Decisões

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  Quanto mais as memórias iam voltando mais culpada me sentia pelos atentados anteriores. Lembrei dos avisos de todos e especialmente de Rachel sobre libertar ela, e apenas ignorei. A verdade é que me sentia culpada por Rachel estar naquela situação. Se eu não tivesse matado Elizabeth nada disso teria acontecido.

  O péssimo era que eu me sentia mal por ela, ser obrigada a dividir o corpo com a esposa de Lúcifer deveria ser barra pesada. E embora Rachel já estivesse bem entediada em relação à vida, não era essa a diversão e aventura nova que ela deveria estar esperando.

  Direcionei-me ao quarto das únicas que acredito eu, teriam a sabedoria necessária para me ajudar naquele momento.

  Bati a porta devagar devido a enorme enxaqueca que sentia no momento e a porta fora aberta.

  Dei graças aos céus de que dessa vez, Laura e Carmilla estavam vestidas.

— Rebecca? O que você está fazendo aqui? Deveria estar repousando e...

— Acho que estive presa no inferno durante esse tempo que estava desacordada. — Interrompi Laura antes que ela tentasse chamar alguma enfermeira ou sei lá.

— Sem repousos, entre aqui e me conte o que exatamente você viu. — Respondeu freneticamente abrindo espaço para que eu entrasse.

  A decoração continuava a mesma e Carmilla lia algum livro antigo em cima da cama usando uma calça de couro e blusa de banda de rock.

  Laura me convidou para sentar, mas preferi ir direto ao assunto.

— Então... Estive em um mundo completamente diferente de um sonho normal. Ou nesse caso... pesadelo. — Inciei gesticulando gestos com as mãos. — O lugar era bem real, e saiam demônios por todos os lados, até minha magia era real... O toque, tudo...

— Tem certeza de que realmente sentiu sensações realistas dentro do sonho? — Perguntou Carmilla fechando o livro pra prestar mais atenção em minha direção.

— Tenho... E o pior era que estive morta durante esse tempo.

— Explique. — Pediu Carmilla.

— Blake disse que meu coração parou por 15 minutos na ala médica.— Agora Laura e Carmilla trocaram olhares.

— O que foi? — Perguntei.

— Foi igual a da vez que esteve no limbo com sua mãe. — Explicou Laura. — Tecnicamente você morreu.

— Mas isso é... Diferente. — Disse Carmilla. — Antes você morreu também por causa do pulso que ficou fraco demais devido a perda excessiva de sangue, mas desta vez não teve um motivo real para que seu coração parasse.

— Tudo bem que recebeu uma pancada na cabeça, mas pelo que fomos informadas, não era nada de muito grave. — Prosseguiu Laura.

— Qual sua teoria? — Perguntei a Laura que ficou pensativa por alguns segundos até que finalmente falou.

— É o que todos nós já sabemos Rebecca. Você pode atravessar portais, é como se você fosse uma chave. Seu corpo estava aqui, mas sua alma não. O que nos fortifica a teoria de que pra fechar os portões que abriu...

— Eu tenho que morrer... — Respondi respirando fundo.

— Ou talvez não. — Disse Laura se aproximando de mim com um olhar preocupado. — Sinto muito, acho que fui muito rude com você, estive tão preocupada no que aconteceria com os portões abertos que não encarei pelo seu lado. Perdão Rebecca. Faremos o seguinte... Não faça nenhuma burrice sem antes eu lhe dar uma posição melhor. Irei pesquisar mais sobre o assunto e quem sabe não encontre uma resposta melhor.

Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora