- Ponha esta caixa ali.
- Sim, capitão. – Manicardi colocou a caixa cheia de ouro num canto do quarto onde se erguia uma pilha de caixas iguais à que ele carregava, também cheias de ouro. Harrison assentiu com a cabeça e ambos saíram do quarto e foram para o pátio do forte Horizon Aurum. Lá Harrison se aproximou de Leonard, o contador e viu as anotações que ele havia feito, não entendeu muita coisa e perguntou vagarosamente para que Leonard lesse seus lábios "Como estamos?", Leonard respondeu erguendo a mão e em seguida erguendo o polegar. "Bom." Respondeu, Harrison que após isso saiu do forte e voltou para a Golden Nights.
Quando adentrou a taverna, Harrison viu Kidd sentado afiando sua espada, ele se aproximou e Kidd disse:
- Assente-se, capitão, eu não mordo... – Kidd hesitou – Bom, só às vezes. – Harrison riu, puxou a cadeira e sentou-se. – Como está a situação no forte?
- Relativamente organizado, é meio que impossível arrumar tudo.
- Entendo... – ele soprou a lâmina de sua espada e voltou a afia-la.
- Pois é ...
- Parece triste, capitão. O que lhe aflige? – perguntou, Kidd enquanto olhava para Harrison.
- Acho que os dias naquela prisão e a batalha com Benjamin Breeg desgastaram-me a mente. – Harrison reclinou-se na cadeira e suspirou – Me sinto cansado.
- Precisa de aventu...
- Estou me mantendo longe de encrencas! – Harrison o interrompeu e ergueu a mão em sinal de que não queria ouvir mais.
- Pode se manter longe das encrencas – Kidd sorriu malicioso e piscou para Harrison –, mas as encrencas não se mantém longe de você. – Neste momento um homem gritou desesperadamente, Harrison fechou a cara imediatamente e olhou para Elena que estava no balcão, ele se levantou e foi verificar, Kidd o acompanhou até a porta. No lado de fora da taverna, mais especificamente na rua havia um homem caído no chão com o nariz cortado – ele estava sem o nariz –. Um homem olhava para ele rindo enquanto mastigava um pedaço da maçã que ele segurava na mão, ele disse:
- Essa maçã, ou melhor, essas maçãs são minhas.
- Não são! – gritou o homem que estava com uma mão no rosto tampando o buraco onde devia estar seu nariz – São minhas mercadorias! – Elena passou de Harrison e Kidd na porta e foi até o lado de fora onde estavam os dois.
- Suas mercadorias? Tem certeza que vai tomar algo que é meu sem permissão?
- As maçãs são dele! – interviu, Elena. O homem virou-se para ela, seus cabelos até a altura do ombro impediam que seu rosto fosse visto, mas agora, era visível seu semblante doentio e um olho cego que possuía um corte.
- Não se intrometa madame, ou seu belo rosto acabara sem nariz como o dele.
- Quem és tu para pensardes que podes entrar em Nassau e fazeres o que quiser?
- Eu sou Ned Lowe, capitão Ned Lowe e quero conversar com o líder desta cidade.
- Eu comando a cidade!
- Uma mulher no comando de uma cidade... – ele riu – Por isso que isso está um buraco.
- Seu comentário me enoja, assim como você. – Lowe avançou em Elena e a pegou pelo pescoço. Harrison caminhou para intervir:
- Cuidado como fala com um homem do mar, senhorita!
- Tire as mãos dela! – Harrison o empurrou e ele a soltou enquanto saía cambaleando na rua. – Ela não comanda esse lugar sozinha, ela tem auxiliares.
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o Fantasma dos Navegadores
Historical FictionAs aventuras de uma tripulação que pensa muito além do ouro, do rum e das mulheres. Você aguenta a salgada brisa marítima? O balanço do navio sobre as ondas? Aguenta ficar dias e até meses sem ver a terra? Então embarque nessa história cheia de con...