Prisão Mental

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  Nunca se sabe quando sua vida está prestes a mudar por completo. E quando ela muda, temos que ter consciência do pior. A dor, a raiva, a verdade. Pode não parecer, mas ambos são sentimentos parecidos. Dizem que o ódio e o amor andam de mãos dadas. Seria esse meu dilema?

— O que você sente? — Perguntou uma voz dócil e gentil.

  Não vi quem era, não sabia de onde vinha, e aquela voz era tão diferente de tudo o que eu já tinha ouvido em toda minha vida. Era grossa e firme, e ao mesmo tempo era uma flor desabrochando em meus ouvidos.

  O vento assoprou meus cabelos e eu abri os olhos, estava em um campo imenso com diversas flores que jamais havia visto na vida. Cores tão intensas e suaves ao mesmo tempo eram tantas flores e tantos desafios.

  Toquei em uma delas e suas pétalas eram mais suaves do que qualquer coisa que eu já havia tocado.

— Dor. — Respondi àquela voz enquanto caminhava usando um longo vestido branco.

— Aonde dói? — perguntou a voz e meus cabelos esvoaçaram com o vento enquanto pensava em responder.

— Meu coração. Minha mente. E minha humanidade...

  O lugar havia mudado. Agora eu estava de frente a um enorme rio com diversas pétalas de rosas vermelhas espalhadas pela água. Olhei para meus pés e percebi que estava flutuando por cima da água, olhei para frente e avistei algo.

  O leão albino.
 
  Ele era tão lindo...

— Eu sinto a sua dor... — Ele respondeu e parecia que a qualquer momento eu iria chorar. — Me perdoe, mas não posso aliviá-la.

— Você é um anjo... — Incrível, então até mesmo animais poderiam ser anjos? Seria ele... meu anjo da guarda?

  Ele sorriu como se pudesse ler meus pensamentos e logo depois seu olhar ficou sério.

— Eu realmente... Sinto muito.

  Mas pelo que exatamente?

***

  Belzebu foi jogado contra a parede destroçando cada parte do cimento obrigando-o a rolar pelo outro lado da parede.

  Ele se levantou com dificuldade ao revelar os olhos endemoniados prestes a matar uma presa irritante.

  Asmodeus sorria sem parar enquanto andava pelos destroços e observava o sangue avermelhado e um pouco escuro escorrer da testa de seu novo inimigo.

— Sua filha é idêntica a Ariel. Devo admitir, me surpreendeu quando soube o dom que essa menina possui.

  Belzebu não ficaria para ouvir suas baboseiras, correu em sua direção para acertá-lo com a espada, porém o demônio havia desviado para o lado elevando o cotovelo para acertar a nuca do diretor que se virou rapidamente para segurar o antebraço de Asmodeus.

— Você não tem nenhum direito de falar sobre a minha filha... — Respondeu e o chão tremeu em rachaduras quando um par de asas negras e penosas surgiram das costas dele. O diretor havia dado um tapa tão forte em Asmodeus que o demônio voou para longe atravessando diversas paredes e claramente alarmando toda a mansão.

  Belzebu estalou o pescoço seguido de um sorriso psicopata. Aquele não era o diretor Queen. Era o demônio da gula avançando para arrancar mais uma vida.

  Antes que Asmodeus se levantasse por completo, o diretor já estava lá o segurando com apenas uma mão e cabeceando o seu inimigo bem no nariz o quebrando e fazendo-o sangrar.

Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora