- Ladrão! Peguem este garoto! – Gritou o feirante furioso com o garoto que apanhou a maçã e saiu correndo.
Haviam ali por perto dois guardas, estavam fazendo a patrulha na feira dominical. Eles avistaram o menino correndo e o feirante alvoroçado derrubando os cestos de cereais no chão, causando uma tremenda bagunça. Não demoraram e começaram a correr atrás do garoto, mas, a feira estava cheia de gente, as bancas e barracas estavam por todos os lugares com cestos e mais cestos contendo frutas, chás, tecidos, açúcar e até mesmo carnes de boi, carneiro e peixe. O cheiro mediante o calor era rançoso. Um dos guardas era grande, roliço e barbudo, lhe era difícil locomover-se com rapidez no meio das pessoas. O mais magro, era um paspalho, empurrava alvoroçadamente as madames para cima das bancas ansiando alcançar o garoto, uma das moças empurradas pelo fanfarrão teve o vestido manchado por vinho grosseiro, ficou indignada. Este – o guarda magro – quando havia algum obstáculo, ele o transpassava facilmente com pulos e até mesmo passando por debaixo.
E lá iam os guardas correndo atrás do jovem menino, eles não se lembraram de sua idade, de seu tamanho e sua agilidade, foram tolos com "T" maiúsculo.
Determinado momento a frente, enquanto corria o garoto e logo atrás dele, os guardas. O menino pulou uma banca de cereais e perdeu o equilíbrio brevemente, o que o fez rolar no chão. Os guardas puderam alcança-lo então, mas quando estavam próximos de pega-lo, o garoto passou por debaixo de outra barraca que estava ali, essa continha laranjas e limões. O menino, enquanto estava debaixo da barraca, empurrou seu balcão com força para o lado dos guardas, o que fez com que as frutas caíssem no chão e rolassem para a direção deles. O guarda que era gordo, tentando correr pisoteou as frutas, caiu desajeitado espremendo-as contra o chão, o cheiro de laranja e limão se misturou aos outros odores dali o que tornava terrível respirar no momento. O mais magro apenas se desajeitou mas conseguiu permanecer de pé, então gritou:
- Você está encrencado, garoto!
- Deixem-me em paz! – respondeu, Harrison, e logo após a resposta, pegou um limão do chão e arremessou-o no rosto do guarda mais magro, ele desequilibrou-se e caiu em cima do outro guarda com as mãos no rosto pois o limão havia estourado em sua cara.
As pessoas assistiam a tudo. Uns riam e outros estavam espantados com a burrice excessiva dos guardas. Harrison subiu em cima do balcão que não havia tombado e a lona da barraca havia se rasgado e formava agora balançando sob o vento quente vindo do mar, algo parecido com uma bandeira, estava com apenas uma parte presa a armação. Aquela imagem do garoto segurando-se na armação que sustentava acima de si uma "bandeira", jamais sairia da mente daquelas pessoas. Harrison então, disse alto:
- Vocês me julgam e julgam à minha mãe por sermos o que sobrou da família de um pirata, mas digo à vocês uma coisa: Um dia, eu serei tão grande quanto o Capitão Irving foi! E seu anel, sim! O Anel de Blackstone, amaldiçoado pelo almirante Lesley Brooks. Eu usarei este anel e condenarei os mares da Inglaterra para que vejam para sempre o Fantasma dos Navegadores nestas águas. –. O garoto saltou para trás, reverenciou as pessoas fazendo um gesto nobre e disse alto:
- Problema para mim é vocês poderem me matar por eu querer ser um pirata. – Ele não aguardou reações e logo esgueirou-se no beco atrás de si, subiu numa carroça que havia ali, agarrou-se no parapeito de uma varanda à sua esquerda e subiu até o telhado com mais dois saltos rápidos.
O garoto foi pulando pelos telhados até o fim da parte em que estava da cidade de Plymouth. Ao chegar no último prédio, ele lançou-se contra um monte de feno no chão, o que foi suficiente para amortecer sua queda. Dali ele correu para sua casa que era próxima do mar.
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o Fantasma dos Navegadores
Fiction HistoriqueAs aventuras de uma tripulação que pensa muito além do ouro, do rum e das mulheres. Você aguenta a salgada brisa marítima? O balanço do navio sobre as ondas? Aguenta ficar dias e até meses sem ver a terra? Então embarque nessa história cheia de con...