Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)

Destinada

  Caminhar sobre aquela grama era um mar de suavidade. Estava descalça e usava uma vestimenta larga, um vestido branco e longo que se arrastava junto comigo ao lado de minha mãe.

— Então... Estamos no céu?

— Esse lugar... É mais do que um céu, ele pode ser um mundo de oportunidades. — Disse ela parando em frente à um pequeno penhasco e me mostrando a visão da parte de baixo de um mundo extenso e repleto de coisas maravilhosas. Era como se fosse a terra só que... Tão... Viva, cheia de harmonia... E lá no final um castelo... Um enorme castelo feito de cristais, tão brilhante e mágico...

— É tão perfeito... — Respondi e ela sorriu daquele gesto indo na frente dando a entender de que era para segui-la. — Aonde estamos indo?

— Você verá quando chegarmos. — Respondeu cumprimentando um homem vestido com uma armadura dourada.

— Quem é ele?

— Um dos guardas celestes.

— Então... Eu não vim aqui para conversar mãe... E por mais que eu esteja muito afim de me abraçar você, eu vim por um motivo específico. — Parei no caminho e ela também. 

— Eu sei. — Ela respondeu acariciando meu rosto.

— Sabe? — Perguntei como se tentasse ter a absoluta certeza de que ela sabia do que estava falando. Ela fez que sim com a cabeça me fazendo franzir o cenho da testa.

— Estava te esperando. — Ela olhou para o lado e olhei para a mesma direção notando o enorme castelo de cristais a minha frente.

  Mas... Tínhamos acabado de começar a andar e o castelo estava tão longe! Como chegamos ali em tão pouco tempo? 

— Aqui, o tempo corre de maneira diferente. — Disse ela como se ouvisse meus pensamentos. — Entre. — Pediu sorrindo e os guardas se afastaram abrindo passagem para nós duas.

— Que castelo é esse?

— É aqui que os arcanjos ficam. Visamos proteger a terra em nome do criador, enquanto ele descansa. 

— Deus? Ele está dormindo?

— Estava. E na verdade ele esteve hibernando esta seria a palavra correta. Ser o criador de tudo e de todos cansa até mesmo para ele Rebecca. Quem cuidava das coisas éramos nós. Porém, imprevistos acontecem.

— Tiveram de acordá-lo?

— Tentamos avisar à um de seus amigos, mas contatar um ser com sangue de demônio é mais complicado... — Lembrei das convulsões repentinas de Adam. — Mas por fim ele havia entendido o recado e conseguiu chegar até Miguel. — Voltamos a andar subindo um par de escadas. — Decidimos que era hora de dar um basta em Lúcifer. 

  Paramos de frente a uma porta prateada e minha mãe não a abriu. 

— Tem alguém que quer falar com você Rebecca. — Disse ela me encarando com aquele ar de suavidade.

— Quem? — Perguntei e ela apenas apontou para a porta. 

  Entendi que era para abri-la e foi o que fiz. Abri a porta e entrei me encontrando por cima da água. Era incrível. 

  Caminhei vagamente para frente sentindo a água sob meus pés. Não estava gelada, mas também não estava quente.

  Era incrível.. Como havia feito aquilo? Deixei escapar um sorriso de meu rosto enquanto o vento levava os meus cabelos na direção oposta.

— É bom, não é? — Perguntou uma voz familiar. 

  Virei-me para ver quem era a pessoa e meu sorriso se esvaiu no momento em que o vi. Não era uma pessoa... Era...