Capítulo 23: A chantagem da barata

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Depois de ter sido gentilmente abordada pela Izabella na sala, avistei o Jared sentado em um banco admirando a tal menina dos cabelos castanhos, em quem ele tanto baba.

Eu preciso arrumar um jeito de ajudar o Jared. Nossa que mudança! eu falando em ajudar alguém? Santo Odin! a tempestade vai ser tão grande que vai gerar furacão.

- Ei, não esquece o balde de novo, O.k?

- Quê balde? -pergunta Jared confuso.

- O balde! para você deixar sua baba escorrendo quando for secar a menina!

- Hoje você está tão engraçadona!

- Não e o que a Izabella acha, você acredita que ela veio me ameaçar?

- Por quê?

- Por quem, né? ela está com ciúmes do Vitor.

- Aleeeex! nosso táxi! vamos! - gritou Vitor, falando no Diabo olha o rabo!

- Táxi? - pergunta Jared. Esqueci que ele ainda não sabe da história.

- Loooooonga história.

- Ei Jared, quer uma carona aí? - grita Vitor acenando para nós.

- Não, valeu!

- Cuidado, não vai ficar admirando a coitada de mais, alguém pode escorregar na sua baba.

Chegamos em casa e eu não pensei duas vezes antes de me jogar naquela caminha durma-para-sempre. Tudo bem que eu durmo como uma pedra, mas eu realmente me senti desconfortável no banco do carro da tia Saula.

Quando acordei já era noite. Não sei se Vitor estava em casa ou não, mas peguei minha toalha e fui tomar um banho.

Não conseguia para de pensar em um jeito de ajudar Jared. Também não conseguia parar de pensar que eu estou pensando em ajudar alguém. Ou seja não conseguia parar de pensar.

Fiquei tão distraída com o lance de cúpido que esqueci de pegar uma roupa. Não acredito que peguei a toalha, mas não peguei a roupa. Isso que dá querer ajudar os outros. Vou ter que sair de toalha e com o cabelo todo molhado. Só espero que aquele idiota do Vitor não esteja aqui.

Saio do banheiro e graças a Santa Amy Lee aquele carneiro negro não estava no quarto, então resolvi trocar de roupa ali mesmo.

- Estou assando a pizza e tem... wow! - diz Vitor me vendo só de calcinha com aqueles olhos azuis do demônio.

- AAAAAH SAI DAQUI!

Tampo meus seios nus com uma mão e taco um travesseiro nele com a outra.

- Tô saindo, tô saindo!

Porque esse idiota tinha que entrar justo na hora que eu estou trocando de roupa? ainda bem que eu estava de costas, e pelo menos de calcinha.

Saio do quarto já vestida, e vou até a cozinha. O cheiro de pizza está me matando.

Paro na porta e vejo Vitor tirando a pizza do forno. Essa visão, tenho que admitir, e perfeita. Um deus grego e a comida dos deuses.

- Você só usa lanjerri preta? - pergunta Vitor com um sorriso malicioso.

- Idiota - digo tacando uma luva de cozinha nele.

- A pizza está pronta, ah, e o Jared ligou e chamou a gente para uma festa na praia, quer ir?

- Óbvio que não, eu detesto areia.

- A que pena, então você vai ter que ficar aqui sozinha, porque eu vou.

- O QUÊ? VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR SOZINHA!!! VOCÊ É MINHA BABA, LEMBRA?

- Você mesma disse que não precisava de baba, lembra?

- Vai, ai eu ligo para a tia Saula, e conto para ela que você deixou sua priminha indefesa sozinha.

- Pode ligar, ela sempre deixa o celular desligado, e uma hora dessas ela deve estar fazendo alguma reverência a lua, ou qualquer coisa maluca hippe.

Pensando bem, ela não tem cara de ser uma pessoa normal, que deixa o celular carregado caso as sobrinhas fofas e inocentes estejam sendo abandonadas pelo primos malvados.

- Você escolhe, ou vai comigo, ou fica aqui sozinha, na companhia das baratas.

- Aqui não tem baratas - digo revirando os olhos.

- Diz isso para a que eu encontrei perto da sua cama hoje.

- Você está mentindo.

- Você que sabe, quer correr o risco de ser atacada por uma barata gigante voadora, ou tentar se divertir em uma festa na praia como uma adolescente normal?

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