O Inferno não é mais o mesmo

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  O lugar em que eu me encontrava era de longe uma ala médica, ou uma mansão assombrada. Exalava medo, gritos e desespero. Me levantei do chão úmido e gelado para me deparar com um mundo nada humano.

  Vários ruídos endemoniados passavam-se pelos meus ouvidos enquanto que o pior deles ainda nem havia começado a falar.

  Estava em um corredor escuro. As paredes lembravam cimento, mas haviam alguma partes que eram recobertas por gigantescas quantidades de cera de vela. As celas eram bilhares e bilhares daquele corredor que parecia nunca ter um fim. Cada cela possuía um portão com seu nome. Era aonde as almas eram torturadas. Os portões eram amadeirados e moldurados com metais, cabeças e ossos.

 Toquei em um dos portões, e eu o senti. Senti com firmeza aquela madeira áspera e pesada.

  Não era apenas isso que senti... O cheiro do lugar era tenso, o ar era mais grosso e intenso, e ao mesmo tempo em que sentia frio, também sentia calor, como uma menopausa antes do tempo... Outra palavra que parecia não caber ali dentro. Tempo... O tempo parecia não passar e as celas eram tanto de um lado quanto do outro, haviam celas nas partes de cima também subindo um enorme muro dando-me nenhuma escolha a não ser seguir em frente.

  Os gritos eram intensos, e aquele lugar não parecia ter fim. Foi então que escutei um barulho interessante.

  Me virei pra trás e dei de cara com uma criatura sorridente de orelhas ainda maiores e pontudas que sua cabeça que parecia ter ossos deslocando-se dele.

  Nojento.

  Não só ele havia aparecido, como outro também, e mais outro... E diversos a mais.

  Minha respiração começou a ficar ofegante e de repente senti todos os poros de meu corpo mandarem-me correr.

— É só um sonho... — Disse a mim mesma. — É só um sonho muito fodido Rebecca... — Eles começaram a se aproximar e arregalei os olhos com medo.

  Eu estava assustada pra caralho! Tudo bem, eu sei que não sou muito de xingar, mas porra! Não é real... Não podia ser real!

  Eles já estavam perto o suficiente quando decidi que aquele sonho estava real demais para ser verdade.

— Foda-se! — Corri o mais rápido que podia, mas de repente minha cabeça começou a estourar de dor, era muita dor. — Bruxa negra... — Sussurrei ao entender mais ou menos a minha situação e fui jogada através de magia, contra uma das celas. Os portões não se abriram, e decidir ignorar a dor e prosseguir correndo.

  Libertei minhas asas que pegaram fogo na hora distraindo os demônios e me dando um pequeno espaço de tempo para pensar. Voei para cima com a esperança de haver alguma saída, mas só via celas e mais celas.

  "Acorda!". Disse uma voz na minha mente enquanto um barulho abafado de uma máquina apitava fazendo um zumbido irritante.   

   Ao olhar para baixo vi que diversos tipos de demônios escalavam as paredes em uma velocidade quase que me ultrapassando e me fazendo arregalar ainda mais os olhos.

  Que diabo de lugar é aquele?

— Você só pode tá de brincadeira comigo! — Olhei de volta para cima e por algum motivo que desconheço minhas asas pararam de flamejar. Olhei para elas com as sobrancelhas juntas sem entender o que estava acontecendo quando de repente elas se encolheram me fazendo gritar enquanto caia disparadamente.

  "Lute Rebecca!" Disse a voz novamente abafada e distante.  

  Os demônios pularam em minha direção todos vindo em cima, me segurando como se fossem me partir ao meio. "REBECCA".

Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora