Capítulo 20: Chuva amaldiçoada (ou seria abençoada?)

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Vitor iria me buscar da detenção mais tarde. Vejam só, por causa de uma perguntinha inocente eu vou ter que ficar até as 6h00 da tarde. Que absurdo, será que aquele maldito professor não podia ter apenas me expulsado de sala não?

A professora que estava "tomando conta" dos alunos de detenção estava com uma blusa de frio enrolada na cabeça, e dormindo tranqüilamente na mesa. Eu bem que poderia escapar, mas tinha dois inspetores vigiando "discretamente" a porta.

Para passar o tempo, fiquei jogando no celular, e acabei tão distraída que, quando deu a hora de ser liberada do "castigo educativo" levei um susto com a chuva que estava lá fora.

Vitor abriu a porta do carro, e eu entrei correndo. Fiquei um pouco molhada, mas tudo bem.

- Como foi a detenção? se divertiu muito? - pergunta Vitor com um sorriso de "bem-feito-para-você"

- Muito engraçado.

O carro estava com um silêncio desgraçado. Sério, estava um tédio. Eu até pensei em jogar aquele joguinho do meu celular, mas a bateria tinha morrido. A solução foi ligar o rádio.

Maaaaaaaaaaaas é que o Vitor, também pensou em ligar o rádio. NO MESMO MOMENTO QUE EU!!!. Quando nós esticamos nossas mãos, elas se tocaram.

Ficamos um tempo olhando um para o outro, até o carro passar por cima de alguma coisa.

Vitor deceu do carro e foi verificar o que era.

- Então?

- Tenho duas péssimas notícias, qual você quer ouvir primeiro?

- A péssima número um - digo revirando os olhos.

- Eu passei o carro em cima de um buraco.

- E a péssima número dois?

- O pneu furou. Mas a gente pode ligar para o Jared vim buscar a gente, me empresta seu celular.

- Usa o seu.

- Eu deixei em casa, vamos, me empresta logo.

- Fudeu.

- O quê?

- Digamos que, a bateria está temporariamente morta.

Vitor bate na própria testa como se estivesse se lembrando de alguma coisa.

- Tá legal, a gente vai ter que ficar aqui até a chuva parar.

- DE A LOUCA NESSA SUA CABEÇA OCA? olha para fora, isso está mais para DILÚVIO do que uma SIMPLES CHUVA, pode durar DIAS .

- Não exagera Alex, além disso, você não tem nenhuma idéia melhor, tem?

- Não.

Eu estava com a cabeça recostada no vidro da janela do carro quando percebi Vitor me olhando sem expressão. Talvez estivesse olhando para fora, para ver a situação da chuva, mas quando eu o encarei, ele desviou e balançou a cabeça.

- O quê foi? - pergunto curiosa

- Nada.

- Fala logo.

- Nada... e só que... porque... porque você fez aquilo.

- Aquilo o que?

- Você sabe, fez o professor te expulsar da sala.

- Detesto história.

- Ha fala sério, você poderia ter suportado mais um pouco.

- Você não sabe nada.

- Então me diz.

- Você quer mesmo saber? eu não aguentava mais ver seu grude com aquela mosca morta trepadeira. Vocês são patéticos, só de lembrar eu já tenho ânsia de vômito.

- Ciúmes? - pergunta Vitor com a sobrancelha arqueada e um sorriso convencido.

- Nem pagando.

Não sei porque as coisas mais inoportunas acontecem comigo nos piores momentos.

Um barulho muito alto de um trovão me fez assustar, e eu acabei pulando para mais perto do Vitor. POR INSTINTO.

Ele sorriu para mim, passou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha e ergueu meu queixo de modo que eu olhasse dentro daqueles malditos olhos azuis.

- Tão linda... e tão mentirosa.

E então ele me beijou. ELE ME BEIJOU. Tipo, na boca. Ele e muito convencido para pensar que eu tenho ciúmes dele e muito atrevido para me beijar.

Quando seus lábios macios tocaram os meus, eu entrei em uma espécie de frenesi. Talvez eu já estivesse delirando com aquela boca à dias e só percebido agora, tanto que eu não tive forças para me afastar, para socar aquela cara de Deus grego. A língua dele pediu passagem, e eu meio que vacilante a deixei passar. Ele passava sua mão levemente no meu braço, deixando um leve formigamento na minha pele.

Vitor passou sua mão em volta da minha cintura me puxando para seu colo, fiquei um pouco tensa, mas cedi.

E foi então que eu percebi que eu estava mesmo a fim dele. E o melhor, nos estávamos nos beijando!!!

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