Antissocial

Capítulo 17: Das profundezas da morte

P.O.V.    Vitor

    Eu não achei que ela fosse pular. Sinceramente, ninguém ia pular, eu só estava brincando. Só um louco pularia.  Mas o que eu esqueci e que Alex é realmente louca.

     Olhei para baixo e não à vi. Será que ela morreu? Não pode ser, eu tenho que salvá- la. Olhei para o lado e vi Jared tirando a roupa.

     - O quê você vai fazer?

     - Eu vou salvá-la - responde Jared

     - Eu e que vou - digo nervoso.

     - Você não acha que já fez de mais hoje não? essa aposta foi ridícula.

    - Eu não sabia que ela ia pular.

    - Chega, os dois. Deixa ela lá, a gente vai para casa e depois chama o resgate. Se ela estiver morta, pelo menos a gente não vai preso.  - diz Izabella.

    Não acredito que ela disse isso. Mas não discuto, saio correndo e pulo do precipício. Eu nunca deixaria Alex morrer.

     P.O.V.    Alex.

     Não sei quanto tempo fiquei caindo,  mas quando se está com medo, um segundo parece eternidade.

    Quando senti a água envolvendo meu corpo, tive certeza que eu estava morta. A pressão da água foi forte, parecia que todos os meus ossos estavam sendo esmagados e comprimidos. Mas nada, nada vai tirar a sensação de adrenalina correndo pelos meu sangue. Meu coração estava acelerado,  e meus músculos apressados, meu sangue corria tão rápido, que parecia que alguém fazia pressão nas minhas veias. Minha visão ficou negra e eu só queria cair.

   E então eu cai. A água envolveu meu corpo como uma roupa apertada. Fiz uma força para subir para a superfície,  mas eu estava cansada de mais. Eu sabia que iria me afogar, mas mesmo assim, eu fiquei quieta,  apenas sentindo a água no meu corpo e também dentro do meus pulmões. Meu nariz ardia e meu corpo estava pesado. Eu iria morrer. Fim.

    De repente sou agarrada por braços fortes que me puxam para a superfície,  tirando minha sensação de quase morte. Sou deitada na areia  e alguém preciona meu pulmão com tanta força que eu cuspo toda a água que engoli. A mesma pessoa bate no meu rosto.

    - Alex? responde caralho!

     Empurro o sujeito que está me batendo.

    - Tire essas mãos de mim!- digo brava.

    - Alex! você está viva!

    - Vitor?

    - Eu pensei que você estivesse morta!

    Reviro os olhos e saio andando. Jared vem correndo até mim e me abraça forte. Pela primeira vez sinto seu perfume. Cidra e limão.  Me lembra os incensos de tia Saula. Só que eu gosto desse cheiro nele.

     - Pensei que você ia morrer,  você está bem?

     - Estou, tirando a sensação que fui triturada e depois vomitada, eu estou bem, acho que até me ajudou com meu medo de altura.

     - MEDO DE ALTURA? Você só pode estar brincando! - diz Jared rindo.