Aurea Allen - O Medalhão Nórdico

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A viagem foi cheia de angústia e receio para Harrison, para os outros mandriões foi tranquila e sem problemas. Saquearam uma embarcação que estava indo do Brasil para a Inglaterra clandestinamente, levava consigo açúcar, alguns tonéis de melaço de cana, 20 frangos e cestas cheias de frutas, mas estas já estavam a ponto de perecer por causa do calor e das péssimas condições de higiene na embarcação. A fragata estava infestada por roedores e havia tanto musgo na madeira que ao se deparar com a situação o capitão Harrison relatou "Nem mesmo o Holandês Voador que mergulha às águas e delas sai tem tanto musgo e algas crescendo em sua carcaça quanto esta fragata que apenas flutua". O saque foi bem sucedido e rendeu alguns itens ao inventário da tripulação. A fragata foi queimada e seus tripulantes que eram todos bandidos e fugitivos foram deixados à deriva no mar.

Depois do saque eles seguiram sem paradas até o norte da Irlanda, e depois de navegarem pelas águas frias do Mar do Norte chegaram até um vilarejo à beira mar na Alemanha. O dia estava ensolarado, porém frio, um clima "hostil" para os tripulantes que tiveram de se agasalhar.

O Fantasma dos Navegadores foi ancorado próximo à praia e metade da tripulação desceu, a outra metade ficou cuidando do navio. À frente junto com Harrison estava Owen – um homem que teve a cena roubada por O'neill, o garoto. Teve a cena roubada porque esteve ocupado em Nassau construindo moradia para sua família – e O'neill, mais atrás vinham Elliot, John e outros que haviam sumido da história – o sumiço dos personagens é em sua maioria por causa da construção de moradias novas em Nassau –.

Harrison chegou em uma cabana que vendia frascos em forma de chifres, e quando estava se aproximando a mulher que estava cuidando da cabana apareceu atrás do balcão usando um vestido vermelho escarlate o qual os cabelos ruivos pareciam fazer parte do vestido, cabelos lisos que iam até o fim da coluna, pele branca como a neve a qual sobressaia-lhe o rosa dos lábios e possuía olhos verdes os quais Harrison sentiu familiaridade. Tinha o corpo com curvas à justa medida, seios pequenos, porém, a cintura lhe supria o que faltava em cima. Harrison e seus homens ficaram hipnotizados, então a moça disse:

- Em que posso ajudá-lo? –. Harrison estava paralisado admirando a beleza da moça. Então, O'neill tocou em seu braço e disse baixo perto de seu ouvido:

- Capitão, a senhorita falou com o senhor. –, daí ele acordou, recobrou-se de sua missão, se aproximou mais do balcão e respondeu com classe e elegância – tudo o que ele não tinha –:

- Perdão, senhorita. Procuro por uma mulher, cabelos escuros, pele clara e olhos verdes, seu nome é Aurea Allen. –. A jovem fez cara de dúvida por alguns instantes e disse:

- Há uma estátua dessa mulher numa vila não muito longe daqui.

- Estátua? – indagou, Harrison.

- Sim, quando ela morreu pegaram seus ossos e enterraram, em sua homenagem fizeram uma estátua de prata. – ela pensou por alguns minutos – Ela foi transformada em divindade nórdica, pois os povos da tribo onde ela vivia acreditavam que o medalhão que ela usava dava poderes à ela, poderes de cura. –. Harrison ficou parado pensando e então falou:

- Então quer dizer que transformaram a mulher em santa?

- Digamos que sim. – respondeu, a jovem.

- Você é cristã? – questionou, Harrison. A moça hesitou e respondeu:

- Sim, mas gosto de manter as raízes de meus antepassados e agradecer os deuses nórdicos.

- Pode nos levar até essa vila?

- Posso mas não vão sair de lá em paz. – respondeu, ela.

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