30 - Pequena Lynn

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Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas

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Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

Victor Hugo

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Kian

O grande castelo havia se tornado nada menos do que um esqueleto antigo e desgastado, que esfarelava conforme os anos estavam passando e as ruínas eram as únicas coisas que sobraram para contar a história trágica de eventos lamentáveis que se sucederam naqueles muros.

Demos voltas e voltas explorando tudo o que ainda tinha sobrado, mas Lynn estava sofrendo, era tão óbvio para mim quanto estar pisando naquele chão envenenado. Mas eu a entendia.

Depois de ter sido curado pela Deusa da Lua, Lynn insistiu em andar por todo o castelo, procurando por sinais de que poderia encontrar Griffin ou Misac. Ela tinha certeza que eles estavam dentro daquelas ruínas, esperando para serem despertados. E, bem, eu não discordava dela.

Mas passar pelos antigos corredores, salões e quartos abandonados, não encontramos apenas pó e pedras partidas. Quem dera apenas fosse, mas também encontramos ossos, crânios, os últimos vestígios de pessoas que viveram e lutaram nos minutos finais de uma Keevard unida.

Mas eram muitas ossadas, empilhadas e espalhadas por todos os lados. Lynn não conseguiu segurar suas forças quando entramos em um grande salão em que tudo o que estava no chão, era a morte.

- Olhe para isso, Kian - sua voz estava embaraçada e os olhos petrificados com a cena. - Que tipo de monstro mataria milhares por poder? Por ganância?

O lobo que nos seguia desde que o encontramos, estava atrás de nós, andando de um lado para outro enquanto uivava um tipo de lamentação. Ele também sofria, e não era a toa. Aquela linda fera estava presente quando o caos havia se desenrolado.

Peguei os braços de Lynn e a levantei com gentileza, amparando-a pela cintura enquanto ela encostava a cabeça em meu ombro.

- Hazor faria isso. É o que o instiga a estar vivo. A morte o fez poderoso. - afaguei seus cabelos e a mantive por perto apenas o tempo necessário para que suas forças retornassem.

- Pela deusa - disse Lynn, olhando na direção de duas pilastras.

Uma delas ainda estava resistente, ia em direção aos céus e não tinha estrutura nenhuma para sustentar, apesar de continuar de pé. Já a outra estava partida e tombada para o lado. Estava sendo amparada por aquela que continuava inteira, mas não foi isso o que Lynn prestou atenção.

Ela desprendeu-se de meus braços e saiu apressada pulando as ossadas e tomando cuidado para não chutar nenhuma. Segui-a mas mantive uma distância confortável, dando espaço para que ela reconhece aquele lugar.

Depois das Chamas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora