Sete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda.
Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...
A primeira vez que vi Vizeu foi em uma pintura que estava sendo vendida no mercado das vilas. Lembro-me de ter achado seus cabelos parecidos com o meu, e de me lembrar que meu pai era, de fato, um dos súditos de suas terras, já que havia nascido em Derorn.
Mas vê-lo agora, em minha frente, fez com que uma certa fúria despertasse em minha alma, algo que eu não sabia que estava guardado, como se Vizeu fosse o que o mundo escondia de cruel e frio.
A magia acendeu sem que eu percebesse, e um segundo depois eu tava arrancando de Vizeu todo o ar de seus pulmões, como se fosse algo fácil demais para se roubar dele.
Vê-lo de joelhos tentando resgatar o ar, trouxe uma certa satisfação em meu peito, eu não sabia porque estava agindo daquela forma, apesar de saber que ele havia sido um dos culpados pela separação de Keevard, aquela guerra não era minha, era de Griffin. Só que naquele momento, eu só pensava em arrancar a vida imortal que ele exibia.
- PARE, LYNN!
A voz de Carl fez com que o mínimo de consciência voltasse a mim.
Soltei a magia e me virei para ele, meu coração pulou com uma alegria que achei que não voltaria a sentir desde que soube de seu sequestro.
Meu amigo estava ali, vivo.
Corri para os seus braços apenas para ter certeza que o que eu via não era mais uma peça que minha mente poderia estar pregando.
- Achei que tinha te perdido para sempre - disse a ele, enquanto nos abraçávamos feito dois desesperados.
Carl estava muito magro, eu conseguia sentir seus ossos através de suas vestes. O rosto estava muito mais anguloso do que eu me lembrava, e seus olhos tinham um tom escuro perto das pálpebras. Meu amigo vinha sofrido o inferno, e tudo isso por culpa minha.
- Me desculpe, por favor, me perdoe - pedia a ele, enquanto não conseguia segurar as lágrimas que teimaram em sair.
- Shhhh, nada disso é culpa sua - ele passava a mão em meus cabelos e me segurava como se o mundo dele dependesse disso.
- Agnes não merecia o que foi feito dela, Carl. Se tivéssemos levados vocês conosco...
- Pare, Lynn - pediu ele - está feito. Agnes se foi, não há nada que possamos fazer.
