chegarmos ao supermercado, e quando Vitor pega um carrinho, pulo dentro dele.
- O quê? não, você não vai ficar aí dentro.- Vitor diz incrédulo.
- Vou sim, e se eu fosse você, me deixaria bem em paz aqui porque eu posso fazer coisas muito piores - digo em tom ameaçador, aliás, eu adoro usar esse tom.
Vitor empurra o carrinho comigo dentro pelos corredores do supermercado, enquanto eu o encho de besteiras.
- Você não pode comer só doce. - diz Vitor devolvendo a prateleira meus queridos docinhos.
- Não se preocupe papai, estou levando salgadinhos também - respondo pegando meus doces de volta e sacudindo um tubo de pringles na cara dele.
Percebo que está todo mundo olhando para mim. Será que esse bando de canadense encheridos nunca viram uma menina com cabelo roxo de 17 anos dentro de um carrinho de compras não?
Passamos perto de uma bancada cheia de abacaxi, o que me faz lembrar um desenho muito engraçado.
- Bob esponja, você está aí? - digo balançando o abacaxi perto do ouvido.
- Ah meu Deus, larga isso.
Vitor arranca o abacaxi da minha mão e eu faço beicinho. Percebo que ele ficou um pouco vermelho de vergonha.
Começo a acenar para as pessoas e dizer qualquer coisa até que elas saem correndo com seus carrinhos.
- Alex, para com isso!
Vejo o rosto de papel A4 de Vitor ficar vermelho tomate.
- Ah, você fica tão fofinho quando está vermelho! acho que eu devia te passar vergonha mais vezes.
Começo a cantar na maior altura chamando a atenção de todo mundo. Vitor tapa minha boca com a mão e eu lhe dou uma mordida. Ele grita como se eu tivesse arrancado um pedaço da mão dele, e eu canto mais alto ainda.
- Tá bom, escuta, se você parar de cantar e se comportar, você pode levar quantos doces você quiser.- diz ele desesperado.
- Eu já vou levar mesmo.
- Ok, ok... eu te levo a praia.
- Eu detesto areia.
- Merda Alex... já sei, eu te levo na festa da Izabella amanhã.
- Eu odeio essa Izabella. Mas eu adoro festa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Antissocial
Teen FictionAlexia Skeery e uma menina Antissocial por natureza. Vive arrumando encrenca e aprontando todas. Depois de mais uma de suas "brincadeiras" ela é obrigada a ir passar um tempo com a sua tia hippe doidona e seu primo gato. Alex vai viver muita coisa...