28 - Clame seu Poder

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  Poder sem magnanimidade e ar de luto sem dor, são coisas que não suporto presenciar

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  Poder sem magnanimidade e ar de luto sem dor, são coisas que não suporto presenciar.  

- Confúcio

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 Lynn

Ver Kian sangrando e à ponto de ser devorado por criaturas estranhas foi demais para controlar a magia dentro de mim. E quando ela pediu que se libertasse, apenas segui suas vontades.

As chamas me dominaram por completo e eu já não conseguia distinguir nada. Apenas fúria e retaliação. Eu queria matar cada uma daquelas coisas e rasgá-las eu mesma, com meus próprios dentes.

Quando cheguei perto o suficiente para proteger Kian de seja lá o que fosse aquilo, soltei as chamas na direção das criaturas. Algumas gritaram em protesto quando a pele cinza e podre tocou o fogo. Outras saíram correndo, tentando circundar o grupo e atacar pelas laterais.

Mas Arth e Lou já estava apostos, com suas armas em punho e já se preparando para atacar aqueles bichos. Após o susto, os rebeldes e piratas não se acovardaram, e cada um deles começou a atacar aqueles seres animalescos. Mas não foi nada fácil, eles também estavam armados, com grandes lanças mortais. Muito parecidas com a que atingiu Kian instantes antes disso se desenrolar.

Se aquilo não era um campo de batalha, eu tinha certeza que chegava bem perto. Mais e mais criaturas vinham em disparada pela floresta, e a névoa apenas atrapalhava distingui-las, por conta da pele acinzentada, que praticamente se camuflavam naquele ambiente.

Percebi tarde demais que apenas minhas chamas não eram rápidas o suficiente para contar aqueles monstros, fora o pequeno detalhe de que eu não fazia ideia de como controlá-la.

Fui derrubada por uma daquelas criaturas, que se jogou em cima de mim, tentando arrancar minha pele. Levantei os braços no pescoço dela, me protegendo de forma fula da investida letal. Meus instintos respondiam sozinhos e meu corpo sustentou por um tempo o peso daquela coisa.

Percebi quando Kian, com apenas uma mão, agarrou o ser pela nuca gosmenta e o arremessou para longe de mim. Ele ainda estava com a lança afundada em seu ombro. Então segurou o objeto e o quebrou, enquanto gritava com a dor que sentiu pelo gesto. Kian partiu apenas a ponta afiada, e com uma mira inacreditável, lançou o objeto no crânio da criatura que voltava a se aproximar em alta velocidade. A coisa se estatelou no chão quando a ponta da lança atingiu sua cabeça.

Mais deles vinham, enquanto Kian esbravejava para eles, furioso. O sangue em seu ombro escorria de forma contínua, ver aquilo me fez estremecer por completo.

Me recuperei do susto de ser atacada e voltei a chamar pelo poder, que voltou a mim como uma velha amiga. Usei a magia do ar e comecei a jogar as criaturas para longe, fazendo-as colidir contra os troncos das árvores e se quebrarem como brinquedos frágeis. O som dos ossos sendo atingidos e partidos soava como música para mim, tamanho era minha fúria.

Depois das Chamas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora