Puxei delicadamente os fios de cabelos negros de Vitor. O barulho da chuva ficou distante perto dos baixos estalos de nossas bocas e de nossas respirações descompassadas.
Vitor continuava com as mãos firmes na minha cintura, me puxando para mais perto dele. Sua boca continuava colada na minha, se separando apenas para respirar o ar morno entre nossos lábios.
Quando nos separamos para respirar pela milésima vez, Vitor colou sua testa na minha.
- Você beija bem... nanica!
Mesmo escuro e com os olhos fechados sei que ele está sorrindo.
- Seu beijo também não é tão ruim... carneiro negro!
Vitor dá uma leve risada e encosta a cabeça no encosto do banco. Fico admirando sua beleza. Seus olhos de um azul escuro infinito, a boca macia, a pele pálida, os traços fortes e marcantes, o cabelo farto e preto que cai em leves cachos bagunçados, como o de um querubim, melhor, como o de Dionísio, o Deus do vinho e do prazer.
Vitor passa a mão pelo meu rosto me observando atentamente. Sua expressão é séria, mas ele logo abre um sorriso.
- O quê foi?
- Você me beijou! - responde Vitor rindo.
- QUÊ? EU TE BEIJEI? VOCÊ ME BEIJOU!!!
Vitor cai na gargalhada. Não sei do que ele está rindo, mas se ele continuar, eu juro que quebro todos os dentes dele.
- Você fica ainda mais linda nervosa.
Vitor puxa meu rosto para junto do seu e beija levemente meus lábios.
- Como vamos embora? - pergunto olhando para a chuva lá fora - Já está escuro e nada desse dilúvio parar.
- Já sei, a gente dorme aqui, e amanhã acorda bem cedo e vai embora, a pé, claro. Depois eu ligo para o guincho vir buscar o carro. Até lá, a chuva já vai ter acabado.
Empurro o banco para trás e deito virada para a janela. O barulho da chuva é calmante e sem perceber acabo caindo no sono.
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Antissocial
Teen FictionAlexia Skeery e uma menina Antissocial por natureza. Vive arrumando encrenca e aprontando todas. Depois de mais uma de suas "brincadeiras" ela é obrigada a ir passar um tempo com a sua tia hippe doidona e seu primo gato. Alex vai viver muita coisa...