Eu tinha certeza de duas coisas aquele momento. Primeiro: eu estava bêbada. Segunda: eu não ligava.
Entrei no meio daqueles bêbados dançantes e comecei a imitá - los. Um cara chegou perto de mim e começou a me cerca.
- Sai fora palhaço.
- Que foi gatinha? relaxa - disse o cara me segurando pela cintura.
- Relaxa o caralho! tira essa mão de mim ou então...
- Ou então o que? vai chamar a mamãe?
Lembrei que ainda estava com a garrafa de vodka na mão e acertei ela na cabeça do cara. Ele caiu mas se levantou rápido e veio atrás de mim. Eu estava pronta para acertar um murro na cara dele, quando Vitor apareceu e derrubou o cara no chão de novo.
Eu estava com a visão um pouco embassada, só vi que Vitor levou um soco na boca. Depois disso, não vi mais nada, só senti Vitor me puxando para fora da casa da vaca.
O apartamento estava escuro, acho que tia Saula já estava dormindo. Eu e Vitor viemos o caminho inteiro sem dizer uma palavra. A boca dele ainda estava sangrando, isso porque ele quis me ajudar. Normalmente eu deixaria ele com a boca sangrando até morrer, até porque, ninguém pediu a ajuda dele, mas eu estava tão bêbada, que resolvi ajudar.
Puxei ele para dentro do banheiro e o sentei na beira da banheira.
- Aí! mais devagar!
- Cala a boca ou eu esfrego mais forte ainda - digo pressionando o algodão no canto da boca dele.
Quando eu acabei, fique olhando a boca dele. Tão linda. Passei meus dedos em seus lábios e senti sua maciez. Tão perfeita.
Vitor fechou os olhos e segurou minha mão em sua boca. Ele me puxou para mais perto e encostou sua testa na minha. Senti seu alito doce e quente. Respirei seu ar. Nosso ar.
Estávamos quase nos beijando, quando tia Saula entrou no banheiro de roupão azul.
- Eu ouvi vocês baterem a porta e vi que a luz do quarto tava acesa e a porta aberta, vocês querem alguma coisa?
Tia Saula nos olha com um sorriso meio tonto de quem acabou de acordar, e eu e Vitor nos afastamos.
- Oh! me desculpem, eu só pensei que fossem querer alguma coisa, a porta do quarto estava aberta e eu entrei, mas já estou saindo, podem continuar!
Vitor se levanta da borda da banheira o mais rápido possível, e saiu andando.
- Não vamos continuar nada, porque não está acontecendo nada! agora se as duas não se importam, eu quero dormir.
Tia Saula me olha confusa e eu dou de ombros. Ela sai do quarto e fecha a porta. Vitor fica deitado lá no beliche de cima olhando para o teto. Retiro o vestido e coloco meu moletom, tá na hora de dormir mesmo.
- Apaga a luz.
- Apaga você - digo cobrindo a cabeça com o edredom.
- Você tá mais perto, eu estou aqui em cima- diz Vitor incrédulo.
- Foda-se.
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Antissocial
Ficção AdolescenteAlexia Skeery e uma menina Antissocial por natureza. Vive arrumando encrenca e aprontando todas. Depois de mais uma de suas "brincadeiras" ela é obrigada a ir passar um tempo com a sua tia hippe doidona e seu primo gato. Alex vai viver muita coisa...