Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)

A Visão do Fim.

  Após ter bebido três litros de água com açúcar e pensado muito, finalmente caiu a ficha. Blake havia me contado tudo o que aconteceu depois que apaguei, sobre o quão inútil e preocupado ele se sentiu, mas que graças a Rachel ter lutado bravamente contra os instintos de Lilith, finalmente eles haviam sidos libertados e fugido.

  Ele me contou como se reencontrou com Adam e seu grupo, e como conseguiram sair da mansão.

  A parte mais difícil de se ouvir era a parte onde meu pai lutou com praticamente toda a mansão sozinho. Blake disse que queria ter ajudado e ficado, mas que ele estava com muito medo do que aconteceria comigo e então foram para o portal de volta.

  Ele me pediu diversas desculpas como se fosse o culpado por ter deixado o diretor na mansão, mas já havia dito para ele que não era culpa dele. E meu pai é imortal, um renegado do inferno. Ele não iria morrer, me recuso a acreditar que ele não ia voltar... Afinal, é do demônio da gula de que estamos falando. E a gula dele, não é alimentícia.

***

  Passos sombrios deixavam consigo rastros de sangue já um tanto apagados pelo asfalto vazio e sem sinal de movimentação.

Seu terno rasgado e amarrotado estava camuflado ao líquido vermelho espalhado por todo o seu corpo. Enquanto ele ia andando seu rosto endemoniado voltava ao normal. Os chifres despareciam aos poucos e suas orelhas pontudas diminuíam os tamanhos. Sua pele estavacom a cor vermelha e foi voltado ao normal aos poucos. Suas unhas negras e gigantes se encurtaram e perderam a cor. E finalmente os olhos, que antes estavam roxos e negros, agora finalmente havia retornado ao azul vibrante daquele olhar sério e ativo do diretor Queen.

  Belzebu entrou pelos portões da frente, naquela manhã ensolarada ignorando os olhos dos alunos curiosos em saber o motivo de estar tão coberto de sangue.

  Ele entrou indo em direção ao seu quarto e despertando a curiosidade de Victória Jones que surgiu de olhos arregalados sem entender absolutamente nada. Apenas chocada.

— Marque uma reunião de emergência com o conselho e com o forte negro. Precisaremos de ajuda... — Disse ele e a coordenadora fez que sim com a cabeça as pressas para o encontro de seus compromissos.

  O diretor abriu a porta de seu quarto já tirando fora o terno rasgado e sujo enquanto afrouxava a gravata .

  Três toques se escutaram da porta de Edward Queen que fechou os olhos tentando obter paciência.

— Agora não... Estou ocupado. — Respondeu e mesmo assim a porta se abriu deixando o dia do diretor ainda pior.

  Ele se virou depois de um longo suspiro e arregalou os olhos surpreso com a visita que havia recebido.

— Precisamos conversar... — Era Adam trancando a porta completamente sério e sombrio desta vez.

— Adam, o que quer que você tenha a me dizer, agora não é a melhor hora para isso.

— Tem razão. A melhor hora para isso era a muito tempo atrás diretor. — Respondeu e Belzebu franziu o cenho da testa.

— O que está falando? Rebecca está bem?

— Sim. Agora está. Mas não por muito tempo. — A fala de Adam fez com que o diretor se sentasse na mesma hora em seu sofá a espera da notícia que o médium havia para ele.

— Explique.

— Eu tive uma visão... Foi surreal, algo que jamais havia visto na vida... A visão veio de repente e eu acabei entrando em colapso... Convulsionei. Isso nunca aconteceu antes... Foi incrivelmente assustador Diretor...

— E o que você viu?

— Eu vi... — Adam parecia procurar as respostas certas, mas não havia alguma naquele momento. — Vi o fim do mundo. — O olhar de Adam e do diretor fixaram-se como imãs. — E o único jeito de impedir o apocalipse é...

— Matando a Rebecca. — Respondeu antes que Adam pudesse.

Ambos ficaram em silêncio.