Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)

Salve-se Quem Puder

  Belzebu gritou ao atravessar a parede da quadra.

  Estava com a pele completamente vermelhada e um par de chifres negros assustadores crescidos em sua cabeça. Seus olhos estavam arroxeados e o resto do globo ocular completamente negro.

  Ele se levantou rasgando a camisa de sua roupa e revelando as marcas e símbolos pelo corpo, todos hebraicos.

  As suas garras eram negras e as presas bastante afiadas.

  Já Heilel estava completamente "humano". Exceto pelo par de asas prateadas como se fossem de metal que surgiram de suas costas.

— Sabe Bel. Você é o demônio da gula, mas... Não se esqueça de que eu sou o diabo e o demônio da Ira. Sua fome por matança não pode passar por cima da minha fome pela minha vingança.

  Belzebu até tentou ataca-lo, mas infelizmente não conseguiu e acabou sendo atingindo pelo punho de Lúcifer o fazendo voar pela quadra.

  Ele estava perdendo.

  E no momento em que Heilel fora dar ao diretor o golpe final, algo o surpreende por trás obrigando-o a se virar para ver do que se tratava e um um soco provido de força esmurrou o seu rosto fazendo-o arregalar os olhos surpreso.

— Acho que está mais do que na hora de termos uma bela conversa... — Respondeu a voz ofegante vindo daquele rapaz cuja os olhos eram vermelhos e negros. — ...De pai pra filho. — Era o Blake.

***

  Handriel corria pelos corredores da escola com o braço ensanguentado. Diversos demônios corriam em sua direção enquanto que ele tentava fugir de todos eles.

  Aparentemente um semi-anjo era um alvo fácil.

— Merda! — Gritou ao curvar a esquerda dando à outro corredor, seu braço pingava sangue e as criaturas vinham atrás dele como se fosse um pedaço de carne.

  Foi então que ele desceu as escadas mirando na saída de emergência. Correu na direção do campo de futebol, estava fraco e poderia tentar pegar impulso para voar. Foi o que ele havia tentado fazer, mas uma das criaturas puxou sua perna impedindo o voo. Logo a seguir, um circulo repleto de demônios o cercou aos risos prontos para devorar o semi-anjo como uma presa é devorada.

  Porém...

  A luz veio... Aquela luz... Uma luz que pegou os olhos de Handriel de surpresa, mas que também afastou os demônios. Aquela luz que ao mesmo tempo doía encará-la, também dava o melhor das sensações.

  Aquela luz...

  E em meio a todo aquele brilho o semi-anjo pode vê-lo. Viu o arcanjo descer com suas enormes asas e usando seu terno branco seguido de uma brilhante espada dourada.

  Ele pousou com leveza, entretanto, ao olhar para o céu a vontade era de chorar com a emoção de ver tantos deles... Eram anjos, vários deles, voando em sua direção com seus arcos e espadas, anjos vindos do céu de todos os tipos de vestimentas.

— Você está bem? — Perguntou a voz de Miguel oferecendo sua mão para ajudar o seu filho com as lágrimas expostas dos olhos.

 Mesmo com a dor exalando de seu braço, ele fez que sim com a cabeça. Miguel sorriu dando ao seu filho um ar suave.

— Vamos salvar sua escola, meu filho. — Disse ele entregando sua espada para Handriel que ao pegar em sua espada sentiu um sentimento de pureza naquele exato momento.

— Miguel. — Chamou um rapaz de cabelos crespos e negros, com um olhar calmo e preocupado.

— Eu sei... — Respondeu enquanto que os demais entravam na escola para ajudar a combater o inferno solto. — Protejam a filha de Belzebu. O criador precisa dela. — Respondeu virando-se para Rafael e para outro homem  de cabelos encaracolados e dourados. — E Handriel... — Ele se virou para o filho que ainda tentava entender como funcionava o poder daquela espada. — Venha comigo. — Respondeu correndo na direção da escola.