05 - O Guardião

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"A cada novo minuto você tem a liberdade e a responsabilidade de escolher para onde quer seguir, mas é bom lembrar que tudo na vida tem seu preço

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"A cada novo minuto você tem a liberdade e a responsabilidade de escolher para onde quer seguir, mas é bom lembrar que tudo na vida tem seu preço."  

- Zíbia Gasparetto

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Kian

Agora feche seus olhos e sinta o peso dela em suas mãos.

Raven estava brandindo uma pequena espada de madeira que encaixava-se perfeitamente em suas mãos. Ela mantinha seus pés separados e seus cabelos castanho claro estavam espalhados pelo rosto coberto de suor. Ela fazia uma movimentação suave com as mãozinhas para adequar o peso à sua agilidade, guardando em sua pequena cabeça todas as informações que eu passara uns instantes atrás.

Raven tinha apenas 5 anos, havia nascido na floresta e ficara órfã no mesmo dia. Desde então ela foi adotada pelos rebeldes, que a educavam e cuidavam dela. Aos 2 anos ela já apreciava empunhar pequenas armas e brincar com elas. A partir do momento em que eu começara a ensiná-la algumas coisas sobre luta, ela se apegou a mim, como seu tutor e amigo. E desde então eu me via com ela em pequenos treinos durante alguns momentos livres pela floresta.

- Consigo guiá-la sem perder a velocidade - disse ela, enfim adequando-se a espada de brinquedo que segurava com a mão direita.

- Mostre.

Raven então girou seu tornozelo de forma imprudente e colocou toda sua força e equilíbrio em apenas um lado de seu corpo, o que a fez desmoronar no chão. Comecei a gargalhar enquanto ela se levantava com um bico chorão extremamente encantador.

- Por que não consegui, Kian?

- Porque esqueceu tudo o que eu acabei de te ensinar. - Dei um tapinha leve em sua cabeça e ela bufou alto, deu para notar o quanto havia ficado chateada - é o suficiente por hoje, ainda tenho coisas a fazer.

Ela então levantou-se e correu até a árvore onde deixara seu recipiente de água e fui até lá acompanhá-la. Enquanto Raven sentava-se em cima das raízes pude notar que seus olhos me encaravam de um jeito curioso. Fingi não notar a princípio mas logo levantei a sobrancelha de uma forma que permitiria que ela fizesse qualquer tipo de pergunta, se desejasse. Raven sempre foi muito curiosa, estava constantemente tentando absorver qualquer coisa que achava que agregaria à ela, apesar da pouca idade. Ela abriu a boca para falar, mas pareceu desistir por um tempo, até que ela vomitou uma pergunta, como se não conseguisse se conter.

- Kian, você tem filhos?

- Não - respondi - não possuo filhos, pequena. Por que?

- Eu estava pensando - começou, um tanto empolgada com aquela voz fina - passamos boa parte do tempo juntos e você tem me ensinado tudo o que eu sei, além de me contar histórias para dormir. E eu queria saber se você não gostaria de ser meu pai - Tossi a água que estava na metade do caminho, fazendo com que ela risse um pouco.

Depois das Chamas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora