52 - Tragos de Luz

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Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras

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Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras.

- Freud

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Callum

Eu a vi liderando o grupo de rebeldes enquanto eles adentravam o acampamento. Sua postura ereta fazia com que seus braços expostos ficassem ainda mais firmes. Os cabelos negros presos em um coque firme enquanto aqueles olhos de caçadora varriam as ruínas de forma sistemática.

  Como não desconfiei que a mulher que eu amava era uma lenda viva? A mãe dos exércitos.

  Louíse e Arthur foram recebidos com algazarra. Parte porque os poucos rebeldes que vieram da passagem das cavernas ficaram contentes por ver o restante de seus amigos vivos, parte porque eles sabiam quem ela e Arthur eram.

  A notícia se espalhou como uma ventania incontrolável, em poucos segundos os dois estavam sendo rodeados é ovacionados. Uma garota chamada Annabel abraçava Arthur como se ele fosse o herói que ela tanto sonhava em encontrar.

  Em meio aquela bagunça de sorrisos e comemorações, os olhos castanhos dela encontraram os meus, o brilho que eu conhecia tão bem de suas íris se intensificaram ao ver. Mas foi quase um lampejo, pois a alegria virou fúria assim que Lou colocou os olhos no cara ruivo que estava ao meu lado com a perna enfaixada.

  Ela caminhou até nós com ódio em seu semblante. Atravessou a multidão como se fosse algo que ela fizesse todos os dias.

- Callum, é impressão minha ou Neale está vindo me assassinar? - Vizeu tinha sarcasmo no tom de voz, mas seus olhos refletiam a preocupação que ele carregava.

Levantei-me depressa, bem a tempo de segurá-la pela cintura e barrar seu caminho com meu corpo.

- Lou, se acalme - disse, enquanto colocava minha mãos em seus ombros.

  Era como se ela estivesse cega pelo ódio, pegou minhas mãos como se não fosse um tipo de bloqueio e me jogou pro lado com cuidado mas determinada. Um sinal claro do tipo "sai do meu caminho".

  Não pude fazer nada, pois quase nem senti ela passando por mim. Era impressionante como a cada coisa a mais que conhecia sobre ela eu me apaixonava um pouco mais.

- É bom vê-lo ferido, Vizeu - disse ela subitamente agarrando a perna machucada de meu tio e apertando o ferimento.

  Vizeu mordeu o dedo de sua mãos para não gritar, mas ele tentou não revidar. Queria que ela confiasse nele, nem que por isso tivesse que sofrer por um tempo. E, bem, ele merecia.

- Pelo que eu saiba, Kian não traz nossos inimigos para o acampamento, ainda mais um que ajudou a queda de Darius - ela mantinha os olhos fixos em Vizeu, com um fúria que me causou arrepios.

Depois das Chamas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora