Sete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda.
Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...
Eu estava cansada de chorar, estava cansada de me esconder e de me curvar.
Por anos, mestiços, pobres, deficientes, pessoas que não se adequavam aos padrões do reino eram excluídas e privadas de uma vida digna e justa.
Foi pensando em Agnes e Carl e nos muitos outros que sofreram nas mãos do regime de Hazor que amarrei aquela fita vermelha no tronco da árvore junto à Kian. Estava na hora de um regime cair, de reis falsos serem depostos, estava na hora da magia se erguer e reivindicar seu lugar de direito, junto ao seu verdadeiro portador.
E se Griffin não em achasse, eu o caçaria até no inferno para que vingasse sua família, seu reino e todos os que morreram por conta da ambição e do poder.
Kian havia discursado e dado esperança aos rebeldes. Ele dissera que assim que o sol despontasse à leste, e a alvorada se mostrasse presente, uma leva de rebeldes seguiria para o porto e embarcariam em um navio pirata rumo a Ghalan.
Meu estômago embrulhava de ansiedade. Eu nunca imaginaria que eu fosse sair de Ermont, ainda mais à caminho de uma terra amaldiçoada.
Cruzaríamos Além do Mar e desafiaríamos as brumas daquele solo podre. Foi o que Kian me disse. Eu iria com ele dessa vez, não apenas para continuar meu treinamento, mas para auxiliar com a magia a resgatar as feras de Misac. Lobos gigantescos, Grifos com garras letais e monstros marinhos tão escamosos quanto os lendários dragões.
Mas um pensamento passou pela minha cabeça ao imaginar essa nova aventura. Quem seria capaz de controlar essa feras?
Eu gostaria de fazer inúmeros questionamentos à Kian, mas no momento preferi me calar. Ele estava afastado de mim, junto a um pequeno grupo de rebeldes, com sua filha em seus braços e um sorriso largo no rosto.
